Conferência de encerramento debate a regulamentação do uso da IA
A última atividade do I Fórum sobre Inteligência Artificial do CFM, realizado na manhã dessa terça-feira (3) foi a conferência “IA e o Parlamento Brasileiro”, proferida pela deputada federal Silvia Waiãpi (PL/AP), autora do projeto de lei nº 1325/25, que prevê o estudo da inteligência artificial na grade curricular do ensino fundamental. “Parabenizo o CFM por estudar este tema tão importante e profícuo. Todos nós precisamos saber como lidar com esta nova realidade”, afirmou.
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Para comprovar que a Inteligência Artificial é manipulável, ela mostrou informações sobre ela que teriam sido respondidas a uma pergunta a uma IA. “A informação é que eu teria sido assassinada há alguns anos por um garimpeiro, que, por acaso, está aqui nesta sala. Ou seja, a partir de uma narrativa de que eu, como indígena, eu só poderia ter sido assassinado por questões de terra, a IA está dando informações erradas sobre mim”, argumentou.
A deputada informou que no Congresso Nacional existem mais de 600 projetos que buscam regulamentar o uso da IA e que o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) pretende criar a Frente Parlamentar em Desenvolvimento da Inteligência Artificial. “Temos de pensar sobre isso, pois não se pode substituir a inteligência natural, que informações alimentadas por terceiros”, argumentou. Para a deputada, a IA “não pode substituir o toque do médico”.
Ao final da conferência, o coordenador da Comissão de Inteligência Artificial e 3º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, agradeceu aos palestrantes e participantes do evento. “Foi uma honra tê-los aqui nesta manhã. As reflexões feitas aqui vão subsidiar as nossas próximas ações sobre essa questão”, afirmou.
Câmara Técnica de Oncologia Clínica debate tratamentos alternativos para o câncer
A Câmara Técnica de Oncologia Clínica realizou nesta terça-feira (3) a primeira reunião do colegiado na atual gestão. Coordenada pelo conselheiro federal suplente pelo Rio de Janeiro, João Helio Leonardo de Sousa, o colegiado analisou vários pedidos de pareceres encaminhados por médicos de todo o Brasil. “Foi uma reunião muito produtiva, em que debatemos com profundidade os questionamentos apresentados”, concluiu o coordenador.
A Câmara Técnica se debruçou, por exemplo, sobre o uso do sorafenibe em crianças e adolescentes no tratamento do tumor demoide e o uso da terapia celular CAR-T com Kyrian (tisagenlecleucel) em pacientes com linfoma não-Hodgkin difuso. Os pedidos de parecer foram feitos tanto por médicos para tratamento de um paciente específico, como por instituições de saúde.
Em relação ao uso do Kyrian, o questionamento também será analisado pela Câmara Técnica de Hematologia. O colegiado elaborou uma proposta de resposta sobre o uso do sorafenibe, a qual vai subsidiar o parecer que o CFM enviará aos consulentes.
CFM abre debate sobre o impacto da IA na revolução do cuidado médico
Na manhã desta terça-feira (3), o Conselho Federal de Medicina (CFM) deu início ao I Fórum Sobre Inteligência Artificial na Medicina, evento que marca uma nova etapa na atuação da entidade diante das transformações tecnológicas na saúde. A cerimônia de abertura, realizada na sede do CFM, em Brasília (DF), contou com a participação do presidente da autarquia, José Hiran da Silva Gallo, e do conselheiro federal Jeancarlo Fernandes Cavalcante, 3º vice-presidente e coordenador da Comissão de Inteligência Artificial do CFM.
Com o tema “Saúde 5.0 – O impacto da IA na revolução do cuidado médico”, o Fórum busca ampliar o debate sobre a aplicação responsável da inteligência artificial na prática médica, reunindo médicos, especialistas em tecnologia e representantes da sociedade. A programação, que se estende até as 15h, é gratuita e tem transmissão ao vivo pelo canal do CFM no YouTube.
