Buscar:

Notícias do Seguro, em 26.09.2023

Imprimir PDF
Voltar

FIDES Rio 2023: os riscos e oportunidades para América Latina, segundo Luis Alberto Moreno

cnseg 26092023 1

Ao declarar-se um otimista, “sem deixar de reconhecer luzes e sombras” na trajetória do Brasil e da América Latina diante de uma nova conjuntura política e econômica, Luis Alberto Moreno, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), reconheceu que a região enfrentará riscos e oportunidades e deverá manter o nível de alerta elevado para agir diante de eventos inesperados ou extraordinários. As incertezas multiplicam-se, em razão de transformações estruturais em andamento, disse ele, exigindo um olhar vigilante permanente das seguradoras. Moreno foi o terceiro palestrante internacional da Fides Rio 2023.

Entre as oportunidades, ele vê chances de países da região apropriarem-se do processo de relocalização das plantas industriais, considerando-a releitura da globalização por grandes nações. Isso, após os gaps de insumo ocorridos durante a pandemia. Portanto, mais negócios para as seguradoras regionais.

A segurança ou transição energética e, principalmente, a quarta revolução industrial podem ser oportunidades ou riscos para os modelos de negócios em todo mundo.  “A América Latina não pode perder o trem da revolução digital”, adverte ele, sob o risco de submergir, se permanecer na venda de produtos primários.

Tensão geopolítica

É preciso ter no radar de riscos a impactante tensão geopolítica entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias, tendo em vista as consequências graves no campo diplomático, comercial e até militar. Nesse sentido, a guerra da Ucrânia despertou uma corrida armamentista das nações europeias que também traz preocupação.

Nesse quadro, não será surpresa a aparição de novas potências econômicas. A Índia está marchando rapidamente para ser a terceira maior economia do planeta, favorecida por seu enorme contingente populacional, investimentos tecnológicos e avanço significativo na renda.

O baixo crescimento da região da América Latina é um fator de preocupação, diz ele, por ser insuficiente para gerar novos empregos e renda. “Não podemos continuar a conviver com uma taxa de crescimento tão ridícula”, disse ele, ao lembrar que a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) projeta uma expansão econômica anual abaixo de 2% em 2023 e 2024. 

O gap de proteção persistirá elevado num quadro de lento crescimento, mas há caminhos a serem explorados pelas seguradoras, como mais proteção a riscos climáticos, a obras de infraestrutura. O efeito da migração demográfica é outro ponto de atenção, assim como as desigualdades sociais, impondo restrições ao voo de mercado segurador, inicialmente.


FIDES Rio 2023: Krugman vê alta na demanda por empréstimos para “investimentos verdes”

cnseg 26092023 2

O prêmio Nobel de economia de 2008, economista Paul Krugman, fez um paralelo sobre a necessidade de grandes investimentos para combater a mudança climática e a manutenção de altas taxas de juros. Nos EUA, particularmente, o economista contou que trilhões de dólares deverão ser aplicados em projetos verdes nos próximos anos. “Haverá uma grande demanda por empréstimos de empresas. Talvez parte do que esteja causando essas altas taxas de juros hoje seja essa projeção de investimento, que é inexorável”. Ele fez palestra no terceiro dia de debates da Fides Rio 2023, a maior conferência hemisférica de seguros das Américas e Península Ibérica. 

O economista disse que o momento atual é diferente do que ocorreu nos anos de 1980, quando o Fed (Banco Central norte-americano) também elevou as taxas de juros para controlar a inflação. Segundo ele, essa medida acabou gerando uma crise econômica e financeira não só nos EUA, mas também em países da América Latina. “Diziam que quando os EUA espirravam, a América Latina pegava um resfriado. Não estamos vendo isso dessa vez. A dívida do Brasil e da região está atrelada à própria moeda e não em dólar foi determinante para essas economias ficarem menos vulneráveis”, explicou.  

