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Tempo rei: espera é o calcanhar de Aquiles da saúde privada em São Paulo

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De filas em farmácias a atrasos em hospitais, estudo mostra que o tempo perdido é a maior dor do paulistano na jornada de saúde

O maior gargalo da saúde privada para o consumidor paulistano tem nome e sobrenome: o tempo de espera. Seja em hospitais, laboratórios, farmácias ou nos planos de saúde, o relógio é o inimigo número um da experiência do paciente.

É o que mostra levantamento inédito da Decomposer, plataforma criada por professores da Harvard Business School e da Fundação Getulio Vargas (FGV), que analisou 26 mil avaliações online.

Segundo o estudo, as etapas mais criticadas na jornada do consumidor envolvem:

  • Filas em farmácias para retirada de medicamentos;
  • Demora no agendamento e entrega de exames laboratoriais;
  • Espera em recepções hospitalares;
  • Carência e atrasos na autorização de procedimentos em planos de saúde.

Em contrapartida, os segmentos que conseguiram reduzir a espera – como plataformas de receitas digitais e algumas redes de farmácias – aparecem entre os mais bem avaliados pelos usuários. Esses serviços foram destacados pela conveniência, agilidade e uso de soluções digitais que diminuem etapas burocráticas e evitam deslocamentos desnecessários.

O levantamento também comparou sete grandes operadoras de planos de saúde (Unimed, Bradesco Saúde, SulAmérica, Amil, Prevent Senior, Porto Seguro Saúde e NotreDame Intermédica), revelando diferenças importantes de desempenho. Enquanto Unimed e Bradesco receberam as melhores avaliações, SulAmérica e NotreDame Intermédica foram apontadas como as de maior insatisfação entre os clientes.

Metodologia reconhecida internacionalmente, o Decoupling se diferencia de métricas tradicionais, como o NPS®, por analisar a experiência do consumidor em cada elo da jornada – da contratação ao cancelamento. Com isso, identifica “pontos de ruptura” invisíveis em pesquisas agregadas, permitindo um diagnóstico mais preciso de onde o valor é entregue ou perdido. Os dados foram coletados entre outubro e dezembro de 2024.

Para Thales Teixeira, ex-professor da Harvard Business School e criador da metodologia, “a espera é o elo mais crítico da cadeia de valor da saúde porque não depende apenas de tecnologia, mas da forma como as empresas organizam seus processos para gerar valor percebido pelo cliente”.

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Fonte: Economídia, em 20.08.2025