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Seguros e criptomoedas: como o Bitcoin está transformando o mercado de seguros no Brasil

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Por Jennifer Elaina (*) 

O Bitcoin surgiu pela primeira vez em 2009, mas foi só durante a década de 2020 que ele observou a adesão massiva de parcelas da população que desconhecem sobre finanças com as moedas digitais

Segundo dados publicados no começo de 2025 pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), o mercado de seguros no Brasil cresceu cerca de 12% no ano anterior, com um notável percentual de 7,6% quando descontamos valores de inflação. Ou seja: o setor está em um crescimento consolidado!

Diante dessa realidade, vale a pena abordar o papel das criptomoedas, como a Bitcoin, na expansão do mercado de seguros. Afinal de contas, de que maneira as criptos estão transformando o setor das seguradoras? O movimento é positivo ou negativo? Abaixo vamos responder essas questões e outras!

5 maneiras como o Bitcoin está transformando o mercado de seguros no Brasil

Pensando no que foi falado durante a introdução, nós separamos uma lista com os 5 principais jeitos como o Bitcoin está transformando o mercado de seguros brasileiro, com uma ênfase em influências diretas. Se você está buscando entender melhor sobre o tema, os itens abaixo serão de grande auxílio.

1. Acompanhamento das flutuações em tempo real

Considerando o uso expandido das criptomoedas, checar um gráfico Bitcoin hoje, a fim de verificar o quanto a moeda está valendo, se tornou essencial para quem paga seguros com criptos. Sites como Binance oferecem a possibilidade, com atualizações desta e outras moedas digitais em tempo real.

Que as criptomoedas são tremendamente voláteis, incluindo a Bitcoin, não é necessário reforçar. O que precisa ser tomado em consideração são as possibilidades na área, seja com uma contratação de seguro ou mesmo com investimento em seguradoras que baseiam os negócios em transações digitais.

2. Maior diversidade nos métodos de pagamento e contratação

Atualmente, a maioria das seguradoras oferecem métodos de pagamento que incluem dinheiro, Pix e cartões de crédito e débito. Essas opções são suficientes para a maior parcela do mercado, mas excluir maneiras alternativas resulta em uma grande porção de clientes em potencial sendo “desperdiçados”.

A adoção das criptomoedas, em especial a Bitcoin, como método de pagamento, é uma forma de como o mercado de seguros no Brasil está sendo transformado. Cerca de 16% dos brasileiros já investiram em criptos, conforme a Valor Econômico, o que mostra que os clientes em potencial são numerosos.

3. Contratos que utilizam a tecnologia da blockchain

A tecnologia conhecida pelo nome de “blockchain” é utilizada, em termos leigos, como uma proteção para as transações que utilizam as criptomoedas. Ela também é aplicada em espaços como os NFTs (sigla de “Non-Fungible Token”) e pode ter aplicações para os contratos das seguradoras brasileiras.

Os “contratos inteligentes” ou “smart contracts” automatizam os principais documentos associados aos seguros e possuem a mesma validade dos contratos tradicionais. Sua única diferença é o fato de que podem ser mais facilmente manejados, sem a perda da segurança, por clientes e por seguradoras.

4. Descentralização das seguradoras e o fenômeno “DeFi”

Um dos princípios das criptomoedas é a “descentralização”, o ato de realizar transações monetárias que não precisem interagir com instituições financeiras tradicionais, como os bancos. Considerando o papel das seguradoras, é possível deduzir que elas são indivisíveis desse mercado, mas não é verdade!

A descentralização do mercado de seguros no Brasil dá origem ao que nós chamamos de “seguradoras DeFi” (“DeFi” sendo a sigla em inglês de “finanças descentralizadas”). Aos indivíduos que utilizam as criptomoedas em investimentos e valorizam a ideia, essa pode ser uma boa maneira de atrair clientes.

5. Diminuição em casos de fraudes em seguros

Finalizando a lista está um elemento importante tanto para as seguradoras brasileiras quanto para quem as contrata: a segurança! Fraudes não são tão comuns quanto podemos imaginar num primeiro momento, mas elas existem. Felizmente, as novas tecnologias auxiliam na diminuição da incidência.

Isso vale tanto para o uso das tecnologias de blockchain explorada antes, como para os métodos de pagamento não-tradicionais. Cartões de crédito podem ser clonados, mas valores salvos em carteiras de criptos só ficam vulneráveis quando há uma falha de segurança ocorrida por erro humano evitável.

6. Personalização de produtos e precificação dinâmica

Com o uso de tecnologias baseadas em blockchain e análise de dados, seguradoras podem oferecer produtos mais personalizados, ajustando coberturas e prêmios conforme o perfil e comportamento do cliente, resultando em soluções mais adequadas às necessidades individuais.

7. Expansão do mercado de seguros para ativos digitais

O crescimento do mercado de criptoativos no Brasil impulsiona a demanda por seguros específicos para proteger esses ativos contra riscos como hacks, perdas de chaves privadas e falhas de plataformas, abrindo novas oportunidades para o setor segurador.

E essas são apenas maneiras “diretas” como o Bitcoin e outras criptomoedas estão transformando o mercado de seguros no Brasil. De acordo com as informações obtidas, vale a pena considerar esse método de pagamento com um olhar mais interessado, ponderando a sua segurança e conveniência.

(*) Jennifer Elaina é especialista em seguros, trabalha com redação, revisão e otimização SEO desde 2012. É formada em Gestão de Seguros, Marketing e tem pós em Administração na FGV, possui curso técnico em Direito do Seguro. Possui mais de 3.000 textos e 5 e-books publicados na área de seguros.