Você deve ter acompanhado aqui em nosso blog uma série de publicações com base no Vigitel Brasil Saúde Suplementar 2016. Exatamente pela abrangência da pesquisa no território nacional e importância dos temas tratados, a necessidade de sua divulgação é essencial para o conhecimento da saúde do brasileiro.
Como sinal de atualização também de sua metodologia com relação ao comportamento da sociedade atual, a pesquisa incluiu, pela primeira vez, dados a respeito do hábito de utilizar computador, tablet ou celular no tempo livre.
A frequência com que adultos empregam três horas ou mais por dia do seu tempo livre para a utilização desses dispositivos variou entre 15,5% em Goiânia e 23,8% em Manaus. No conjunto das 27 cidades participantes da pesquisa – todas as capitais dos 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal – a frequência foi maior entre os homens de Boa Vista, com 25,6%. Nessa mesma análise por gênero, a cidade é sucedida por Macapá, chegando aos 25% e Rio de Janeiro, com 23,7%. Ainda entre os homens, as menores frequências de uso desses equipamentos foram encontradas em Goiânia, com 12,5%, Campo Grande, apresentando 13%, e Belo Horizonte, 16,1%.
Já entre as mulheres, os menores índices foram registrados em Rio Branco, com 15,2%, Vitória, 15,3%, e Belo Horizonte, com 15,8%. As maiores frequências ficaram para Manaus, com 25,2%, Teresina, que chegou aos 24,8%, e Aracaju, 23,0%.
Considerando o conjunto da população adulta estudada, a média da utilização foi de 19,5% sem diferenciação de gêneros. Já separando por idades, o dado é alarmante: mais da metade dos jovens utiliza os dispositivos por três ou mais horas diárias: a frequência foi de 54,9% entre os jovens de 18 a 24 anos e decresceu com o passar da idade, chegando a 4,1% entre aqueles de 65 anos ou mais. O percentual foi bem menor entre os adultos de menor escolaridade (até oito anos de estudo), apresentando 5,7%.
Vale lembrar que, segundo pesquisa Google Consumer Barometer, encomendada pelo Google, o número de pessoas que usam smartphone no Brasil subiu 3,5 vezes, de 14% da população, em 2012, para 62% em 2016. No mundo, o uso foi de 33,3% em 2012 para 70% em 2016.
Claro que três horas ou mais por dia para uso de equipamentos eletrônicos é um número representativo, inclusive como fator prejudicial à saúde e à qualidade de vida, pois representa uma tendência de aumento da ociosidade e, consequentemente, aumenta o risco de obesidade e outras doenças crônicas.
No entanto, deve-se ter em mente que este é o primeiro ano da inclusão do indicador e ele deve ser monitorado e analisado nas próximas edições. Até porque, como mostramos aqui com os dados do próprio Vigitel Brasil 2016, caiu o número de pessoas inativas no país e esta é uma notícia a ser comemorada para a promoção da saúde no país. Além disso, como também já mostramos aqui no Blog, o uso dessas tecnologias também tem potencial para a promoção da saúde.
O Vigitel da Saúde Suplementar 2016 foi elaborado com dados de 53.210 entrevistas por telefone, sendo 20.258 homens e 32.952 mulheres, em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Fonte: IESS, em 15.02.2018.