Dyogo Oliveira, da CNseg, lembrou que a redução da inflação no Brasil, que no ano passado chegou a atingir 9% e hoje está em 4%, é positiva para a indústria de seguros e resseguros. Ele questionou Krugman, no entanto, se esse seria o momento ideal para afrouxar a política monetária no país. O economista disse que não saberia explicar com detalhes o caso brasileiro, mas que era preciso aguardar o curso da economia. “Eu diria que basicamente vencemos a guerra contra a inflação no pós-pandemia. Mas não vejo uma mudança drástica na taxa de juros. Nunca entendi direito porque o Brasil mantém altas taxas de juros. Nos EUA, na maior parte das vezes, a taxa de juros reais chegou a zero e o Brasil sempre esteve do lado oposto”.  

China

Krugman falou também sobre a história da China, que ele considera fascinante. A economia chinesa foi construída nos últimos anos com base na destinação de cerca de 40% do PIB, modelo que vem perdendo efeito em função da queda das taxas de crescimento depois da pandemia. “Aquele crescimento heroico da China acabou. Eles precisam agora incentivar o consumo, é uma população que poupa demais, é cultural. Está difícil continuar investindo em grande escala. O problema na China é o desemprego de jovens e a solução encontrada pelo governo é parar de divulgar os números, o que não é um sinal positivo”. 

O presidente da CNseg quis saber ainda a opinião do economista sobre a recente política de auxílio e distribuição de renda adotada pelo Brasil. “Eu não conheço o suficiente sobre o Brasil para saber se essas políticas são boas ou não. Sustentar o consumo parece ruim quando se pensa no futuro, mas às vezes é preciso fazer. Se é que houve uma lição da pandemia é que a rede de segurança implementada ajudou a reduzir a pobreza nos EUA. Pessoas precisam ter uma vida decente, em última instância. Não acho terrível o que está acontecendo no Brasil”.  


FIDES Rio 2023: desafios e perspectivas da agenda ESG no Brasil e na América Latina e o papel no setor de seguros

cnseg 26092023 3

No debate sobre os desafios e perspectivas da agenda ESG no Brasil e na América Latina, realizado durante a FIDES Rio 2023, especialistas destacaram o papel crucial que o setor de seguros desempenha na abordagem das questões climáticas:

• Deborah Duss, Chefe Global de Energia Sustentável da Howden, concordou com Buchner, destacando a longa história do setor de seguros no trabalho com energia e sua habilidade em lidar com a transição energética. Ela ressaltou que o setor de seguros deve adotar uma abordagem flexível e sensata, reconhecendo que as soluções podem variar de acordo com as necessidades específicas de cada região e comunidade, como ilhas propensas a desastres naturais que podem preferir turbinas a gás em vez de painéis solares.

• Barbara Buchner, Diretora Geral do Climate Policy Initiative (CPI), enfatizou a importância de o setor de seguros se envolver ativamente nas discussões sobre o clima, dada sua capacidade única de mapear e prever riscos. Ela defendeu veementemente que o setor de seguros assuma um papel de liderança nas questões climáticas, participando ativamente de discussões legislativas e colaborando com os tomadores de decisão. Ela elogiou o conhecimento especializado presente na sala durante o evento e incentivou uma maior interação e compartilhamento de experiências entre profissionais do setor de seguros, a fim de aproveitar ao máximo suas habilidades e conhecimentos na busca por soluções eficazes para os desafios climáticos.

• David Legher, CEO Latam da Prudential (Colômbia), comentou que as empresas costumam dar valor ao meio ambiente, mas ainda são defasadas quanto às questões sociais. “Para nós da Prudential, a sustentabilidade ambiental e social é muito importante; nosso conselho é diverso, com grande número de mulheres e negros presentes, feito de pessoas que pensam no futuro, definindo metas ao longo prazo. Queremos melhorar a qualidade de vida e financeira”, apontou. Legher frisou também a função do seguro de vida como um impacto social forte, que protege famílias e legados que depositam a confiança em uma seguradora. 

