Na Câmara dos Deputados, CFM alerta sobre a urgência em garantir qualificação profissional
Na manhã desta terça-feira (10), o Conselho Federal de Medicina participou, na Câmara dos Deputados, de audiência pública sobre a qualidade dos cursos de medicina e a criação do exame de proficiência como requisito para o exercício profissional no Brasil. O debate foi promovido pela Comissão de Saúde e contou com a participação de representantes de diversas instituições públicas, entidades médicas e organizações de ensino, sendo presididos pelos deputados Rafael Simões (UNIÃO-MG) e Ana Pimentel (PT-MG).
O representante do CFM, o conselheiro federal pelo estado do Paraná, Alcindo Cerci Neto, parabenizou a Comissão pela realização da audiência e centrou sua fala na qualificação dos profissionais. "Não vou focar na abertura dos cursos de medicina. Todo mundo sabe que eles estão sendo abertos de forma excessiva. Vou focar num movimento silencioso: a qualificação do profissional que está atendendo a população; naquele profissional que entra no mercado de trabalho como médico, mas sem a formação mínima para atuar. Isso está gerando um problema de saúde pública", alertou.
Citando o exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o conselheiro fez um questionamento: “se a OAB pode garantir a qualidade dos advogados que entram no mercado de trabalho, não deve o CFM proteger a vida dos brasileiros avaliando os médicos antes de permitir que eles atendam os pacientes?”.
Segundo abordou, a principal ferramenta que o país apresenta hoje para avaliar a qualidade do ensino superior é a prova do ENADE, que tem revelado dados preocupantes em relação à medicina. “No último ano, colocamos no mercado de trabalho mais de oito mil profissionais advindos de cursos que tiraram notas 1 e 2 no ENADE 2023. Cursos que, em muitos casos, deveriam estar fechados”, afirmou.
De acordo com Cerci Neto, a qualificação do profissional recém-formado despencou junto com a expansão do número de cursos e as regras próprias do MEC, que deveriam garantir a qualidade da formação prática. "Formar médico não é simples. Precisamos de campos de estágio, de apoio docente qualificado. Dobramos os cursos de medicina nos últimos 10 anos, mas a infraestrutura de leitos e hospitais é flagrantemente insuficiente para o volume de estudantes", alertou o conselheiro.
"Chegam ao CFM reclamações feitas por médicos que se formam sem ter visto um parto, sem instrumental, sem entrar em um centro cirúrgico. Essa falência no campo de estágio tem repercussão direta para a população. Não se trata de reserva de mercado, se trata da segurança do paciente", argumenta.
Alertando que a solução para esse quadro é urgente, Alcindo destacou que o exame nacional de proficiência em medicina garantirá que os médicos recém-formados apenas recebam o registro após terem comprovadamente competências mínimas para atender a população. “Aprovar o exame é uma questão de responsabilidade com o povo brasileiro, com o paciente que precisa ser atendido por um profissional de qualidade”, concluiu.
Secretária Executiva do SAEME-CFM é indicada KIPRIME Fellow do Karolinska Institutet
A secretária executiva do Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (SAEME-CFM), professora Patrícia Tempski, foi nomeada KIPRIME Fellow pelo Karolinska Institutet, na Suécia. A instituição, responsável pela indicação do Prêmio Nobel, selecionou 14 pesquisadores com atuação destacada na área de educação médica no mundo.
O KIPRIME Fellows é voltado para a excelência em pesquisa e será concedido por vencedores anteriores do Karolinska Institutet Prize for Research in Medical Education (KIPRIME), um dos mais importantes prêmios internacionais dedicados à pesquisa em educação médica. As atividades terão início em outubro, em Estocolmo.
Patrícia Tempski é a primeira pesquisadora da América Latina indicada, representando um reconhecimento à sua trajetória acadêmica e à contribuição do SAEME-CFM para o fortalecimento da formação médica no Brasil. "Essa indicação é importante para mim, para o Brasil e para o SAEME. Ela demonstra que estamos fazendo um trabalho de excelência", comenta Tempski.
A secretária executiva do SAEME-CFM tem acumulado homenagens em 2025, consolidando seu nome como uma importante referência nacional e internacional em educação médica. Além da indicação para o Programa KIPRIME Fellows do Karolinska Institutet, realizado em maio, Patrícia Tempski recebeu outras três premiações também inéditas para a América do Sul.
