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Por que os bancos estão à frente das seguradoras na corrida tecnológica?

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Por Henrique Volpi (*)

volpi 23032024O mundo financeiro é um campo de batalha tecnológica, com os bancos liderando a carga e as seguradoras lutando para acompanhar. Mas por que essa disparidade existe? Pode ser um pouco complicado ‘cravar’ certezas, mas é possível fazer algumas suposições.

A primeira questão é que os bancos lidam com um volume enorme de transações a cada dia, desde pagamentos instantâneos até investimentos internacionais. Essa necessidade de velocidade impulsionou a adoção de tecnologias como inteligência artificial e APIs para automatizar processos e garantir transações instantâneas e seguras.

Isso sem dizer que o segmento bancário é extremamente competitivo, com novos players e startups surgindo a todo momento. Para se destacar nesse cenário, os bancos investem pesadamente em inovações tecnológicas que oferecem aos clientes experiências mais convenientes e personalizadas, como aplicativos móveis intuitivos e serviços bancários online 24 horas por dia, 7 dias por semana.

E o que dizer da segurança? Os bancos lidam com dados confidenciais e transações financeiras, tornando a proteção uma prioridade absoluta. A constante ameaça de ataques cibernéticos e fraudes exige investimentos em tecnologias de segurança de última geração, como autenticação biométrica, criptografia avançada e sistemas de detecção de anomalias.

Diferente de muitas seguradoras, os bancos reconhecem a importância da tecnologia para o seu futuro e estão constantemente buscando novas formas de integrar soluções inovadoras em suas operações. Essa cultura de adaptação e experimentação permite que os bancos se mantenham competitivos e atendam às necessidades em constante mudança dos clientes.

Mercado de seguros: a próxima fronteira da tecnologia

Embora as seguradoras estejam mais focadas em processos tradicionais, o setor está começando a sentir a necessidade de se adaptar às novas tecnologias. A crescente demanda por serviços personalizados, a pressão da concorrência e a necessidade de otimizar operações estão impulsionando a busca por soluções tecnológicas inovadoras.

As insurtechs, startups que combinam seguros com tecnologia, surgiram como agentes de transformação no mercado. Ao oferecerem soluções inovadoras e personalizadas, como apólices sob demanda, chatbots para resolução de sinistros e plataformas digitais para gestão de riscos, elas estão desafiando o status quo e forçando as seguradoras tradicionais a se adaptarem ou correrem o risco de ficar para trás.

É possível que, no futuro, as seguradoras alcancem o mesmo nível de maturidade tecnológica que os bancos. E uma maneira de se atualizar é buscar parcerias com empresas de tecnologia para desenvolver soluções inovadoras e personalizadas. Essa colaboração permite aproveitar a expertise tecnológica de ponta e se manter na vanguarda da indústria.

O ritmo da transformação digital na indústria de seguros dependerá da capacidade das empresas tradicionais de se adaptarem às novas tecnologias e de abraçarem a cultura de inovação que já é realidade nos bancos. As seguradoras que reconhecerem a importância da evolução e a utilização de inovações estarão melhor posicionadas para prosperar nesse novo cenário.

A era da transformação digital já começou. As seguradoras que se adaptarem e inovarem estarão mais bem posicionadas para prosperar nesse novo cenário.

(*) Henrique Volpi, CEO e sócio-fundador da Kakau Seguros e da Kakau Tech, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi co-autor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”.

Fonte: Conecte, em 22.03.2024