• Kaspar Mueller, presidente de Resseguros para América Latina da Swiss Re (Suíça) comentou que a redução na emissão de carbono é uma prioridade nas empresas em que as técnicas de resseguros da Swiss Re são aplicadas. Para Kaspar a mudança climática também é muito importante, onde as empresas seguradoras devem mediar a transição de maneira mais prática e clara. “Tivemos muitos desastres naturais ligados às mudanças do clima. Vejo o valor de se debater a segurança energética no mundo por conta disso e também pela guerra na Ucrânia; é preciso uma sociedade resiliente que mude o pensamento sobre cuidar do meio ambiente”, pontuou.


FIDES Rio 2023: gargalos de proteção e as respostas possíveis do mercado segurador global

cnseg 26092023 4

Como reduzir uma lacuna que alcança 60%, em média global, e mais de 80%, na América Latina, em perdas econômicas causadas por danos climáticos?

Tentar responder questões como esta foi o foco do painel Insurance Global Trends (Tendências Globais de Seguros) da FIDES Rio 2023, mediado pela jornalista Raquel Balarin, do InfoMoney.

O painel também procurou dar respostas aos desafios da indústria de seguros em termos de gap de proteção - englobando severidade dos danos climáticos - e aos impactos da transição demográfica e seus efeitos na saúde (como gastos maiores) e nos regimes previdenciários.

Entre as possíveis soluções levantadas durante o painel, estão:

  • O investimento em tecnologia, principalmente para uso de dados com Inteligência Artificial
  • A diversificação e maior customização de produtos
  • A necessidade de educação financeira, para fazer o mercado de seguros ser mais bem entendido por maiores parcelas da população mundial

Confira alguns dos pontos altos discutidos durante os painéis do economista André Medici e das empresas Munich Re, IRB, Aon Benfield e da Bradesco Seguros:

Munich Re

  • O gap de proteção é bem elevado em países de baixa renda, como os da América Latina, cuja taxa de desproteção pode superar 80%, de acordo com Clarisse Kopff, integrante do Conselho de Administração da Munich Re (Alemanha)
  • De acordo com Kopff, pelo lado da demanda, o gap tem a ver com educação financeira, um certo preconceito psicológico de não querer pensar em coisas ruins que podem acontecer no futuro e uma desconfiança com o arcabouço regulatório, de que ele não será suficiente para garantir o pagamento quando houver necessidade
  • A executiva considera necessário divulgar, desde as escolas e entre as mídias sociais, o valor que os seguros têm para as pessoas e a sociedade
  • Pelo lado da oferta, custos operacionais elevados, dificuldade de venda e custo da distribuição são alguns dos fatores que influem também nas vendas limitadas de seguros
  • “Tudo pode ser segurado? Provavelmente, não”, disse a conselheira da Munich Re, citando o atentado ao World Trade Center em 2001. Ela considera que todas as partes devem ajudar a diminuir o gap. “Seguradoras podem ajudar melhorando seus processos para reduzir os preços ou estender a cobertura para um mesmo preço”, afirmou
  • Clarisse Kopff citou também que ajuda ter instituições estáveis e que há iniciativas de governos como o da Índia, que dá subsídio para seguros. Ela também disse que é preciso ousadia para entrar em áreas como ciberespaço, que a Munich Re passou a cobrir recentemente como também entrou na área de agro, “que as pessoas não queriam entrar por causa da mudança climática - entramos para tentar fechar esse gap de proteção”, afirmou

