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Thabata Najdek

Thabata Najdek é advogada e atualmente cursa LLM em Direito dos Mercados Financeiros e de Capitais no INSPER. Há oito anos no mercado segurador, atua nas áreas de responsabilidade civil e linhas financeiras nas companhias líderes de mercado com experiência nos produtos de linhas financeiras D&O, E&O, BBB, Commercial Crime, EPL, e Liability. Experiência na análise e regulação de sinistros, subscrição, colocação de riscos com resseguradores, revisão e desenvolvimento de produtos, bem como treinamentos e capacitação de colaboradores e corretores nestes ramos.



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Por que a sinistralidade do D&O está em 101%?

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Quem acompanha os números do seguro D&O deve ter se assustado com a sinistralidade parcial de 2019 (dados até agosto) publicada pela SUSEP. Segundo os dados a sinistralidade está em 101%.

Mas essa é a sinistralidade do mercado? Reflete o resultado da maioria das seguradoras? Não.

Se analisarmos os números, vamos observar que dos R$ 319 milhões em sinistro, R$ 263 milhões pertencem a duas seguradoras, ou seja, apenas duas companhias estão com 82% dos sinistros do “mercado”. Os outros 18% estão distribuídos nas outras vinte seguradoras.

De fato, a sinistralidade do seguro D&O tem crescido nos últimos dez anos, no entanto está longe de ser uma carteira que resulta em prejuízo. Desde 2009, houve alguns picos de sinistralidade: em 2010 e 2012 ficou em torno dos 40%, 2014 e 2017 em 56%.

Em 2018 o crescimento da sinistralidade foi alto comparado com 2017, saltou de 56% para 81%, no entanto, assim como nesse ano, os sinistros de duas seguradoras foram responsáveis por 70% do resultado total do mercado.

Observando os números das seguradoras, podemos notar que o resultado da carteira de D&O não está alarmante. São resultados pontuais, de determinados riscos, que quando analisados de forma geral podem causar conclusões equivocadas.

(27.10.2019)