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Durante sua fala, o presidente José Hiran Gallo destacou a relevância do tema para o presente e o futuro da medicina. “É uma honra receber tantos especialistas nesta casa do médico brasileiro. Este evento demonstra o grau de prioridade que o CFM dá ao debate sobre a inserção da inteligência artificial nos campos da saúde e da medicina. Já é uma realidade em várias áreas e precisamos nos antecipar aos desafios impostos por seu uso crescente”, afirmou.
O presidente ressaltou ainda que o uso da IA deve ser acompanhado por uma regulação sólida, capaz de garantir segurança, equidade e ética. “É preciso que o uso da inteligência artificial seja bem normatizado — do ponto de vista legal, clínico e ético — para que não agrave desigualdades ou comprometa a privacidade dos pacientes”, alertou.
Durante a solenidade, o conselheiro Jeancarlo destacou que a realização deste evento já é fruto da criação do Departamento de Inteligência Artificial do CFM: “Este é um momento histórico para o Conselho Federal de Medicina. O Departamento de IA foi uma iniciativa desta gestão, com dois eixos de atuação: a regulação do uso da inteligência artificial no exercício da medicina e o desenvolvimento de ferramentas de IA para apoiar os médicos brasileiros”.
Segundo Jeancarlo, o CFM já trabalha no lançamento de uma primeira ferramenta voltada ao rastreamento de publicidade médica nas redes sociais, prevista para o final de junho. “O objetivo do Fórum é mostrar o que há de melhor sendo desenvolvido em IA aplicada à medicina. Queremos fomentar a excelência e contribuir para que os médicos estejam preparados para essa nova realidade”, afirmou.
Ao longo do dia, os participantes acompanham conferências e mesas temáticas sobre temas como letramento digital, ética médica, regulação, experiências internacionais, cirurgia robótica, ensino interativo e decisões clínicas mediadas por IA.
CFM chama atenção para a Obesidade Mórbida Infantil
No Dia de Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre os riscos do excesso de peso entre crianças e adolescentes, o Conselho Federal de Medicina (CFM) chama a atenção de pais e jovens sobre a importância da prevenção. O conselheiro federal Bruno Leandro de Souza, que é pediatra e coordenador da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia do CFM, indica os melhores caminhos para a família lidar com a questão em casa e com os profissionais de saúde.
Em abril, o CFM publicou resolução atualizando regras para a realização de cirurgia bariátrica e metabólica em que passou a reconhecer a realização do procedimento em pacientes a partir dos 14 anos de idade – nos casos de obesidade grave (IMC maior que 40) associada a complicações clínicas – desde que com a devida avaliação da equipe multidisciplinar e consentimento dos responsáveis. A resolução anterior, revogada, definia que pacientes menores de 16 anos só poderiam fazer a cirurgia em caráter experimental e de acordo com as normas do Sistema CEP/Conep.
A obesidade infantil é uma condição multifatorial e, entre as principais, destacam-se a má alimentação (consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gordura e sódio); o sedentarismo (tempo prolongado em frente a telas e falta de atividade física regular); fatores genéticos e hormonais (crianças com pais obesos têm maior risco, além de possíveis alterações endócrinas); aspectos emocionais (ansiedade, depressão e compulsão alimentar podem influenciar negativamente os hábitos alimentares); e ambiente familiar e social (rotina desorganizada, falta de acesso a alimentos saudáveis e ausência de exemplo dos cuidadores).
Para Bruno Leandro, o combate à obesidade infantil exige uma abordagem multidisciplinar e contínua com pediatra, nutricionista, educador físico, psicólogo e endocrinologista pediátrico (em casos mais graves).
Ele ressalta que o tratamento deve ser individualizado e progressivo, priorizando intervenções não medicamentosas. Segundo o conselheiro do CFM, os principais pilares incluem reeducação alimentar, com foco em escolhas saudáveis, sem restrições radicais; atividade física regular (pelo menos 60 minutos diários de exercícios moderados a intensos); mudanças comportamentais, incluindo sono adequado, redução de tempo de tela e participação da família; acompanhamento psicológico (essencial para crianças com compulsão, baixa autoestima ou ansiedade); e uso de medicamentos (raro e reservado para casos graves, sempre sob orientação médica e quando outras medidas não surtiram efeito).