IRB 

  • O vice-presidente executivo do IRB (Re), Daniel Castillo, concordou que o gap de proteção por grandes catástrofes naturais é enorme, tornando uma prioridade ampliar a participação do mercado segurador global, ao conscientizar pessoas, empresas e governos sobre a importância dos seguros para mitigar perdas financeiras
  • Castillo citou vários desastres naturais recentes, como o ciclone tropical que atingiu o Rio Grande do Sul, as enchentes na Líbia, o terremoto no Marrocos; o incêndio florestal do Havaí - apenas para demonstrar o poder cada vez mais devastador desses eventos climáticos
  • “Não há dúvida nenhuma de que a frequência (desses desastres) está aumentando em todo o mundo, inclusive em toda a América Latina”, afirmou. “De qualquer forma, mudança climática não é um problema só do setor de seguros, já é um problema de toda a humanidade”, acrescentou
  • O executivo do IRB ressaltou que as economias globais não estão preparadas para a mudança climática que está acontecendo. “Governança social e ambiental devem ser consideradas”, afirmou.  “Seguros têm papel fundamental na mitigação dessas mudanças climáticas”, declarou. “Cabe a nós criarmos produtos e serviços que mitiguem essas mudanças climáticas e conscientizar a todos da relevância dos seguros”

Aon Benfield 

  • Para o presidente de Soluções de Resseguro da Aon Benfield (Reino Unido), Jeremy Goodman, o gap de proteção vai aumentar com as mudanças climáticas
  • Goodman observou que o Brasil é uma das economias que correm enormes riscos com a severidade dos danos climáticos. Nesse sentido, lembrou que a agricultura, que representa 5% de PIB, e mineração, são dois setores econômicos ameaçados pela mudança climática
  • De acordo com o executivo, inclusão, inovação e sustentabilidade são fundamentais nessa equação para mitigar os riscos climáticos. Ele fez questão de ressaltar a importância diversidade, inclusão, igualdade na busca de soluções inovadoras
  • Goodman observou também o crescimento dos ativos intangíveis, como os de Alphabet (a holding do Google) e Meta (holding de Instagram e Facebook, entre outros) – que, disse, atualmente representam 85% do índice S&P 500. “Nosso movimento não está mudando de tangível para intangível. Nosso setor não está evoluindo nesse sentido”, afirmou sobre o setor de seguros. “Nosso setor precisa se desenvolver usando Inteligência Artificial e usando talentos para criar essa ponte para fechar esses gaps de proteção” 
  • Ele comentou que o setor tem grande quantidade de dados coletados por décadas e disse que poderiam ser feitos modelos preditivos com eles, e esses modelos poderiam ser compartilhados com governos “para ajudar a entender onde catástrofes naturais são riscos para sociedade”

André Medici 

  • O economista André Medici, ex-consultor do Banco Mundial, defendeu a análise de dados como elemento inclusivo
  • Medici deu ênfase às tendências de longevidade e saúde e sugeriu que mais seguradoras incentivem comportamento saudável do segurado, reduzindo o valor dos prêmios por isso, o que já é feito. “Cada vez mais com inteligência artificial, pode ter uma customização muito maior de produtos”, disse. “Isso precisa ter colaboração dos reguladores para acontecer”
  • André Medici comentou que a América Latina está com a população envelhecendo, mas isso está acontecendo enquanto a população ainda é pobre, ao contrário do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, quando o fenômeno demográfico ocorreu quando já eram desenvolvidos
  • Para ele, a educação financeira é fundamental e o gap de proteção é também um gap cultura
  • Medici também lembrou da Covid-19 e falou do risco de novas doenças de alcance global como ela. “Novas pandemias virão com mudanças climáticas, isso tem que ser pensando”

Bradesco Seguros 

  • A observação de Medici chamou a atenção do diretor-presidente do Bradesco Seguros, Ivan Luiz Gontijo Junior. “Este é um tema novo, ainda não tinha ouvido. Ninguém pode esperar pandemia. Não há atuário que possa prever como, quando e em quais condições (vai aparecer), reconheceu Gontijo
  • Para Gontijo Junior, há desafios e também oportunidades para o setor nessa era de incertezas. Principalmente no Brasil e na América Latina, tendo em vista o nível de subpenetração muito grande do seguro
  • “É preciso aliar seguro à proteção. No dia em que tiver em mente o conceito do seguro atrelado ao conceito de proteção, os canais de seguros serão bem mais fáceis”. Para ele, as seguradoras devem ter mais criatividade, não só em termos de coberturas, mas também na oferta de serviços diferenciados de assistência
  • O executivo assinala que os canais de distribuição, dotados de novas tecnologias, estão aptos a fazer a oferta “no momento mágico, leia-se quando o cliente está aberto para ser abordado e conhecer novos produtos, mas essa “oferta combinada” ainda é vista, erroneamente, como venda casada
  • Gontijo Junior também destacou a importância da sustentabilidade das empresas para dar segurança ao segurado de que ele vai ter o produto quando precisar. Defendeu o maior uso de tecnologia, inclusive Inteligência Artificial, para atender às necessidades do consumidor de forma ainda mais assertiva. “A tecnologia é fundamental, a inovação é necessária, mas são um meio. O fim são as pessoas”, finalizou

