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FUNPRESP aposta na governança

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A Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal) na verdade são duas entidades distintas com praticamente o mesmo nome, tendo a diferenciá-las o acompanhamento ao final: “Exe”, voltada para o funcionalismo do poder executivo, e o “Jud”, do Judiciário. Mas o fato é que ambas têm algo mais em comum: o número de adesões aos planos que oferecem é acompanhado com lupa, especialmente por quem acredita que disso depende em boa parte a retomada do crescimento de nosso sistema em bases mais sustentáveis. Felizmente, as notícias que chegam agora são sem dúvidas positivas.

A Funpresp-Jud está alcançando uma taxa de adesão ao redor de 70% dos novos servidores, um resultado que renova as esperanças mesmo se comparado ao dos planos patrocinados por empresas. Na Funpresp-Exec esse percentual anda sendo atingido junto a muitos órgãos do governo, ainda que a média fique um pouco mais embaixo. Em ambos os casos o segredo vêm sendo um esforço extraordinário no sentido de expor aos interessados a melhor governança possível e dar a eles um atendimento apoiado em muitas informações.

Passar confiança na governança é uma preocupação que vem em primeiro lugar. Nesse sentido, o passo inicial foi assegurar que fosse a maior possível a representatividade dos 92 tribunais e das 6 instâncias do Ministério Público que são patrocinadores no Conselho Deliberativo e no Conselho Fiscal da entidade. O STF poderia ter indicado sozinho os conselheiros, mas todos os demais protagonistas foram consultados.

“E os conselheiros chegaram com muita disposição para trabalhar”, resume Elaine de Oliveira Castro, presidente da Funpresp-Jud. Ela conta que, mesmo sem contar com uma diretoria operando, “conseguiram colocar a entidade em funcionamento”. Hoje, com a entidade já contando com 4 diretores empossados em janeiro último, já é possível ter uma ideia melhor da qualidade da obra: todos os demais 21 empregados entraram na Fundação mediante processo seletivo, a exemplo do que ocorreu com a própria diretoria executiva.

O passo seguinte na governança será a abertura, no início de 2015, do processo eleitoral para a eleição de conselheiros pelos participantes, sendo 3 titulares e igual número de suplentes para o Conselho Deliberativo e 2 e 2 para o Fiscal.

Mesma direção - Na Funpresp-Exe a direção é a mesma. Seu presidente, Ricardo Pena, observa que “a experiência que vivi do “outro lado do balcão” durante os 8 anos que trabalhei na SPC e, posteriormente na Previc, contribuiu para o cuidado de zelar, desde o início, com as melhores práticas de gestão e governança, adotando instâncias de decisões colegiadas (conselhos, diretoria executiva e comitês), com documentação e registro em atas, constituição do Regimento Interno e matriz de competências, Código de Ética e Conduta e de uma Política de Alçadas”.

Ricardo Pena acrescenta, na mesma linha de raciocínio: “Priorizamos a montagem da equipe com pessoal capacitado e especializado, isso acompanhado da definição de uma cadeia de responsabilidades, implantação de uma área de auditoria interna ligada ao Conselho Deliberativo, isso tudo constituído e alinhado com transparência e prestação de contas aos patrocinadores, participantes ( que já contam com uma área exclusiva na internet para consulta e acompanhamento de seu extrato de contribuições e rendimentos), assistidos e a sociedade”.

O trabalho montado para adesão de novos servidores, participantes em potencial, não economizou esforços. E os resultados apareceram. A entidade do poder judiciário, relata Elaine, chegou a agosto com 750 participantes, sendo que ela espera chegar a 1.400 até o final deste ano. E a 12.000 no ano de 2020, quando a Funpresp-Jud deverá alcançar o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas, considerando que por enquanto a entidade funciona à base do que foi antecipado em matéria de contribuição patronal.

