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Notícias Portal CFM, em 30.06.2025

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Evento do CFM debate o impacto da espiritualidade na saúde do paciente

A religiosidade e a espiritualidade podem afetar as condições de saúde e de adoecimento dos pacientes? Este foi o grande debate realizado na mesa redonda “Medicina e Espiritualidade em Foco”, que debateu dois temas: “Conceito e evidências o impacto da espiritualidade em saúde”, apresentado pelo cardiologista Álvaro Avezum Junior, e “Espiritualidade na prática clínica: evidências e diretrizes”, debatido pelo psiquiatra Alexander Moreira de Almeida.

O evento já está disponível na página do CFM no YouTube. Acesse AQUI.

Em sua fala, o cardiologista Álvaro Avezum apresentou vários estudos que comprovam como a espiritualidade pode melhorar a saúde de cardiopatas. Um desses estudos, avaliou 12 fatores relacionados ao infarto e ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), sendo que dois, o estresse e a depressão, estão relacionados à espiritualidade.

“Essa pesquisa mostrou que esses dois fatores são responsáveis por 32% dos infartos no mundo. Sendo que no Brasil este percentual é de 44%. Ou seja, além de marcadores como genética e hábitos saudáveis, questões relacionadas à espiritualidade podem contribuir, e muito, para a prevenção de cardiopatias”, argumentou. Outro estudo, com enfermeiros americanos, mostrou que a religiosidade estava relacionada a redução de 30% da mortalidade desses profissionais. Acesse a apresentação AQUI.

Álvaro Avezum também ressaltou a necessidade da construção de evidências científicas sobre o papel da espiritualidade nos processos de cura. Para que esse conhecimento seja construído, ele propôs alguns passos, como a investigação, a confluência de saberes e a elaboração de hipóteses científicas. “A ciência pode elucidar a nossa prática clínica baseada na espiritualidade”, afirmou.

Ao falar sobre “Espiritualidade na prática clínica: evidências e diretrizes”, o psiquiatra Alexander Moreira de Almeida também elencou vários estudos sobre o impacto da espiritualidade na saúde das pessoas.

Um desses estudos, que acompanhou 90 mil americanos por 14 anos, mostrou que quem tinha alguma religiosidade teve uma mortalidade por suicídio seis vezes menor do que quem não tinha nenhum acompanhamento espiritual. Outro estudo, realizado com pacientes em hemodiálise, mostrou que pessoas com alguma religiosidade suportavam melhor o tratamento e eram mais felizes. Acesse a apresentação AQUI.

O psiquiatra destacou que a espiritualidade não vai substituir o tratamento convencional “são abordagens integradas”. Também sugeriu que os médicos, ao realizarem a anamnese, façam a coleta histórica espiritual do paciente, procurando saber mais sobre a fé e a crença religiosa, a importância que o paciente dá ao apoio espiritual, se faz parte de comunidades de apoio e quais ações está disposto a empreender em busca da saúde. “Além disso, é preciso incentivar abordagens colaborativas e virtudes como o perdão e a generosidade”, afirmou.

Os dois palestrantes enfatizaram que a espiritualidade não deve ser confundida com religiosidade e que devem ser feitos mais estudos para corroborar o que muito médicos já vivenciam em suas práticas clínicas.


Conselho Nacional de Justiça abre inscrições para a 3ª edição do Prêmio

Iniciativa reconhece práticas que fortalecem a cidadania e promovem
soluções para reduzir a judicialização da saúde

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus), abriu as inscrições para a 3ª edição do Prêmio Justiça & Saúde. A iniciativa tem como objetivo reconhecer ações e projetos que contribuam para a redução da judicialização da saúde e para o fortalecimento da cidadania pela promoção da segurança jurídica, processual e institucional nas demandas relacionadas à área.

As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de agosto, por meio de um formulário eletrônico disponível no site do CNJ, e é possível submeter mais de uma prática por autor ou órgão, desde que cada uma seja enviada em formulários distintos. A cerimônia de premiação está prevista para novembro.