FIDES Rio 2023: transformação digital sem perder a humanidade com o cliente

cnseg 26092023 5

Os impactos da transformação digital no mercado de seguros e a garantia da melhor experiência para os clientes foram temas abordados na Fides Rio 2023, a maior conferência de seguros das Américas e Península Ibérica.

Em um painel de debates específico sobre o assunto, que contou com a participação de especialistas, a avaliação geral é que a digitalização nos seguros é um caminho sem volta, mas que pode ser feito garantindo humanidade aos clientes.

Com a participação de Ulisses Assis, presidente da BB Seguros, David Colmenares, diretor geral da Allianz Commercial Latin America, Rajat Sharma, diretor Financeiro da eBaoTech, Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, e Roberto Santos, CEO da Porto, a conversa foi mediada pela jornalista Sheila Magalhães, diretora de Redação da BandNews.

eBaoTech

O indiano Rajat Sharma contou a experiência de trabalhar numa empresa que oferece soluções digitais em nível mundial para o setor de seguros

A eBaoTech tem como missão “make insurance easy” (na tradução livre, tornar os seguros mais fáceis)

Essa missão, segundo Sharma, já foi implementada em 40 países, incluindo o Brasil, onde o executivo disse haver uma grande potencialidade para negócios digitais

“Temos como mantra o que chamamos de três Vs: volume, velocidade e variação. Negócios digitais precisam estar ancorados em grande volume, com velocidade de implementação e customização de clientes”

BB Seguros

Ulisses Assis detalhou o case da BB Seguros, que nos últimos anos decidiu investir pesado na digitalização do negócio

A iniciativa incluiu também uma mudança na distribuição dos produtos (que passou a ser feita por corretores de fora do banco também) e em ações com foco na melhoria da experiência dos clientes

“Não conseguiríamos melhorar a experiência do cliente sem investir em digital. Nos últimos três anos, aplicamos cerca de R$ 1,5 bilhão nessa transformação, dobramos o investimento em TI”, disse

Os resultados, então, começaram a aparecer: o prêmio passou de R$ 3,9 bilhões em 2021 para R$ 6 bilhões em 2022

No primeiro semestre deste ano já foram computados R$ 3,7 bilhões de faturamento. “Juntamente a este trabalho, houve investimento em analytics, porque pior do que não ter dados é tê-los e não saber usá-los”, pontuou o presidente da BB Seguros, acrescentando: “Temos que digitalizar sem perder a humanidade com o cliente”

Allianz

Para David Colmenares, deve-se sempre pensar primeiro no cliente, de como ele pode estudar e adquirir os produtos

“Nós vendemos segurança, credibilidade. Os clientes têm que entender que estão comprando paz mental. A tecnologia ajuda, mas pode ser perigosa, por isso deve ser utilizada com responsabilidade”, comentou o diretor da Allianz

Ele disse ainda que as insrutechs são aliadas do mercado, ao trazer agilidade, conhecimento e inovação para as seguradoras e clientes”

Porto

Na opinião de Roberto Santos, da Porto Seguro, a internet tornou o consumidor mais empoderado e isso levou empresas a mudarem seu mindset

“Durante muito tempo as seguradoras construíram processos levando em conta o que era bom para a empresa, sem levar em consideração o cliente”

Para ele, o termo que melhor explica o momento pelo qual o mercado segurador está passando é “evolução digital”

