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Sebrae Previdência - Forte volatilidade nos mercados financeiros marcou o mês de fevereiro

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Em recente análise, diretor de Administração e Investimentos, Victor Hohl, traz panorama da carteira de investimentos, e fala sobre a posição mais cautelosa do Instituto em relação aos ativos de risco.

O início do mês de fevereiro até começou positivo, os mercados seguiam animados com a expectativa da aprovação de pacote de estímulos fiscais nos EUA, reforçando o apetite por risco. No cenário doméstico, a vitória de candidatos governistas para as presidências da Câmara e do Senado mantinha o tom otimista com relação ao desenrolar das reformas. Esses fatores favoreciam a posição comprada em ativos de bolsa e as posições compradas em real frente ao dólar. Vale lembrar que o dólar apresenta, no ano, desvalorização em relação à boa parte das moedas do mundo. 

No gráfico abaixo é possível observar a expectativa dos principais gestores de investimento do Brasil. A compra de ativos da bolsa brasileira e a venda de dólar contra moedas de países emergentes apareciam como as melhores oportunidades.

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Nossa carteira de investimento também seguia esse posicionamento. A tese era robusta e defendida pelos grandes gestores do mercado financeiro. Conforme pode ser observado no gráfico abaixo, tínhamos bolsa americana subindo (S&P 500), Ibovespa – Índice da Bolsa brasileira também subindo, e o real se apreciando frente ao dólar. Isso fez com que a nossa carteira apresentasse um excelente resultado até o dia 18 de fevereiro, dia em que o perfil Arrojado mantinha rentabilidade bruta acima de 1% no mês, e o perfil Moderado apresentava rentabilidade de 0,72%. Com esse resultado, no ano de 2021, já acumulávamos um retorno bruto acima de 300% do CDI no perfil Arrojado, e acima de 200% no Moderado.

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Porém, a partir do dia 18 de fevereiro, tudo mudou rapidamente, especialmente para os ativos brasileiros. No gráfico acima é possível observar a clara reversão. A bolsa apresentou queda forte, superior a 7% em 1 semana, e o dólar passou a se apreciar fortemente frente ao real. Os agentes foram pegos de surpresa com as mudanças sugeridas pelo governo no comando da Petrobras gerando temores quanto a possíveis alterações na política de preços de combustíveis. Os agentes de mercado financeiro não possuem boas lembranças da última vez que o governo procurou utilizar o preço do combustível para conter a escalada da inflação. Adicionalmente, o mercado ficou apreensivo com o potencial impacto fiscal da PEC Emergencial, logo após os números de contaminação pelo coronavírus terem aumentado significativamente.

A intensidade e a velocidade com o qual os agentes de mercados reagiram a esses fatores tornou inócuo a atuação de nossos gestores de investimento. Foram realizadas operações para reduzir a exposição de risco, que conseguiram mitigar parte da queda de preço dos ativos investidos. Assim, finalizamos o mês com quedas bastante inferiores ao registrado pelo Ibovespa (-4,37%) e IMA-B (-1,52%).

No acumulado de 12 meses, o retorno dos investimentos de nossa carteira continua positivo, e bem acima da performance de ativos de risco, tipo Bolsa de Valores. No ano, os resultados também são superiores aos principais benchmarks de risco (Ibovespa, IMA-B).

Mantemos uma posição mais cautelosa em relação aos ativos de risco, aguardando sinais mais claros dos reais impactos das medidas econômicas que estão sendo tomadas para enfrentar a segunda onda da pandemia de COVID.

Fonte: Sebrae Previdência, em 05.03.2021