A obra produzida pelo cirurgião geral Ivan Gregório Ivankovics – membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, e de outras instituições nacionais e internacionais – foi o trabalho vencedor da 1ª edição do Prêmio Literário da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP). A entidade anunciou o resultado do concurso, que desde setembro do ano passado analisou 97 produções literárias, de autoria de profissionais da área médica em língua portuguesa, inscritos nas respectivas ordens dos médicos ou associações médicas.
Lançado pela Comunidade no intuito de reconhecer e valorizar os trabalhos literários produzidos por profissionais da área médica em língua portuguesa, promovendo o intercâmbio da cultura entre os países lusófonos, o Prêmio Literário analisou produções que trataram sobre a problemática da saúde no Espaço da Lusofonia. Na avaliação do júri da premiação, “O que nos Une” destacou-se pela excelência na abordagem do tema dentro da lusofonia e também pela qualidade da escrita. O presidente da Comunidade Médica, Jeancarlo Cavalcante, comemorou o resultado do concurso. “A CMLP tem orgulho de premiar este trabalho, que representa a união entre os países que a compõe”, ressalta o diretor da entidade lusófona.
O diretor da Comunidade Médica integrou a comissão julgadora do Prêmio Literário, composta ainda pela vice-presidente da organização, Elisa Gaspar; pelo Secretário Permanente da CMLP, Francisco Pavão; e por médicos e docentes do Brasil, Portugal, Angola e Moçambique.
Premiação – Oferecido pela CMLP, o Prêmio Literário conta com apoio e patrocínio da Ordem dos Médicos de Portugal, que destinará à obra vencedora o valor de € 1.000 (mil euros) e um diploma. Além do primeiro lugar, o Prêmio Literário da CMLP concederá menção honrosa a outras três produções: “A Arte Poética da Medicina”, de autoria da médica escritora, poeta e romancista Márcia Etelli Coelho; “PIRA OU SARNA?”, produzido pelo médico legal e perito Leonardo Mendes Cardoso; e ainda o trabalho “POEMAS”, escrito pela médica paulista Karine Brandão Porto.
Ao conceder as premiações, o Júri reconheceu o empenho dos autores e a qualidade das produções enviadas: “gostaríamos de aproveitar a oportunidade para agradecer a todos os participantes pelo envio de seus trabalhos. Todos os inscritos desempenham um papel fundamental na construção de um legado valioso para a nossa comunidade”, manifestou a comissão julgadora do Prêmio Literário. A entrega do Prêmio será realizada no Brasil, em data e local a serem definidos.
Conheça abaixo o trabalho vencedor do Prêmio Literário da CMLP:
Angola
Brasil
Cabo Verde
Guiné Bissau
Moçambique
Portugal
São Tomé e Príncipe
Timor Leste
Guiné Equatorial
Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP)
Rodapé:
[1] Aiuê: Aiuê – expressão de dor, de aflição, muito utilizada em momentos de tristeza.
[2] Lueji: Esse nome, que em alguns lugares é usado para meninas e meninos, ficou conhecido por causa da imperatriz Lueji A’Nkonde, rainha de Lunda, região da Angola. Pode ter o significado de “rainha”.
[3] Kieza: Provavelmente esse nome tem origem a partir do quimbundo e significa “a que chega”.
[4] E a saúde, kanto ta custa?: Você está bem?
[5] Purku kuma tarbaju i parmanha cedo: porco diz que o trabalho é de manhã cedinho. Como entender este provérbio? Será que quem não partilha esse conhecimento, ou quem não estuda a realidade guineense (portanto longe desse mundo cultural) facilmente responderia essa questão? É que na Guiné- Bissau o porco que não está no Tchikeru (curral de porco) costuma meter-se sempre na água parada. Na nossa Tacamba (aldeia) onde eu ouvia esse provérbio, os porcos eram fechados no Tchikeru à noite, e de manhã eram liberados saindo para feri-feri (buscar de comer de forma atoa, usado para os animais.). Então, os porcos, logo que são liberados vão se meter na água, ou vão esgravatar (bai garbata) a terra úmida. Considera-se que este garbata na busca de mais frieza ou meter na água é um trabalho para o porco, por isso.
[6] Hau Ba Lai: Adeus.
Fonte: Portal CFM, em 16.05.2023.