• A temporada de furacões no Atlântico de 2024, que vai de 1º de junho a 30 de novembro, está prevista para ser intensa, com um número recorde de furacões, incluindo categorias 3, 4 e 5
• Esta é a previsão do Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), que informa que este será o oitavo ano consecutivo de atividades acima da média na região
“Precisamos estar especialmente vigilantes este ano devido ao calor quase recorde dos oceanos na região onde os furacões do Atlântico se formam e à mudança para as condições de La Niña, que juntos criam as condições para o aumento da formação de tempestades”, disse Ko Barrett, coordenador das atividades de Alertas Antecipados para Todos da OMM
Impacto dos furacões no Atlântico em 2024
Em 2017, o furacão Maria, da categoria 5, atingiu o Caribe, causando um prejuízo equivalente a 800% do Produto Interno Bruto da Ilha de Dominica. “Basta apenas um furacão atingir o continente para atrasar anos de desenvolvimento socioeconômico”, acrescentou Ko Barrett.
Entre 1970 e 2021, os ciclones tropicais foram a principal causa das perdas humanas e econômicas comunicadas em todo o mundo, sendo responsáveis por mais de 2 mil catástrofes. As perdas econômicas reportadas entre 2010-2019 foram de 573,2 bilhões de dólares.
Potencial para monções na África Ocidental em 2024
A temporada de furacões de 2024 também apresenta potencial para monções acima do normal na África Ocidental, que podem produzir ondas de leste africanas, semeando algumas das tempestades mais fortes e duradouras do Atlântico.
Efeitos da La Niña no Brasil em 2024
O Brasil também não está livre dos efeitos da La Niña, que em sua última ocorrência, entre 2021 e 2022, causou chuvas intensas e persistentes no Sul da Bahia, resultando em enchentes em diversos municípios. Enquanto isso, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul experimentaram uma seca severa.
El Niño e La Niña são fenômenos climáticos que representam as fases quente e fria da Oscilação Sul (ENSO), afetando significativamente o clima global. El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico Equatorial, podendo causar secas e inundações em diferentes regiões do mundo. La Niña, por outro lado, é marcada por águas mais frias e pode resultar em padrões climáticos opostos, como chuvas intensas em algumas áreas e secas em outras. Ambos têm impactos profundos na agricultura, recursos hídricos e gestão de desastres, ocorrendo ciclicamente a cada dois a sete anos
Mitigação dos impactos dos furacões no Atlântico em 2024
Para a mitigação dos impactos desses fenômenos meteorológicos, o NOAA sugere a melhoria das redes de observação oceânicas e das comunicações das previsões.
Mudanças climáticas: ações do setor brasileiro de seguros
O setor de seguros brasileiro também está atento ao problema e busca meios de minimizar os impactos das mudanças climáticas. A CNseg elaborou o projeto do Seguro Social contra Catástrofes, que indenizaria rapidamente as vítimas com um valor de cerca de R$ 15 mil. O seguro seria financiado por meio de um desconto de 3 ou 4 reais na conta de luz de todos os brasileiros, salvo algumas exceções.
Outra iniciativa é o incentivo para a contratação do Seguro Garantia em grandes obras de infraestrutura. Com isso, as seguradoras podem acompanhar mais de perto esses projetos e contribuir com sua expertise em prevenção de riscos, preparando-os para lidar com os impactos dos fenômenos climáticos extremos.
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Mudanças climáticas: a importância do seguro para os brasileiros
Além de governos e da iniciativa privada, a preocupação com o tema também cabe a todos os brasileiros, que ainda utilizam muito pouco o instrumento do seguro.
No caso das enchentes no Rio Grande do Sul, apenas 38% das casas atingidas possuíam seguro residencial, sendo que a maioria não havia contratado a cobertura adicional contra enchentes.
Entre os aproximadamente 200 mil veículos perdidos com a elevação das águas, apenas cerca de 30% contavam com seguro de automóvel.
Fonte: CNseg, em 03.06.2024