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Eduardo Person Pardini

É sócio principal, responsável pelos projetos de governança, gestão de riscos, controles internos e auditoria interna da Crossover Consulting & Auditing. É diretor executivo do Internal Control Institute - Chapter Brasil, palestrante e instrutor do IIA Brasil.

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Cuidados na implantação de um processo estruturado de gerenciamento de riscos corporativos

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Como já comentamos no artigo anterior, as empresas supervisionadas pela SUSEP a partir do dia 01 de janeiro de 2016 deverão implantar o gerenciamento estruturado de riscos corporativos.

Posso garantir que tratar dos riscos corporativos não é simples, mesmo quando tratamos o tema em empresas especializadas na compra de riscos. Este é um processo que precisa ser muito bem planejado.

Em muitas corporações, o tema gerenciamento de riscos, tem forte impacto na cultura de gestão, atingindo todos os níveis organizacionais, da alta gestão até os tomadores de decisão dos níveis mais operacionais.

Qualquer atividade que venha impactar a cultura de uma empresa gera uma força de oposição e resistência à mudança, que são não forem previamente identificada e neutralizada, colocará todo o processo em risco.

Dois pontos são de extrema importância para minimizar os pontos acima, e precisam ser trabalhados antes de iniciar o processo:

  • Reconhecimento pela alta gestão da importância do gerenciamento de riscos corporativos para o sucesso da empresa. Eles deverão demonstrar objetivamente o comprometimento com o processo de gestão baseada em riscos,
  • Construir um projeto para a implantação do gerenciamento de riscos, o qual será o direcionador de todas as ações que deverão ser conduzidas junto aos diversos níveis organizacionais.

Precisamos reconhecer que nem sempre os gestores têm a maturidade e conhecimento adequado para aceitar a mudança, por isso é muito comum que existam resistências na adoção de novas modalidades de gestão.

Por algum motivo, o tema gerenciamento de riscos é negligenciado pelo nosso sistema educacional de formação superior, seja graduação, pós-graduação, MBA, e etc., de forma que a grande maioria dos gestores desconhece, mesmo muitas vezes realizando, a importância da visão de riscos para a eficiência e eficácia dos diversos fluxos de negócio.

É muito comum, inclusive na alta gestão, ouvir que a empresa não tem risco, pois está tudo controlado, demonstrando com isto total desconhecimento dos conceitos e fundamentos de risco.

Através de pesquisas realizadas com corporações de diversos setores e nacionalidades, um número significativo de implantação de gerenciamento de riscos não teve sucesso devido à falta de patrocínio da alta gestão, e outras não tiveram sucesso pela falta de um projeto direcionador das atividades que deveriam ser realizadas para o sucesso do processo.

Por experiência, um gerenciamento estruturado de risco corporativo é um gerador de recurso financeiro, seja, prevenindo o retrabalho e as perdas geradas pelos eventos de impacto negativo, ou então, otimizando o sistema de controles internos sobre os processos de negócio.

Uma revisão de processos operacionais baseado em riscos tem a possibilidade de reduzir em até 20% o capital aplicado na gestão do processo. No próximo artigo, vamos tratar dos pontos essenciais para a elaboração de um projeto de GRC.

(02.02.2016)


 

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