CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA
RESOLUÇÃO CFF Nº 685, DE 30.05.2020
Regulamenta a atribuição do farmacêutico na prática da ozonioterapia.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF), no uso de suas atribuições previstas na Lei Federal nº 3.820, de 11 de novembro 1960;
Considerando que o CFF, no âmbito de sua área específica de atuação e, como entidade de profissão regulamentada, exerce atividade típica de Estado, nos termos do artigo 5º, inciso XIII; artigo 21, inciso XXIV e artigo 22, inciso XVI, todos da Constituição Federal;
Considerando a outorga legal ao CFF de zelar pela saúde pública, promovendo ações de assistência farmacêutica em todos os níveis de atenção à saúde, de acordo com a alínea "p", do artigo 6º da Lei Federal nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, com as alterações da Lei Federal nº 9.120, de 26 de outubro de 1995;
Considerando que é atribuição do CFF expedir resoluções para eficácia da Lei Federal nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, e que lhe compete o múnus de definir ou modificar a competência dos profissionais de Farmácia em seu âmbito, conforme o artigo 6º, alíneas "g" e "m";
Considerando a Lei Federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências;
Considerando a Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e dá outras providências;
Considerando o Decreto Federal nº 85.878, de 7 de abril de 1981, que estabelece normas para execução da Lei Federal nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, dispondo sobre o exercício da profissão farmacêutica, e dá outras providências;
Considerando a Portaria MS/GM nº 971, de 03 de maio de 2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS;
Considerando a Portaria MS nº 702, de 21 de março de 2018, que inclui a ozonioterapia na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC no SUS;
Considerando a Portaria 1.988, de 20 de dezembro de 2018, que atualiza os procedimentos e serviço especializado de Práticas Integrativas e Complementares na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS, e no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);
Considerando a Resolução/CFF nº 366, de 02 de outubro de 2001, que dispõe sobre as especialidades de farmácia reconhecidas pelo Conselho Federal de Farmácia, e a Resolução/CFF nº 572, de 25 de abril de 2013, que dispõe sobre a regulamentação das especialidades farmacêuticas, por linhas de atuação;
Considerando a Resolução/CFF nº 463, de 27 de junho de 2007, que dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no controle de qualidade e tratamento de água para consumo humano, seu padrão de potabilidade e controle ambiental, bem como o controle de operação das estações de tratamento de água e esgotos domésticos e industriais, de piscinas, praias, balneários, hotéis, condomínios e congêneres;
Considerando a Resolução/CFF nº 470, de 28 de março de 2008, que regula as atividades do farmacêutico em gases e misturas de uso terapêutico e para fins de diagnóstico;
Considerando a RDC da Anvisa nº 67, de 08/10/2007, que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias, atualizada pela RDC nº 87, de 21/11/ 2008, que altera o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação em Farmácias;
Considerando RDC da Anvisa nº 9, de 04/03/ 2010, que dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Gases Medicinais;
Considerando a RDC da Anvisa nº 32, de 05/07/ 2011, que dispõe sobre os critérios técnicos para a concessão de Autorização de Funcionamento de empresas fabricantes e envasadoras de gases medicinais;
Considerando a 21ª edição da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), que inclui o oxigênio medicinal no item 1.1.1 e o classificou como "inhalational medicine" (medicamento de uso por inalação), disponível em https://apps.who.int/iris/handle/10665/325771;
Considerando que o oxigênio e o ozônio medicinais atuam, principalmente, por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, apresentam propriedades de prevenir, tratar e aliviar enfermidades ou doenças e que são utilizados nas terapêuticas de inalação/nebulização;
Considerando que se torna de grande importância o conhecimento de que o oxigênio e o ozônio medicinais são medicamentos ou preparações magistrais e, desse modo, devem ser selecionados e monitorizados com rigor, definindo-se o objetivo do uso, modo de administração, dosagem e as respostas e alterações decorrentes do uso desta terapia, resolve:
Art. 1º - Reconhecer como atribuição do farmacêutico os serviços em ozonioterapia como prática complementar e integrativa.
Art. 2º - O farmacêutico poderá requerer sua habilitação em ozonioterapia no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, desde que atenda a um dos seguintes requisitos:
I - ser egresso de programa de pós-graduação lato sensu reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), relacionado a esta área;
II - ser egresso de programa de residência multidisciplinar de formação na área de ozonioterapia;
III - ser egresso de curso livre de formação profissional em ozonioterapia, reconhecido pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), de acordo com os referenciais mínimos obrigatórios para a prestação dos serviços que estão descritos no anexo I desta resolução.