“As soluções digitais precisam ser fáceis, virem numa velocidade adequada e serem viáveis para o cliente”

Susep

Alessandro Octaviani, da Susep, ressaltou a ainda pouca penetração do seguro no Brasil, o que elencou como um dos grandes desafios regulatórios no momento atual

Outro desafio, disse ele, é zelar pela qualidade do que é vendido no mercado de seguros

Quando o assunto é digitalização do setor, a Susep enxerga três objetivos a serem alcançados: a garantia de um ambiente digital para a contratação de seguro – uma realidade que, segundo ele, não vai retroceder nos próximos anos

“A fiscalização caminhará para a transformação digital, que inclusive aprimorou a identificação de problemas pela Susep”


FIDES Rio 2023: setor segurador vive um excelente momento, mas profissionais devem se adaptar às transformações tecnológicas

cnseg 26092023 6

O setor de seguros vivencia um momento brilhante.

No painel sobre a distribuição de seguros no Brasil e na América Latina, ocorrido durante a FIDES Rio 2023, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, trouxe esta e outras mensagens importantes: a necessidade de os profissionais participarem do processo de transformação digital e a importância de melhorarmos nossa comunicação.

O momento brilhante no mercado segurador pode ser evidenciado pelos mais de 355 bilhões arrecadados pelo setor em 2022, representando um crescimento de 16% em relação ao ano anterior.  

O painel também teve a participação do presidente da Federação Nacional de Corretores (Fenacor), Armando Vergílio, e do presidente da Associação Argentina de Produtores de Seguros (AAPS), Sebastián Del Bruto.

Sobre o processo de transformação digital

As transformações tecnológicas, segundo Dyogo, trarão impactos muito maiores do que podemos imaginar.

“Precisamos nos preparar para enfrentar todas essas mudanças, mas temos um setor segurador forte, com grande capacidade de adaptação”, declarou Dyogo. 

Sobre a importância de melhorar a comunicação

Em relação à comunicação, a mensagem é a de que “precisamos abandonar o segurês”.

Em uma sociedade, como ele bem lembrou, em que 67% dos brasileiros ganham menos de 2 salários mínimos por mês, precisamos de uma comunicação que fale claramente para essas pessoas, fugindo dos termos técnicos e das traduções nem sempre coerentes de expressões de outras línguas.

Sobre novas tecnologias não reduzirão a relevância dos corretores

O presidente da Federação Nacional de Corretores (Fenacor), Armando Vergílio, afirmou que o Governo precisa encarar o setor de seguros na medida de sua importância para a sociedade, pois garante soluções, tranquilidade, poupança interna de longo prazo e, sobretudo, segurança aos consumidores.

Vergílio também reconheceu o impacto inexorável da tecnologia, cujo avanço não pode ser freado.

“É preciso entender esse movimento e aproveitar ao máximo o que a tecnologia pode nos proporcionar”, afirmou.

Segundo o presidente da Fenacor, as novas tecnologias não reduzirão a relevância dos corretores no ecossistema do seguro, mas o regulador precisa garantir sua sustentabilidade e solvência do setor “permitindo a introdução de novidades tecnológicas que acompanhem o movimento econômico e produtivo”.

Sobre o papel dos corretores na Argentina

O presidente da Associação Argentina de Produtores de Seguros (AAPS), Sebastián Del Bruto, discorreu sobre a situação dos corretores no país irmão, cujo número de profissionais cresceu 10% no último ano.

Segundo ele, a crise financeira que o país enfrenta mina a confiança dos consumidores no setor financeiro em geral, sendo uma grande barreira para o desenvolvimento do seguro.

Outro problema enfrentado pelos corretores argentinos é a concorrência com o sistema bancário na venda dos seguros. “Muitas vezes o atendimento feito pelos bancos na hora dos sinistros não é feito com o mesmo empenho empregado pelos corretores, contribuindo, também, para a redução da confiança dos consumidores”, declarou.

Fonte: CNseg – Notícias do Seguro, em 26.09.2023