A semana no ‘Notícias do Seguro’: do encontro em Portugal à Inteligência Artificial Generativa no Brasil
- Esta edição de A Semana no Notícias do Seguro destaca o protagonismo crescente do setor segurador nas discussões sobre mudanças climáticas, a parceria entre Brasil e Portugal frente aos eventos extremos, e os números recordes da Saúde Suplementar no país
- E ainda: inteligência artificial, memes e um seguro especial que voa alto
Brasil e Portugal: juntos contra riscos climáticos
O setor segurador brasileiro e português compartilha um mesmo desafio: encontrar formas mais eficazes de proteger a população diante de eventos climáticos cada vez mais frequentes e severos
- Durante encontro com representantes da seguradora portuguesa Fidelidade, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, destacou que ambos os países já trabalham em soluções baseadas em dados, como apps que mapeiam riscos de enchentes e inundações. A proposta brasileira deve ser apresentada durante a COP30, em Belém
- Mas o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente: enquanto 50% das casas em Portugal têm seguro residencial, no Brasil esse número é de menos de 15%
COP30: seguros entram na agenda estratégica do clima
Pela primeira vez na história, os seguros foram incluídos entre os 30 objetivos-chave da COP30
A carta assinada pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência, destaca os seguros como instrumento financeiro essencial para mitigar riscos climáticos e apoiar a transição sustentável.
Para Gustavo Brum, da CNseg, essa inclusão é um reconhecimento da importância do setor:
“De forma inédita, essa é a primeira vez que o setor de seguros é incluído entre as dimensões estratégicas da agenda climática no âmbito das cartas presidenciais da COP”
Você sabia? Existe um seguro feito para proteger aeronaves
O Seguro Aeronáutico cobre danos em voos, no solo e até no rolamento. Garante proteção a:
- Casco, motores e equipamentos da aeronave
- Passageiros e carga
- Pessoas em solo ou terceiros envolvidos
- E não para por aí: balões, planadores e drones também podem ser segurados
Saúde Suplementar atinge novo recorde de beneficiários
Segundo dados da FenaSaúde, o Brasil alcançou 52,3 milhões de usuários em planos médico-hospitalares e 34,8 milhões em planos odontológicos
- Em 12 meses, o crescimento foi de quase 1 milhão de novos usuários nos planos médicos e quase 2 milhões nos odontológicos.
- Para a FenaSaúde, os números refletem a valorização da população pela qualidade dos serviços oferecidos
Tá na rede: IA, risadas e inovação no setor
Os vídeos hiper-realistas criados com inteligência artificial, como os gerados pela Veo 3, têm dominado as redes sociais. E o humorista baiano Will Forlan viralizou ao satirizar os erros dessas ferramentas com vídeos hilários
O mercado segurador brasileiro já investiu mais de R$ 20 bilhões em tecnologia e IA só no último ano. As seguradoras já aplicam IA em processos de regulação de sinistros, análise de risco, administração e atendimento ao cliente - com mais precisão, menos perdas e mais eficiência para o consumidor
Seguro e Meio Ambiente: o Protocolo de 2009 e os desafios para um futuro sustentável
Em 2009, o então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, conhecido por sua trajetória de militância ambiental, acompanhou um passo histórico para o setor segurador brasileiro. Em setembro daquele ano, foi assinado o Protocolo de Intenções para a promoção de ações ambientais entre a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e Espírito Santo e o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Esse protocolo marcou o início da incorporação estruturada do conceito de sustentabilidade nas operações de seguros, estabelecendo diretrizes para práticas mais responsáveis e com foco na preservação ambiental.
Como disse Carlos Minc na época:
“Não somos mais o ‘primo chato’ da Esplanada. O Meio Ambiente hoje é ouvido em diversas instâncias governamentais. Esta conquista levou anos e hoje não somos mais os últimos a serem consultados”
Ele destacou ainda o avanço no monitoramento por satélite dos biomas brasileiros, incluindo Amazônia e Cerrado, que passaram a ter maior visibilidade e prioridade nas políticas públicas.
Da COP15 à COP30: evolução das metas climáticas no Brasil
Na COP 15, realizada em Copenhague em 2009, o Brasil se comprometeu a reduzir em 80% as taxas de desmatamento até 2020. Em 2025, o país será sede da COP 30, em Belém (PA), reforçando seu protagonismo nas negociações globais.
Se antes as discussões giravam em torno de conter o desmatamento e reduzir emissões de dióxido de carbono, hoje o debate é ainda mais amplo e urgente. Inclui as consequências já presentes das mudanças climáticas, como eventos extremos mais frequentes, impactos em ecossistemas e efeitos diretos sobre a população.
Desenvolvimento sustentável: da política a prática no campo
Já em 2009, durante a gestão de Carlos Minc, o desenvolvimento sustentável era um dos pilares das discussões globais e um critério crescente para investimentos. A preservação ambiental começou a ser percebida não apenas como custo, mas como estratégia de produtividade e rentabilidade para o setor agropecuário.
Nas palavras do então ministro Carlos Minc:
“Quando o agricultor faz uma queimada, um corte raso de floresta, ele colhe uma boa safra uma ou duas vezes no máximo, e depois abandona a terra arrasada ou precisa de uma fortuna para recuperá-la. Com tecnologias sustentáveis, como o plantio direto e a agrofloresta, ele terá colheita e terra produtiva por muito mais tempo”
Essa lógica segue atual e relevante, diante da necessidade de equilibrar produção e conservação, reduzindo o desmatamento e garantindo segurança alimentar.
Seguros para sustentabilidade: proteção para quem investe no futuro
Hoje, o mercado de seguros acompanha essa evolução e oferece coberturas específicas para apoiar práticas sustentáveis. Entre os principais produtos estão: Seguro Compreensivo de Florestas, Seguro de Responsabilidade Civil Riscos Ambientais e Seguro Pecuário.
Além disso, o conceito de Ambiental, Social e Governança (ASG) ganhou força, orientando investimentos e gerando índices de sustentabilidade empresarial. Isso estimula práticas responsáveis e fortalece a imagem das empresas junto à sociedade e ao mercado.
Preservação ambiental: uma tarefa que vai além do governo
A assinatura do protocolo em 2009 mostrou que a preservação ambiental não é responsabilidade exclusiva do governo. Requer o engajamento de toda a sociedade e de setores estratégicos da economia.
Ao integrar a sustentabilidade em seus produtos e operações, o mercado segurador demonstra que proteger o meio ambiente pode ser ao mesmo tempo essencial para o planeta e viável para os negócios. Um compromisso que, iniciado em 2009, continua a evoluir — e precisa se fortalecer ainda mais para enfrentar os desafios climáticos atuais e futuros.
Fonte: CNseg, em 04.07.2025