Art. 3º - O farmacêutico que, em até 180 (cento e oitenta) dias, a partir da data de publicação desta resolução no Diário Oficial da União, comprovar o exercício da ozonioterapia há, pelo menos, 12 (doze) meses contínuos ou intermitentes, poderá requerer ao Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição o reconhecimento em ozonioterapia, apresentando os seguintes documentos:
1) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) de, no mínimo, 10 (dez) pacientes.
2) No caso de trabalhar em empresa:
a) Farmacêutico com vínculo empregatício: constitui documento obrigatório a declaração do empregador (pessoa jurídica), em que deverá constar a identificação do empregador, com número do CNPJ e endereço completo, bem como a função exercida, com a descrição das atividades e a indicação do período em que foram realizadas pelo requerente;
b) Farmacêutico como proprietário do estabelecimento: constitui documento obrigatório o contrato social da empresa e o alvará de funcionamento, além da função exercida, com a descrição das atividades e a indicação do período em que foram realizadas pelo requerente;
Parágrafo único - O farmacêutico legalmente habilitado em ozonioterapia poderá assumir responsabilidade técnica por estabelecimento farmacêutico que realizar esta prática.
Art. 4º - São atribuições do farmacêutico na prática da ozonioterapia:
I - Fazer a anamnese farmacêutica, avaliando sinais e sintomas, identificando as necessidades do paciente, bem como a utilização da ozonioterapia como prática complementar e integrativa;
II - Participar da formulação de protocolos clínicos específicos para cada paciente;
III - Implementar os diferentes protocolos necessários, de acordo com o plano de cuidado, segundo a via de administração a ser utilizada;
IV - Contribuir para a qualidade do tratamento, que deverá estar baseado nas melhores evidências;
V - Escalonar as doses de ozônio medicinal a serem utilizadas e a via adequada, de acordo com a avaliação das necessidades do paciente;
VI - Disponibilizar, em duas vias, o TCLE assinado pelo paciente;
VII - Aplicar o ozônio medicinal de maneira isolada ou em combinação, em local devidamente licenciado que atenda às normas sanitárias vigentes, pertinentes à execução desta atividade;
VIII - Fazer o acompanhamento farmacoterapêutico e registrar no prontuário do paciente;
IX - Utilizar equipamentos e materiais apropriados, devidamente registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
X - Planejar, coordenar e participar de programas de capacitação, de educação continuada e permanente em saúde;
XI - Planejar, coordenar e realizar atividades de pesquisa, de acordo com o método científico e com os princípios éticos vigentes;
XII - Atuar como docente e colaborador em cursos de extensão, de formação técnica, de graduação e de pós-graduação;
XIII - Responder tecnicamente pela aplicação de ozônio em clínicas ou hospitais, como na desinfecção de ambientes e materiais diversos.
Art. 5º - Consideram-se, para os fins desta resolução, as definições de termos e referências contidas nos anexos I e II.
Art. 6º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
WALTER DA SILVA JORGE JOÃO
Presidente do Conselho
(DOU de 07.05.2020 - págs. 267 a 269 - Seção 1)
ANEXO I
REFERENCIAIS MÍNIMOS OBRIGATÓRIOS PARA CURSO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
O curso deverá ter critérios claros de avaliação e aprovação que demonstrem o alcance dos objetivos de aprendizagem, com no mínimo 80 horas, sendo 40% de horas teóricas, que poderão ser em modalidade presencial ou a distância, e 60% de horas de prática, apenas presencial.
