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Eduardo Person Pardini

É sócio principal, responsável pelos projetos de governança, gestão de riscos, controles internos e auditoria interna da Crossover Consulting & Auditing. É diretor executivo do Internal Control Institute - Chapter Brasil, palestrante e instrutor do IIA Brasil.

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Os desafios da auditoria interna no contexto corporativo

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Sabemos que a auditoria interna, por definição, tem o objetivo de adicionar valor à organização, através da avaliação dos processos de gerenciamento de riscos, controles internos e da governança corporativa.

A auditoria interna cumpre o seu papel, através das recomendações para melhoria do processo, resultantes de sua avaliação sobre o objeto auditado, as quais estão presentes em seu processo de comunicação do resultado do trabalho.

Tenho visto auditorias internas, sejam elas do setor privado ou do setor governamental, ainda trabalhando basicamente em avaliações de conformidade, se limitando apenas em identificar e reportar as não conformidades. Algumas nem discutem as ações necessárias para que estas não conformidades ocorram novamente, com a desculpa de que se assim fizer, pode colocar sua independência em perigo.

A auditoria de conformidade é o trabalho mais confortável para o auditor, pois, é uma situação com resultado binário, isto é, ou está conforme ou não conforme; além do que, o paradigma para avaliação é uma Lei, regulamento, política, norma e/ou procedimento.

Lógico, que nos dias de hoje, se torna cada vez mais importante avaliar a conformidade dos processos operacionais, principalmente em setores da economia com alto nível de regulamentação, contudo, tratar apenas da conformidade, é muito pouco para uma atividade que quer ser reconhecida com parceira do negócio.

A atividade de auditoria interna começa fazer diferença na organização, quando, aplica sua metodologia, para avaliar a efetividade do processo de gerenciamento de riscos e do sistema de controles internos.

Denominamos este trabalho de auditoria operacional, o qual tem por objetivo avaliar a eficiência, eficácia e economicidade do objeto avaliado, o qual pode ser um processo operacional, um segmento de negócio, um projeto, ou um programa de governo.

O grande desafio para o auditor neste trabalho, é que o paradigma de avaliação, neste caso, são as melhores praticas de gestão, o que requer uma visão de negócio mais abrangente do auditor, além de um maior poder de persuasão.

Entendendo isto, vamos ver quais são os desafios de curto prazo para a auditoria interna:

  • Incluir trabalhos de avaliação operacional em seu plano anual de auditoria, mesclando com trabalhos de avaliação de conformidade,
  • Obter uma visão mais compreensiva dos ciclos de negócio, da estratégia e dos riscos corporativos,
  • Avaliar a eficiência do sistema de controles internos dos processos operacionais, com base nos riscos inerentes, riscos de TI e riscos de fraude,
  • Recomendar melhorias para os fundamentos da governança corporativa e do processo de gerenciamento de riscos, através do fortalecimento e da otimização do sistema de controles internos.

O auditor deve se desafiar continuamente em não se contentar apenas em determinar a eficiência do objeto avaliado, mas sim, em buscar alternativas de como realizar melhor o que já esta sendo feito hoje com eficiência.

(10.12.2015)