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Eduardo Person Pardini

É sócio principal, responsável pelos projetos de governança, gestão de riscos, controles internos e auditoria interna da Crossover Consulting & Auditing. É diretor executivo do Internal Control Institute - Chapter Brasil, palestrante e instrutor do IIA Brasil.

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A ética na condução dos negócios pode ser uma vantagem competitiva

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Através dos noticiários, verificamos que nem sempre os negócios são conduzidos dentro da ética esperada, e muito menos dentro dos melhores padrões de governança.

Analisando um pouco mais profundamente o caso Petrobras, observamos que algumas corporações, se não todas, envolvidas nestas operações irregulares, contam com políticas de governança, código de ética, melhores práticas, processos de compliance e etc. Aparentemente, contavam também com executivos experientes, preparados para liderar os diversos processos de negócio dentro da legalidade e com a qualidade ética esperada.

Então, como, e o que motivou esta empresa ou este executivo, esquecer-se de tudo isto e se enveredar pelo caminho da corrupção ou da fraude?

Sabemos que no mundo dos negócios as pressões por resultados, por metas e posições são substanciais, entretanto, nenhuma pressão deveria fazer com que a empresa ou o executivo esquecesse os valores éticos na busca da criação de riquezas para as partes relacionadas.

Infelizmente, a ganância, o levar vantagem, o ganhar pelo ganhar, o medo de perder um contrato, o conceito de não importa como as metas sejam atingidas; tudo isto são motivações para que os negócios sejam conduzidos de forma não profissional, por gestores não comprometidos com fazer o que é certo, com o que é justo, não comprometidos com os valores e com as políticas de governança de sua organização.

Com certeza, todos, sem exceção, quando questionados sobre este comportamento, terão um racional para tal atitude, como por exemplo: "o mercado trabalha assim, se não fosse desta maneira não conseguiria manter a empresa no mercado", ou então, "era pressionado para atingir as metas ou obter o contrato". Este tipo de "racional" é um comportamento padrão daquele que comete a irregularidade.

Vale lembrar que o que estamos vendo no caso Petrobras é somente a ponta do iceberg, pois, este tipo de situação também acontece em outros setores, inclusive em negociações entre empresas privadas. O importante é que a sociedade esta cada vez mais atenta e menos receptiva para este tipo de ocorrência, repudiando de forma clara as empresas e profissionais que se utilizam de processos não legais em sua operação.

Este comportamento de repudio da sociedade é extremamente positivo, pois, tem forte impacto nos ciclos de negócios, afetando inclusive os padrões e critérios de consumo de produtos e serviços.

Levando este cenário em consideração, as organizações que efetivamente demonstrarem que estão comprometidas com a ética e com as melhores práticas de gestão, com certeza, terão uma vantagem neste mercado altamente competitivo. Ser reconhecida que como uma empresa de atos valores éticos, proporciona a organização:

  • Construir uma base para fidelização de clientes,
  • Reter bons colaboradores,
  • Criar um ambiente organizacional de qualidade.

São três atributos fundamentais para o sucesso de qualquer empresa. Pesquisas realizadas por diversos organismos e universidade, indicam que as organizações que tenham estas características, geralmente obtêm:

  • Acesso a linhas de capital mais competitiva,
  • Melhoria da imagem e valorização de sua marca,
  • Redução de vulnerabilidades e exposição a passivos legais e tributários,
  • E, geralmente apresentam uma melhor posição financeira.

Ter um comportamento ético deveria ser uma condição natural para qualquer empresa ou profissional, entretanto, se por algum motivo, ainda exista alguma dúvida sobre a vantagem de ser e/ou conduzir os negócios eticamente, espero que possa ser sensibilizado por este artigo, e com isto, mudar e criar condições de sustentabilidade e perenidade para seu negócio.

Seja feliz!