Ao final do curso, o farmacêutico deverá estar apto a:
I - Referenciais teóricos:
a) Reconhecer os benefícios da ozonioterapia para a saúde pública;
b) Entender e interpretar exames complementares necessários à avaliação do uso seguro da ozonioterapia;
c) Entender os aspectos técnicos e legais relacionados à ozonioterapia;
d) Interpretar legislações e descrever medidas relacionadas à segurança ocupacional;
e) Elaborar o plano de gerenciamento de resíduos em serviços de saúde;
f) Identificar o papel do farmacêutico e as etapas da prática de ozonioterapia;
g) Identificar as técnicas de preparo e administração de ozônio pelas diferentes vias de administração;
h) Entender as bases bioquímicas e os mecanismos de ação do ozônio medicinal no organismo, considerando seus efeitos adversos, suas contraindicações, toxicidade e as diversas interações com medicamentos/alimentos;
i) Identificar os estudos pré-clínicos e clínicos do ozônio, suas diferentes vias de administração e bases para a dosificação científica;
j) Identificar as diversas aplicações clínicas da ozonioterapia e entender os seus respectivos protocolos clínicos;
k) Conhecer as características dos Óleos Ozonizados e suas aplicações terapêuticas;
l) Reconhecer as propriedades físico-químicas do gás ozônio medicinal;
m) Conhecer as características dos equipamentos geradores de ozônio medicinal, dos materiais utilizados compatíveis e incompatíveis e as unidades de medidas;
n) Entender como ocorre a geração de ozônio;
o) Interpretar os protocolos de segurança do paciente durante a administração de ozônio;
p) Informar-se a respeito das condutas a serem adotadas diante dos possíveis eventos adversos pós-ozonioterapia e de outros problemas a ela relacionados;
q) Identificar as necessidades de saúde que demandem encaminhamento do paciente a outro profissional ou serviço de saúde;
r) Descrever a forma correta de documentação do processo de cuidado ao paciente.
II - Referenciais práticos:
a) Acolher a demanda e avaliar as necessidades do paciente;
b) Identificar as necessidades e os problemas de saúde, as situações especiais, precauções e contraindicações relativas à ozonioterapia e, quando couber, solicitar exames complementares;
c) Colaborar na elaboração do plano de cuidado e selecionar as condutas a serem adotadas, incluindo a dosificação do ozônio, via de administração, tempo de tratamento e insumos necessários;
d) Manejar o gerador de ozônio medicinal;
e) Preparar o ozônio medicinal isolado ou em combinação, na dose definida, e descartar adequadamente os resíduos;
f) Educar a pessoa sobre os cuidados e as precauções relativos à ozonioterapia;
g) Acompanhar e manejar eventos adversos pós-ozonioterapia;
h) Documentar o processo de cuidado ao paciente;
i) Instituir as medidas de higiene e paramentação para a prática de ozonioterapia.
ANEXO II
GLOSSÁRIO
Anamnese farmacêutica: procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizada pelo farmacêutico por meio de entrevista, com a finalidade de conhecer sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades relacionadas à saúde.
Acompanhamento farmacoterapêutico: registros efetuados pelo farmacêutico no prontuário do paciente, com a finalidade de documentar o cuidado em saúde prestado, propiciando a comunicação entre os diversos membros da equipe de saúde.
Ozônio - molécula triatômica, composta por três átomos de oxigênio, utilizado como agente terapêutico na ozonioterapia na forma de um gás incolor, obtido a partir do oxigênio, por meio de equipamentos específicos para este fim. O ozônio em baixas concentrações desempenha funções importantes dentro da célula, com propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, de modulação do estresse oxidativo, da melhora da circulação periférica e da oxigenação e ativação do sistema imunológico.
Ozonioterapia - técnica terapêutica complementar e integrativa, que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, ou seja, o ozônio medicinal; usada no tratamento de um amplo número de problemas de saúde e disfunções estéticas.
Saúde baseada em evidência: abordagem que utiliza as ferramentas da epidemiologia clínica, da estatística, da metodologia científica, e da informática para trabalhar a pesquisa, o conhecimento, e a atuação em saúde, com o objetivo de oferecer a melhor informação disponível para a tomada de decisão nesse campo.
REFERÊNCIAS
Al Habashneh, R., Alsalman, W. & Khader, Y. Ozone as an adjunct to conventional nonsurgical therapy in chronic periodontitis: a randomized controlled clinical trial. J Periodontal Res 50, 37-43 (2015).
Albertini, F. & Bonetti, M. Intraforaminal O2-O3 infiltration: use of CT guidance in case of acci- dental puncture of the periganglionic venous plexus. Rev Ital Ossigeno Ozono Ter 5, 21-6 (2006).
Andreula, C., Muto, M. & Leonardi, M. Interventional spinal procedures. Eur J Radiol 50, 112-9 (2004).
Andreula, C.F. et al. Minimally invasive oxygen-ozone therapy for lumbar disk herniation. AJNR Am J Neuroradiol 24, 996-1000 (2003).
