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Pesquisadores brasileiros publicam estudo inédito sobre o paradigma “Open” e suas aplicações intersetoriais

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Foi publicado neste mês de julho, no periódico internacional IOSR – Journal of Business and Management, o artigo “The Open Paradigm: A Systematic Analysis of Evolutionary Frameworks and Cross-Sectoral Applications in Data-Driven Ecosystems”, uma análise abrangente sobre o conceito de “open” e sua crescente importância nos ecossistemas digitais modernos.

O trabalho é assinado pelo 1º vice-presidente da Fenacor, coordenador do Comitê de Open Insurance da camara.e-net e idealizador do GuiaOpen, Manuel Matos; pelo doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luciano Figueiredo Coelho; e pelo professor da UFSC e coordenador do Laboratório de Segurança em Computação (LabSEC), Ricardo Custódio.

O artigo realiza uma revisão sistemática da literatura com base em 274 estudos acadêmicos, propondo uma definição consolidada do paradigma open — que vem ganhando força em setores como finanças e seguros por meio de iniciativas como Open Banking, Open Finance e Open Insurance. Os autores identificam cinco pilares fundamentais que sustentam esse paradigma: inclusão, interoperabilidade, inovação, segurança e empoderamento do consumidor.

A pesquisa traça a evolução desses modelos, desde o surgimento do Open Banking como resposta à concentração bancária e demanda por inovação, até sua expansão em Open Finance e, mais recentemente, em Open Insurance — este último com foco em maior transparência, personalização de produtos e avaliação de riscos mais precisa no setor de seguros.

Além de examinar a trajetória do paradigma no setor financeiro, o estudo destaca sua crescente aplicação em áreas como saúde, educação, governo, energia e agricultura, sugerindo uma mudança estrutural mais ampla na forma como dados, serviços e stakeholders se relacionam dentro dos ecossistemas digitais.

O artigo também apresenta uma análise comparativa entre diferentes contextos regulatórios globais, evidenciando variações significativas entre mercados desenvolvidos — como o Reino Unido e países da União Europeia — e economias emergentes, com destaque para o Brasil. O estudo reconhece o papel pioneiro do país na regulamentação do Open Insurance, adaptando padrões internacionais às necessidades locais e priorizando a inclusão financeira.

Entre as conclusões, os autores enfatizam que, embora os modelos abertos tenham potencial para transformar setores inteiros, sua implementação efetiva depende de fatores como infraestrutura tecnológica robusta, alinhamento regulatório contínuo e colaboração ativa entre os diversos agentes do ecossistema.

“Ao consolidar um entendimento teórico do que significa ser ‘open’, nosso estudo oferece uma base para políticas públicas, estratégias empresariais e pesquisas futuras, contribuindo para o avanço de ecossistemas mais acessíveis, eficientes e centrados no consumidor”, afirma Manuel Matos.

Fonte: GuiaOPEN, em 21.07.2025