A professora foi nomeada Fellow pelo American College of Physicians (ACP), nos Estados Unidos, título concedido a médicos que demonstram liderança, comprometimento com a excelência clínica e contribuição acadêmica relevante; foi escolhido Chair de Desenvolvimento Docente para a conferência da Associação Europeia de Educação nas Profissões da Saúde (AMEE) e recebeu destaque do Harvard Macy Institute, onde atuou como professora convidada. "Ainda não assimilei todas as homenagens e o reconhecimento. São muitos anos de compromisso com a educação e com a saúde no Brasil", comemora Patrícia.
SAEME-CFM – "Implementado em 2016, o SAEME-CFM foi desenvolvido com o intuito de fortalecer a formação de médicos éticos e competentes em todo o país. Ao obter a acreditação, a faculdade de medicina recebe um reconhecimento formal de qualidade que considera aspectos como a política institucional dos cursos, o projeto pedagógico, o programa educacional, o corpo docente/discente e o ambiente educacional", explica Mauro Ribeiro, diretor do CFM e coordenador do SAEME-CFM.
O processo de acreditação é gratuito e não classificatório. Entre as vantagens do sistema, estão a identificação de aspectos de excelência educacional que podem ser compartilhadas com outras unidades e a indicação de carências e fragilidades a serem sanadas.
Desenvolvido a partir de um projeto de pesquisa coordenado pela professora Patrícia Tempski e pelo professor Milton de Arruda Martins, o SAEME-CFM obteve reconhecimento internacional pela Federação Mundial de Educação Médica em abril de 2019. Atualmente, 48 cursos de medicina estão credenciados nas cinco regiões do país (quatro no Centro-Oeste, oito no Nordeste, 25 no Sudeste, dois na região Norte e nove na região Sul).
CFM é homenageado no Senado Federal por atuar em defesa da vida
Os senadores exaltaram o trabalho realizado pelo CFM em apoio à vida
O Conselho Federal de Medicina (CFM) foi homenageado, em sessão especial do Senado Federal nesta segunda-feira (09), por sua atuação em defesa da vida.
“Esta é a sessão mais importante da minha vida e, enquanto eu presidir essa autarquia federal, irei atuar assim”, afirmou José Hiran Gallo, presidente do CFM.
O senador Eduardo Girão (NOVO-CE), presidente da sessão, exaltou o trabalho de Hiran Gallo: “na defesa da vida, o presidente do CFM faz mais do que todos nós juntos”.
Compondo a mesa no plenário do Senado, a senadora Damares Alves (REPUB-DF) destacou no púlpito que “é uma honra ter o CFM nesta mesa, uma instituição onde hoje temos homens corajosos que defendem a vida”.
Hiran Gallo destacou a importância da Resolução CFM nº 2.378/24, do relator do conselheiro federal Raphael Câmara que proíbe a assistência fetal acima de 22 semanas de gestação.
“A assistência fetal é uma crueldade tamanha que nem o Conselho de Medicina Veterinária permite em animais”, afirmou Gallo, destacando que a suspensão da norma pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1141, “causa estranheza por alegar que não temos legitimidade”.
A fala do presidente Hiran Gallo foi elogiada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE). “Quando o CFM se posiciona, é uma demonstração técnica”, afirmando que pesquisas retratam que a imensamente
Raphael Câmara relatou aos senadores as agressões sofridas na razão da Resolução CFM 2.378/24
A maioria da população é bastante à legalização do aborto em todas as situações.
O conselheiro Raphael Câmara, também foi homenageado. Após agradecer ao presidente do CFM, Câmara relatou os ataques que sofreram por defensor pauta pró-vida, destacando a importância do STF no julgamento da ADPF 1141. "A cada dia que a Resolução CFM nº 2.378/24 continua suspensa, dois bebês morrem por assistência fetal no Brasi. Todos os dias e de maneira cruel", alertou Câmara.
Além do CFM, nas pessoas do presidente Hiran Gallo e do conselheiro Raphael Câmara, na sessão especial do Senado Federal homenageou outras instituições e pessoas que atuam em defesa da vida.
Fonte: Portal CFM, em 10.06.2025.