Anzolin, A. P. and Bertol, C. D.. Ozone therapy as an integrating therapeutic in osteoartrosis treatment: a systematic review. BrJP [online]. 2018, vol.1, n.2
Baysan, A. & Lynch, E. Clinical reversal of root caries using ozone: 6-month results. Am J Dent 20, 203-8 (2007).
Bezirtzoglou, E. et al. A quantitative approach to the effectiveness of ozone against microbiota organisms colonizing toothbrushes. J Dent 36, 600-5 (2008).
Biedunkiewicz, B., Tylicki, L., Nieweglowski, T., Burakowski, S. & Rutkowski, B. Clinical efficacy of ozonated autohemotherapy in hemodialyzed patients with intermittent claudication: an oxy- gen-controlled study. Int J Artif Organs 27, 29-34 (2004).
Biondi, G., Zini, M. & Bramanti, E. Reactivity of nucleic acids with ozone: an FT-IR micrsospec- troscopy study. App. Sprectroscopy 51(1997).
Bocci, V. Biological and clinical effects of ozone. Has ozone therapy a future in medicine? Br J Biomed Sci 56, 270-9 (1999).
Bocci, V. Does ozone really "cure" cancer? Int J Cancer 123, 1222; author reply 1223 (2008).
Bocci, V. Is it true that ozone is always toxic? The end of a dogma. Toxicol Appl Pharmacol 216, 493- 504 (2006).
Bocci V1, Travagli V, Zanardi I. May oxygen-ozone therapy improves cardiovascular disorders? Cardiovasc Hematol Disord Drug Targets. Jun;9(2):78-85 (2009).
Bocci, V. et al. Ozonation of blood during extracorporeal circulation. I. Rationale, methodology and preliminary studies. Int J Artif Organs 22, 645-51 (1999).
Bocci, V. (ed.) Ozone: A new medical drug. ISBN-10: 9048168058. ISBN-13: 978-9048168057., 295 (Springer, Netherlands, 2010).
Bocci, V. Ozone A New Medical Drug, 295 (Springer, Dordrecht, The Nederlands, 2005).
Bocci, V. Ozone as a bioregulator. Pharmacology and toxicology of ozonetherapy today. J Biol Regul Homeost Agents 10, 31-53 (1996).
Bocci, V. Oxygen-Ozone therapy. A critical evaluation, 440 (The Netherlands: Kluwer Academic Publishers, 2002).
Bocci, V. et al. Studies on the biological effects of ozone: 9. Effects of ozone on human platelets. Platelets 10, 110-6 (1999).
Bocci, V. et al. Validity of Oxygen-Ozone Therapy as Integrated Medication Form in Chronic Inflammatory Diseases. Cardiovasc Hematol Disord Drug Targets.;15(2):127-38 (2015).
Brauner, A. [Clinical studies of therapeutic results from ozonized water for gingivitis and perio- dontitis]. Zahnarztl Prax 42, 48-50 (1991).
Campanati, A. et al. Topical ozonated oil versus hyaluronic gel for the treatment of partial- to full-thickness second-degree burns: A prospective, comparative, single-blind, non-randomised, controlled clinical trial. Burns 39, 1178-83 (2013).
Cardoso, M.G., de Oliveira, L.D., Koga-Ito, C.Y. & Jorge, A.O. Effectiveness of ozonated water on Candida albicans, Enterococcus faecalis, and endotoxins in root canals. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 105, e85-91 (2008).
Chuprunova, I.N. [Osteoplasty and ozone therapy in the treatment of a severe degree of generali- zed periodontitis]. Stomatologiia (Mosk) Spec No, 90-1 (1996).
Clavo, B. et al. Adjuvant Ozonotherapy in Advanced Head and Neck Tumors: A Comparative Study. Evid Based Complement Alternat Med 1, 321-25 (2004).
Corea, F., Amici, S., Murgia, N. & Tambasco, N. A case of vertebrobasilar stroke during oxygen-ozo- ne therapy. J Stroke Cerebrovasc Dis 13, 259-61 (2004).
D'Aprile, P., Tarantino, A., Brindicci, D. & Bonetti, M. Infiltrazione intraforaminal di O2-O3 Tc guidata. La nostra experienza nei conflitti disco-radicolari. Rev Ital Ossigeno Ozono Ter 3, 37-44 (2004).
Dahnhardt, J.E., Jaeggi, T. & Lussi, A. Treating open carious lesions in anxious children with ozone. A prospective controlled clinical study. Am J Dent 19, 267-70 (2006).