O prêmio abrange diferentes categorias, incluindo tribunais, juízes, sistema de justiça, Poder Público, empresas e sociedade civil organizada. No caso de juízes e tribunais, as iniciativas devem ser previamente inscritas no Portal CNJ de Boas Práticas do Poder Judiciário. Após a aprovação, essas práticas passam a concorrer automaticamente ao prêmio.

Para participar, é necessário comprovar que a prática está implantada há pelo menos um ano, além de apresentar dados que comprovem sua eficácia e aplicabilidade. Os critérios de avaliação incluem efetividade, sustentabilidade, possibilidade de replicação, inovação, intersetorialidade, impacto nas políticas judiciárias, alcance social, participação da sociedade civil e custos financeiros.

Os projetos serão avaliados dentro de dois eixos temáticos principais: o primeiro sobre a redução da judicialização da saúde pública e suplementar pela composição pré-processual dos conflitos; e o segundo, voltado ao fortalecimento da cidadania pela promoção da segurança jurídica, processual e institucional da sociedade nas demandas de saúde.

A premiação segue as diretrizes da Portaria CNJ n. 183/2025 e busca estimular parcerias entre o sistema judicial, instituições de saúde e a sociedade civil, promovendo estratégias sustentáveis e eficazes para a resolução de demandas na área da saúde.

* Com informações do CNJ.


XV Fórum Nacional de Ensino Médico do CFM questiona: Como o médico que vai cuidar de você está sendo formado?

INSCREVA-SE AQUI

O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizará nos dias 31 de julho e 1º de agosto de 2025, em sua sede, em Brasília (DF), o XV Fórum Nacional de Ensino Médico, um dos mais importantes fóruns nacionais voltados à discussão dos rumos da formação médica no Brasil. Com o tema “Como o médico que vai cuidar de você está sendo formado? Desafios e Oportunidades”, o evento reunirá especialistas, gestores e representantes de entidades da área para discutir os caminhos necessários à garantia de uma formação de excelência, centrada nas melhores práticas médicas e na segurança do paciente.

Sob a coordenação do conselheiro federal Alcindo Cerci Neto, também responsável pela Comissão de Ensino Médico do CFM, o encontro ocorrerá em formato presencial com transmissão ao vivo pelo canal oficial do CFM no YouTube, ampliando o alcance das discussões e permitindo a participação de interessados de todo o país. Serão concedidos certificados aos participantes presenciais.

O Fórum se debruçará sobre temas cruciais para o presente e o futuro da medicina brasileira, como a infraestrutura necessária para uma formação sólida, o uso de tecnologias emergentes, o papel da pesquisa científica, a avaliação por competências, a simulação realística, a formação ética e humanística e os desafios das residências médicas frente à expansão de vagas sem a devida qualidade.

Em um momento em que o país presencia o crescimento desordenado de cursos de medicina e a fragilização de parâmetros formativos, o CFM reafirma seu compromisso na defesa de um ensino médico responsável e qualificado, pautado pela ética, pelo rigor técnico e pela valorização da vida.

“Além de extremamente técnico, é preciso garantir que o futuro médico seja mais preparado para lidar com pessoas, com empatia, competência e compromisso com a ciência e com o cuidado. Este Fórum é um espaço fundamental para reafirmarmos o papel do CFM na proteção da sociedade e na promoção de um ensino médico à altura da complexidade do ato médico”, afirma o coordenador do evento, Alcindo Cerci Neto.

A programação prevê mesas-redondas e conferências sobre temas como diretrizes curriculares, residência médica, competências socioemocionais, comunicação e liderança, além de debates sobre o Exame Nacional de Proficiência em Medicina e a formação de médicos no século XXI.

Ao promover o XV Fórum Nacional de Ensino Médico, o CFM reafirma seu papel como guardião da boa prática médica e do compromisso com a saúde da população brasileira, reforçando a necessidade de uma formação médica crítica, atualizada e comprometida com os valores que sustentam a medicina como arte e ciência a serviço da vida.