Na Funpresp-Exe os resultados também espelham o esforço, tanto maior na medida em que previdência complementar é algo totalmente novo no universo do funcionalismo público. Ricardo adianta que em agosto último a sua entidade contava com 5.500 participantes, contingente que deverá subir para 7.800 até o final de 2014.

“Temos viajado o País inteiro, participando de eventos de posse e ambientação de novos servidores”, sintetiza Elaine. Já Ricardo conta que “tem realizado ações sistemáticas para divulgar os planos administrados pela Funpresp-Exe e consequentemente captar novas adesões”. Ele nota que, como a entidade tem um público bastante heterogêneo, distribuído por cerca de 150 carreiras, uma das estratégias tem sido trabalhar com públicos segmentados para que a comunicação seja realizada com mais eficiência. Outra característica é a dispersão territorial, uma vez que há potenciais participantes na maioria das cidades do País.

A conclusão a tirar disso, segundo Ricardo, é ser o caminho da comunicação eletrônica o mais eficaz. “ No entanto, sabemos que é contraproducente abusar dos e-mails marketings e afins, por isso, as redes sociais têm sido grandes aliadas para falar com esse público”, diz, acrescentando que “isso, porém, não descarta ações clássicas que comprovadamente trazem bons resultados, como a comunicação olho no olho. As palestras têm sido grandes aliadas. Também temos um serviço chamado “Hora Marcada Funpresp” onde fazemos atendimento presencial e telefônico, tirando dúvidas e orientando os servidores acerca dos nossos planos ExecPrev e LegisPrev”, nota.

Evento de RHs hoje - Com tantos patrocinadores espalhados pelo País, contar com as suas áreas de Recursos Humanos é com certeza algo imprescindível. Exatamente no dia de hoje (29) a Funpresp-Jud está promovendo o II Evento de Gestão de Pessoas dos Patrocinadores. O primeiro, realizado em maio, reuniu mais de duas centenas de pessoas, número que Elaine acredita vá se repetir agora. A ajuda desses profissionais especializados vem tornando possível a realização bem sucedida de palestras e do “Dia da Funpresp-Jud”, ocasião em que são dedicados dois ou três dias de conferências aos novos servidores dos tribunais espalhados pelo País.

“Temos atuado no sentido de treinar e formar parcerias com os RHs”, garante Ricardo, ao mesmo tempo em que reconhecer não ser esta uma tarefa simples, uma vez que só o Executivo conta com 1.200 pontos de RH localizados em todo o País. Em alguns patrocinadores, como o Ministério da Fazenda, o Banco Central do Brasil, a Anvisa, o Ibama, a UFPE , DNIT e outros já foi criado um elo com os RHs, que em muito tem ajudado a divulgar o plano para os novos servidores. As maiores taxas de adesão ocorrem onde os RHs foram treinados pela Funpresp-Exe e estão mobilizados para apresentar e oferecer o plano aos novos servidores.

Certas situações exemplificam melhor que outras as dificuldades que vêm sendo encontradas e como têm sido enfrentadas. Ricardo relata que um dos segmentos onde está sendo mais difícil conseguir melhores taxas de adesão é o da educação. Algo especialmente lamentado porque é nesse nicho que se encontra o maior número de participantes potenciais, uma vez que foram contratados aproximadamente 9 mil professores para o magistério superior. A resistência é de natureza mais ideológica e parte principalmente das entidades sindicais da categoria.

A Funpresp-Exe não ficou parada. “Decidimos falar diretamente aos professores para desmistificar conceitos e ideias sobre Previdência Complementar, disseminadas erroneamente para a categoria. Criamos a Cartilha do Professor com a estratégia de encaminhar diretamente pelos Correios para cada um deles, esclarecendo sobre a Funpresp-Exe e o Plano ExecPrev. Essa ação tem dado bons resultados e já vem se traduzindo na opção pela Funpresp por parte de muitos professores”, analisa Ricardo.

Fonte: ABRAPP, em 29.09.2014.