De Oliveira Magalhaes, F.N., Dotta, L., Sasse, A., Teixera, M.J. & Fonoff, E.T. Ozone Therapy as a Treatment for Low Back Pain Secondary to Herniated Disc: A Systematic Review and Meta-analy- sis of Randomized Controlled Trials. Pain Physician 15, E115-29 (2012).
Di Paolo, N. et al. Extracorporeal blood oxygenation and ozonation (EBOO) in man. preliminary report. Int J Artif Organs 23, 131-41 (2000).
Di Paolo, N., Bocci, V. & Gaggiotti, E. Ozone therapy. Int J Artif Organs 27, 168-75 (2004).
Di Paolo, N., Gaggiotti, E. & Galli, F. Extracorporeal blood oxygenation and ozonation: clinical and biological implications of ozone therapy. Redox Rep 10, 121-30 (2005).
EIGA. European industrial gases association AISBL. Comparison of European, US & Japanese pharmacopoeia monographs for medicinal gases. MGC Doc 152/11/E Revision of Doc 152/08. Avenue des Arts 3-5 B 1210 Brussels. www.eiga.eu [Revised 07/06/2013]. (2011).
El Hadary, A.A., Yassin, H.H., Mekhemer, S.T., Holmes, J.C. & Grootveld, M. Evaluation of the effect of ozonated plant oils on the quality of osseointegration of dental implants under the influence of cyclosporin a: an in vivo study. J Oral Implantol 37, 247-57 (2011).
European Union Directive 2002/95/EC on the restriction of the use of certain hazardous substan- ces in electrical and electronic equipment (EEE) is referred to as RoHS 1 (27 January 2003); and the recast Directive 2011/65/EU is referred to as RoHS 2. It came into force on the 21st July 2011. http:// www.conformance.co.uk/adirectives/doku.php?id=rohs. in Official Journal of the European Union (ed. Communities, T.C.o.t.E.) (2003).
Faustini, A. et al. A cluster of hepatitis C virus infections associated with ozone-enriched transfu- sion of autologous blood in Rome, Italy. Infect Control Hosp Epidemiol 26, 762-7 (2005).
Gazzeri, R., Galarza, M., Neroni, M., Esposito, S. & Alfieri, A. Fulminating septicemia secondary to oxygen-ozone therapy for lumbar disc herniation: case report. Spine 32, E121-3 (2007).
Ginanneschi, F., Cervelli, C., Milani, P. & Rossi, A. Ventral and dorsal root injury after oxygen-ozo- ne therapy for lumbar disk herniation. Surg Neurol 66, 619-20; discussion 620-1 (2006).
Giudice, G.L., Valdi, F., Gismondi, M., Prosdocimo, G. & Belvis, V.d. Acute bilateral vitreo-retinal hemorrhages following oxygenozone therapy for lumbar disk herniation. Am J Ophthalmol 138, 175-7 (2004).
He, X. et al. Percutaneous injection of intradiscal and paraspinal space with O2-O3 mixture to treat lumbar disc herniation. Rev Ital Ossigeno Ozono Ter 2, 135-8 (2003).
Holmes, J. Clinical reversal of root caries using ozone, double-blind, randomised, controlled 18-month trial. Gerodontology 20, 106-14 (2003).
Huth, K.C. et al. Effectiveness of ozone against endodontopathogenic microorganisms in a root canal biofilm model. Int Endod J 42, 3-13 (2009).
ISCO3. Guidelines and Recommendations for Medical Professionals Planning to Acquire a Medical Ozone Generator. http://www.isco3.org/offdocs.html. 1 edn (Madrid, 2014).
ISCO3. Learning Methodology Instructions and Perfection in Ozone Therapy for Medical Doctors. www.isco3.org. (2015).
ISCO3. Ozone in non-rheumatic locomotor system pathologies. http://www.isco3.org/files/ Final%20non%20reumathic%20July%202014.pdf. (2014).
ISCO3. Ozone Therapy and its Scientific Foundations. http://www.isco3.org/. (ISCO3, Madrid, 2012). http://www.xn--revistaespaoladeozonoterapia-7xc.es/index.php/reo/article/view/23
ISCO3. Ozone Therapy and Legislation - Analysis for its Regularization. http://www.isco3.org/off- docs.html 2edn (Madrid, 2015). http://www.xn--revistaespaoladeozonoterapia-7xc.es/index.php/reo
ISCO3. Ozone Therapy International Library. http://www.isco3.org/library.html
Jacob, M. Untersuchung uber Zwischenfallen und typische komplicationen in der Ozon-sauersto- ff-therapie. Ozonachrichten, 5-11 (1982).