Evento sobre Saúde e Espiritualidade no CFM reforça papel da medicina centrada no ser humano

O I Webinar da Comissão de Saúde e Espiritualidade do Conselho Federal de Medicina (CFM), realizado nesta sexta-feira (27), marcou um momento histórico para a instituição ao reunir especialistas de diferentes áreas da medicina e promover um debate qualificado sobre a presença da espiritualidade na prática clínica. O sucesso do evento — transmitido ao vivo pelo YouTube e pela plataforma Zoom — já mobiliza as próximas ações da Comissão: em 26 de setembro, o CFM sediará o I Fórum de Saúde e Espiritualidade, em formato presencial, no auditório da autarquia, em Brasília.

Coordenado pela 2ª vice-presidente do CFM e responsável pela Comissão de Saúde e Espiritualidade, Rosylane Nascimento das Mercês Rocha, o encontro destacou que o reconhecimento da espiritualidade como dimensão da experiência humana pode impactar positivamente a saúde física e emocional dos pacientes. “Queremos oferecer à comunidade médica subsídios técnico-científicos sólidos para que a abordagem da espiritualidade seja conduzida com ética, sensibilidade e base nas melhores evidências disponíveis”, afirmou a conselheira.

Confira a programação em sua íntegra pelo pelo canal do CFM no YouTube

Na segunda parte do evento, a mesa-redonda “Contribuições das Especialidades Médicas” reuniu representantes das sociedades brasileiras de Psiquiatria, Cardiologia e Cirurgia Oncológica. O psiquiatra Bruno Paz Mosqueiro destacou os avanços da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) na inclusão da espiritualidade como fator relevante para a saúde mental. Estudos apresentados pelo especialista indicam que 82% dos pacientes em ambulatórios de depressão consideram importante abordar o tema nas consultas, mas apenas 36% já haviam sido questionados sobre isso por profissionais de saúde.

Já o cardiologista Ibraim Masciarelli Francisco Pinto apresentou as iniciativas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para integrar a espiritualidade às diretrizes clínicas, sobretudo na prevenção e cuidado de doenças cardiovasculares. “Estamos diante de uma ferramenta científica que pode proteger o médico e fortalecer a condução do cuidado centrado no paciente”, afirmou.

O cirurgião oncológico José Adalberto Fernandes Oliveira compartilhou a experiência da Comissão de Espiritualidade da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), destacando os resultados da atuação voluntária nos hospitais e a percepção positiva dos pacientes. Segundo ele, práticas como reiki, oração e imposição de mãos têm favorecido a recuperação no pós-operatório. “Muitos pacientes me ensinaram que o que está doente é o corpo. O espírito só adoece se a gente permitir”, relatou, citando o depoimento de um paciente em cuidados paliativos.

Cuidados paliativos – O médico Fábio Ikedo, pesquisador da UNIFESP e doutorando em Cuidados Paliativos pela Universidade do Porto, apresentou reflexões sobre a dimensão espiritual no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas. Reforçando o conceito da “dor total” — que integra dimensões físicas, emocionais e espirituais —, Ikedo chamou atenção para o valor da esperança, do perdão e do sentido da vida no alívio do sofrimento. Ele também indicou como a espiritualidade vem sendo cada vez mais incorporada às diretrizes internacionais de cuidados paliativos.

Próximos passos – O encerramento do evento foi marcado por um debate com o público, que abordou desde o conceito de espiritualidade até formas práticas de integrá-la ao cotidiano médico — inclusive na atenção primária. Para Rosylane Rocha, a realização do webinar consolida um compromisso institucional com uma medicina mais integral e ética. “A espiritualidade não se limita a uma prática religiosa, mas está ligada à busca de sentido, valores e vínculos. É um campo legítimo de cuidado que deve ser respeitado e estudado.”

A Comissão de Saúde e Espiritualidade do CFM reforça que a proposta não está vinculada a nenhuma religião específica. O foco é oferecer embasamento técnico-científico para que os médicos possam reconhecer e acolher a espiritualidade como uma dimensão da vida que influencia diretamente a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Fonte: Portal CFM, em 30.06.2025.