Tensões comerciais globais e perspectivas econômicas
Em abril, anúncios sobre a nova política tarifária dos EUA geraram forte volatilidade nos mercados globais, com destaque para a reação da China. Os mercados se beneficiaram da rotação dos investimentos dos EUA para outras economias, incluindo as economias emergentes. No Brasil, a realocação de investimentos favoreceu os ativos locais: o Ibovespa subiu, os juros recuaram e o real se valorizou frente ao dólar.
Nos Estados Unidos, contrariando as expectativas dos modelos econômicos tradicionais, o dólar se desvalorizou após o anúncio das chamadas tarifas recíprocas, o que aumentou a pressão inflacionária sobre os preços ao consumidor. Os efeitos agregados da medida ainda são difíceis de mensurar, diante da incerteza quanto ao volume das importações afetadas e às alíquotas efetivamente aplicadas, que podem ser alteradas a qualquer momento. Apesar do cenário de maior incerteza e da piora nos indicadores de confiança, o PIB (excluindo estoques) manteve-se estável, com crescimento próximo a 3%, sustentado por dados concretos de atividade econômica.
Na China, a atividade econômica segue em desaceleração gradual, e o governo deve anunciar novas medidas de estímulo nos próximos meses. Os índices de preços da indústria manufatureira começaram a sinalizar uma deterioração incipiente do setor. O indicador divulgado pelo NBS (National Bureau of Statistics of China) voltou a registrar nível contracionista (abaixo de 50), embora ainda próximo dos patamares recentes. Apesar da resiliência relativa dos dados, autoridades chinesas já iniciaram ações de suporte, incluindo cortes de juros e intervenções para sustentar os preços de ativos. A expectativa é de que, ao longo do ano, novas medidas sejam implementadas, com ênfase em estímulos fiscais.
No Brasil, os dados oficiais de emprego divulgados em abril mostraram uma criação líquida de vagas formais abaixo do esperado. Parte dessa desaceleração pode ser atribuída a fatores sazonais, especialmente ao calendário do Carnaval, que influenciou a distribuição dos registros mensais. Ainda assim, a média histórica do ano segue alinhada com os padrões observados no período pós-pandemia, sinalizando que a atividade econômica e o mercado de trabalho continuam resilientes.
Conforme amplamente esperado, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 50 pontos-base, para 14,75% ao ano, em decisão unânime. O comunicado pós-reunião apresentou uma avaliação mais equilibrada dos riscos, embora ainda elevados em ambas as direções. O Comitê também revisou sua leitura do cenário externo, destacando uma desaceleração global mais acentuada e a queda nos preços das commodities. Embora não tenha sinalizado de forma clara os próximos passos, a comunicação sugere uma possível pausa no ciclo ou apenas ajustes marginais na política monetária – percepção já incorporada pela curva de juros.
No mês, o Ibovespa apresentou valorização de 3,69%, enquanto o CDI avançou 1,06%, a poupança rendeu 0,96% e a meta atuarial ficou em 0,88%.
Em abril, o Plano de Benefícios Básico (BD) registrou rentabilidade de 1,07%. Já o Plano SABESPREV MAIS avançou 1,49%, o Plano de Reforço teve alta de 1,57% e o Plano Família apresentou desempenho de 1,03%.
A Sabesprev continua trabalhando para melhorar a diversificação e a rentabilidade das carteiras de investimentos, sempre atenta às dinâmicas do mercado e aos indicadores econômicos.
ATRIBUIÇÕES DE PERFORMANCE
Em abril, todos as estratégias contribuíram positivamente para o resultado consolidado, as principais estratégias contribuidoras de performance foram: Renda Variável (+4,17%), Empréstimos (+2,18%), Imobiliário (+1,52%), Renda Fixa (+1,08%) e Investimentos Estruturados (+0,31%).
PROJEÇÕES DE RENTABILIDADE
Para 2025, apesar do cenário econômico global desafiador e do aumento das incertezas que continuam pressionando negativamente o desempenho dos ativos financeiros, as premissas centrais do planejamento de investimentos permanecem inalteradas. Seguimos com a estratégia de redução gradual da exposição a risco e maior alocação em ativos pós-fixados de Renda Fixa, com o objetivo de aproveitar o atual ciclo de alta dos juros.
O monitoramento atento ao comportamento dos mercados e suas tendências, reforça que as carteiras da Sabesprev continua, em certa medida, posicionadas para capturar oportunidades em um eventual movimento de queda nas curvas de juros.
Fonte: Sabesprev, em 27.05.2025.