Kontorschikova, C. et al. Ozone correction of metabolism misbalance induced by endogen intoxi- cation in patients with burning injury. in IOA 17th World Ozone Congress (ed. IOA, M.T.C.) (Stras- bourg, 2005).
Kronenberg, O., Lussi, A. & Ruf, S. Preventive effect of ozone on the development of white spot lesions during multibracket appliance therapy. Angle Orthod 79, 64-9 (2009).
Kustarci, A., Sumer, Z., Altunbas, D. & Kosum, S. Bactericidal effect of KTP laser irradiation against Enterococcus faecalis compared with gaseous ozone: an ex vivo study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 107, e73-9 (2009).
Leonardi, M. [Disc Puncture under Fluoroscopic Guidance]. Rev Ital Ossigeno Ozono Ter 1, 73-8 (2002).
Li, L. Y., Ma, R. L., Du, L., & Wu, A. S. Ozonated autohemotherapy modulates the serum levels of inflammatory cytokines in gouty patients. Open access rheumatology : research and reviews, 9, 159-165 (2017).
Litvinenko, S.V., Kipenskey, A.V. & Kud, A.A. The efficiency comparative analysis of various ozone therapy techniques for purulent maxillary sinusitis treatment. in Proceedings of IV Ukrainian-Rus- sian theoretical and practical conference, the 3 th Asian- European theoretical and practical confe- rence "Ozone in biology and medicine" Vol. 5 95-97 (Bulletin of physiotherapy and balneology, 2008).
Lo Giudice, G., Valdi, F., Gismondi, M., Prosdocimo, G. & de Belvis, V. Acute bilateral vitreo-retinal hemorrhages following oxygen-ozone therapy for lumbar disk herniation. Am J Ophthalmol 138, 175-7 (2004).
Lynch, E. Evidence-based efficacy of ozone for root canal irrigation. J Esthet Restor Dent 20, 287- 93 (2008).
Marchetti, D. & La Monaca, G. An unexpected death during oxygen-ozone therapy. Am J Forensic Med Pathol 21, 144-7 (2000).
Martínez-Sánchez, G. & Re, L. Rectal administration and its application in ozonetherapy. Int. J. Ozone Therap. 11, 41-49 (2012).
Maslennikov, O.V., Kontorshikova, C.N. & Gribkova, I.A. Ozone therapy in Practice. Health Manual, Ministry Health Service of The Russian Federation The State Medical Academy Of Nizhny Novgo- rod, Russia. http://www.absoluteozone.com/assets/ozone_therapy_in_practice.pdf, (2008).
Mayer, C., Soyka, M. & Naber, D. [Paranoid hallucinatory psychoses in an HIV infected patient on ozone therapy]. Nervenarzt 62, 194-7 (1991).
McKenna, D.F., Borzabadi-Farahani, A. & Lynch, E. The effect of subgingival ozone and/or hydro- gen peroxide on the development of peri-implant mucositis: a double-blind randomized contro- lled trial. Int J Oral Maxillofac Implants 28, 1483-9 (2013).
Menéndez, s., González, R. & Ledea, O. Ozono, aspectos básicos y aplicaciones clínicas, (CENIC, La Habana, 2008).
Menzel, D.B. Ozone: an overview of its toxicity in man and animals. J Toxicol Environ Health 13, 183-204 (1984).
Montevecchi, M., Dorigo, A., Cricca, M. & Checchi, L. Comparison of the antibacterial activity of an ozonated oil with chlorhexidine digluconate and povidone-iodine. A disk diffusion test. New Microbiol 36, 289-302 (2013).
Muto, M. [Intradiscal and Intramuscolar Injection of Oxygen-Ozone: Pathological Evaluation. Work in Progress]. Rev Ital Ossigeno Ozono Ter 3, 7-13 (2004).
Nagayoshi, M. et al. Efficacy of ozone on survival and permeability of oral microorganisms. Oral Microbiol Immunol 19, 240-6 (2004).
NIH. National Institutes of Health. National Cancer Institute. U.S. Dep. of health and human servi- ces.Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE). Version 4.0. (v4.03: June 14, 2010) http://evs.nci.nih.gov/ftp1/CTCAE/CTCAE_4.03_2010-014_QuickReference_5x7.pdf. (2010).
Nkhoma, E.T., Poole, C., Vannappagari, V., Hall, S.A. & Beutler, E. The global prevalence of gluco- se-6-phosphate dehydrogenase deficiency: a systematic review and meta-analysis. Blood Cells Mol Dis 42, 267-78 (2009).
Noetzel, J. et al. Efficacy of calcium hydroxide, Er:YAG laser or gaseous ozone against Enterococcus faecalis in root canals. Am J Dent 22, 14-8 (2009).
OCEBM. Levels of Evidence Working Group. http://www.cebm.net/oxford-centre-evidence-ba- sed-medicine-levels-evidence-march-2009/. (2009).
Paoloni, M. et al. Intramuscular oxygen-ozone therapy in the treatment of acute back pain with lumbar disc herniation: a multicenter, randomized, double-blind, clinical trial of active and simu- lated lumbar paravertebral injection. Spine 34, 1337-44 (2009).
Pecorelli, A. et al. NRF2 activation is involved in ozonated human serum upregulation of HO-1 in endothelial cells. Toxicol Appl Pharmacol 267, 30-40 (2013).
Pellicano, G., Martinelli, F. & Tavanti, V. The Italian Oxygen-Ozone Therapy Federation (FIO) study on Oxygen-Ozone Treatment of herniated disc. Int. J. Ozone Therapy 6, 7-15 ( 2007).
Pharmacopoeia, E. (ed.) http://www.edqm.eu/site/european-pharmacopoeia-7th-edition-1401. html (2010).
Pharmacopoeia, J. (ed.) Japanese Pharmacopoeia http://jpdb.nihs.go.jp/jp15e/ (2006).
Ragab, A., Shreef, E., Behiry, E., Zalat, S. & Noaman, M. Randomised, double-blinded, place- bo-controlled, clinical trial of ozone therapy as treatment of sudden sensorineural hearing loss. J Laryngol Otol 123, 54-60 (2009).
Razumovskii, S.D., Konstantinova, M.L., Grinevich, T.V., Korovina, G.V. & Zaitsev, V.Y. Mechanism and kinetics of the reaction of ozone with sodium chloride in aqueous solutions. Kinetics and Ca- talysis 51, 492-496 (2010).
Re, L. et al. Is ozone pre-conditioning effect linked to Nrf2/EpRE activation pathway in vivo? A preliminary result. Eur J Pharmacol 742, 158-62 (2014).
Riquet, J., Riquet, C. & Campinchi, R. Sudden onset of isolated orbital emphysema during dental ozone insuflation. Bull. Soc. Ophtalmol. Fr. 75, 533-537 (1975).
Sánchez P. et.al. Unidad de tratamiento de dolor: estándares y recomendaciones69. (Madrid: Ministerio de Sanidad, Política Social e Igualdad. http://www.msssi.gob.es/organizacion/sns/plan CalidadS NS/docs/EERR/Unidad_de_tratamiento_del_dolor.pdf (2011).
Sánchez, G.M.-. Re, L., Perez-Davison, G. & Delaporte, R.H. Las aplicaciones médicas de los acei- tes ozonizados, actualización. Rev Esp Ozonoterapia 2, 121-139 (2012).
Scarchilli, A. & Malpieri, R. Irritazione meníngea post-trattamento con ossigeno-ozonoterapia paravertebral. Presentazione di un caso. Rev Ital Ossigeno Ozono Ter 3, 35-6 (2004).
Scarchilli, A. & Malpieri, R. Meningeal irritatation after paravertebral oxygenozone injections. A case report. Riv. It. Ossigeno-Ozonot 3, 35-36 (2004).
Schulz, S. et al. Treatment with ozone/oxygen-pneumoperitoneum results in complete remission of rabbit squamous cell carcinomas. Int J Cancer 122, 2360-7 (2008).
Schwartz, A. (ed.) Guía para el uso médico del ozono. Fundamentos terapéuticos e indicaciones. ISBN: 978-84-615-2244-6, 315 (AEPROMO, 2011).
Seyam, O., Smith, N. L., Reid, I., Gandhi, J., Jiang, W., & Khan, S. A. (2018). Clinical utility of ozone therapy for musculoskeletal disorders. Medical gas research, 8(3), 103-110. (2018)
Sherman, M. et al. Multidisciplinary Canadian consensus recommendations for the management and treatment of hepatocellular carcinoma. Curr Oncol 18, 228-40 (2012).
Shmakova, I.P. & Nazarov, E.I. Methods of application of ozone in medicine (guidelines). (The Mi- nistry of Health of Ukraine. Ukrainian centre for scientific medical information and license work., Kiev, 2004).
Smith, N. L., Wilson, A. L., Gandhi, J., Vatsia, S., & Khan, S. A.. Ozone therapy: an overview of pharmacodynamics, current research, and clinical utility. Medical gas research, 7(3), 212-219. (2017)
Silva, R.A., Garotti, J.E., Silva, R.S., Navarini, A. & Pacheco, A.M., Jr. Analysis of the bactericidal effect of ozone pneumoperitoneum. Acta Cir Bras 24, 124-7 (2009).
Staal, J.B., de Bie, R.A., de Vet, H.C., Hildebrandt, J. & Nelemans, P. Injection therapy for subacute and chronic low back pain: an updated Cochrane review. Spine 34, 49-59 (2009).
Steppan, J., Meaders, T., Muto, M. & Murphy, K.J. A metaanalysis of the effectiveness and safety of ozone treatments for herniated lumbar discs. J Vasc Interv Radiol 21, 534-48 (2010).
T seng, C. & Li, C. Inactivation of surface viruses by gaseous ozone. J Environ Health 70, 56-62 (2008).
Travagli, V., Zanardi, I., Gabbrielli, A., Paccagnini, E. & Bocci, V. Are dialysis devices usable as ozo- ne gas exchangers? Artif Organs 34, 170-5 (2009).
Tylicki, L., Niew glowski, T., Biedunkiewicz, B., Burakowski, S. & Rutkowski, B. Beneficial clinical effects of ozonated autohemotherapy in chronically dialysed patients with atherosclerotic ischemia of the lower limbs--pilot study. Int J Artif Organs 24, 79-82 (2001).
USP. United States Pharmacopoeia: USP33, NF28 http://www.usp.org/. (2010).
Valacchi, G. et al. Ozonated sesame oil enhances cutaneous wound healing in SKH1 mice. Wound Repair Regen 19, 107-15 (2011).
Viebahn-Hänsler, R. (ed.) Ozon-Sauerstoff-Therapie Ein praktisches Handbuch, 106 (Haug/Thie- me, Stuttgart, 2009).
Viebahn-Hänsler, R. The use of ozone in medicine, 1-176 (ODREI, Germany, 2007).
Viebahn-Hänsler, R., Fernández, O.S.L. & Fahmy, Z. Ozone in Medicine: The Low- Dose Ozone Concept. Guidelines and Treatment Strategies. Ozone Science & Engineering 34, 408-424 (2012).
Viviana, C. & Gabriele, T. Exposure to low ozone concentrations induces cytoskeletal reorganization, mitochondrial activity and nuclear transcription in epithelial human cells. European Coope- ration of Medical Ozone Societies Congress (Zurich, 2014).
Wallner, F. International Ozone Association (IO3A) Ozone News. www.io3a.com 33, 14-15 (2005).
Wang, R.R. et al. [The disinfecting effect of ozone on four kinds of bacteria]. Shanghai Kou Qiang Yi Xue 17, 92-5 (2008).
Warkentin, T.E. & Greinacher, A. Heparin-induced thrombocytopenia and cardiac surgery. Ann Thorac Surg 76, 2121-31 (2003).
Yamada, K. et al. Antimicrobial activity of super-oxidised water against oral microorganisms. Arch Oral Biol 55, 397-400 (2010).
Ying, W., Mei, J. & Min, W. Percutaneous treatment of lumbar disc herniation by oxygen-ozone injection. A clinical study of 322 cases. 4, 6-8 (2005).
Zambello, A., Bianchi, M. & Bruno, F. Safety in ozone therapy. Riv. It. Ossigeno-Ozonot 3(2004).
Zambello, A., Bianchi, M. & Bruno, F. Sicurezza in ozonoterapia. Rev Ital Ossigeno Ozono Ter 1, 25-30 (2004).
Zanardi, I., Travagli, V., Gabbrielli, A., Chiasserini, L. & Bocci, V. Physico-chemical characteriza- tion of sesame oil derivatives. Lipids 43, 877-86 (2008).