Importância dos pais – Para o pediatra, os pais podem contribuir para a prevenção da obesidade infantil em casa, com atitudes simples e consistentes, como dar o exemplo mantendo uma alimentação saudável e praticando atividade física, oferecendo refeições equilibradas, com frutas, verduras, grãos integrais e menos alimentos industrializados, e estabelecendo rotina alimentar com horários fixos para refeições e lanches.
“É necessário evitar o uso de comida como recompensa ou punição, reduzir o tempo de tela, incentivar brincadeiras ativas e garantir boa qualidade de sono. Crianças privadas de sono têm maior risco de obesidade. A chave é educar sem impor, estimulando a autonomia da criança, inserindo-a na escolha e preparo dos alimentos, apresentando os alimentos saudáveis de forma atrativa e lúdica, evitar proibições rígidas e permitir escolhas conscientes, elogiar as boas escolhas e avanços, por menores que sejam, promover mudanças em família, evitando que a criança se sinta isolada no processo, e transformar as mudanças em algo positivo: mostrando os benefícios para a saúde, energia, bem-estar e autoestima”, conclui o pediatra.
Impactos da IA na prática médica em debate no I Fórum do CFM sobre o tema
Os resultados do uso da Inteligência Artificial (IA) na Medicina foram discutidos na Mesa A revolução da prática médica, que analisou os efeitos da aplicação da tecnologia nos atendimentos médicos. A discussão foi a segunda realizada durante o I Fórum do CFM sobre Inteligência Artificial, moderada pelo conselheiro federal Marcelo Prado, representante do estado de Goiás no CFM.
O debate deu continuidade à discussão sobre o futuro do trabalho na saúde. Nesta mesa, o fórum teve continuidade com uma apresentação sobre a aplicação da Inteligência Artificial na cirurgia robótica. O tema foi apresentado pelo médico gastroenterologista Carlos Eduardo Domene, professor livre docente de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Histórico da IA na saúde – Durante a palestra, o professor trouxe um histórico do uso da IA no atendimento médico. Segundo ele, a tecnologia é usada há mais de 70 anos, mas teve seus resultados ampliados como avanço do poder computacional no mundo. Domene destacou o progresso alcançados na saúde com a cirurgia digital, onde os procedimentos podem ser feitos inclusive a distância, de forma segura. Conforme ressaltou o palestrante, na realização desses procedimentos, o “cirurgião não está mais isolado, mas integrado a um banco onde todos os dados sobre o paciente estão disponíveis”, detalhou Carlos Eduardo Domene também ressaltou os benefícios das ferramentas tecnológicas “que vão melhorando e ampliando as habilidades do médico, tornando mais rápido e mais preciso o diagnóstico”.
Outro exemplo citado pelo conferencista foram “as suturas em cirurgias, antigamente erram manuais, que passaram a ser mecânicas e mais recentemente também magnéticas”. Essas ferramentas estão sendo cada vez mais utilizadas”, relatou o professor universitário.
Diagnóstico por imagem com IA – O cenário atual da radiologia com os avanços alcançados pelo uso da Inteligência Artificial foi abordado pelo professor Giovanni Cerri, titular de Radiologia da Faculdade de Medicina da USP – FMUSP. Na apresentação, o palestrante analisou as áreas onde a IA e benefícios da ferramenta à especialidade, como o apoio ao radiologista na identificação de lesões, melhoria da eficiência em exames, além da identificação de alertas clínicos em achados considerados relevantes ao diagnóstico.
O palestrante apontou o crescimento exponencial do volume de exames e a escassez global de radiologistas como razões para “otimização dos recursos finitos que nós temos na saúde no Brasil e no mundo”. Para Giovanni Cerri, considerando esses fatores, “a inteligência Artificial surge como vetor de transformação, com potencial de reorganizar fluxos assistenciais” e otimizar recursos”, considera o especialista.
Ensino digital interativo – A evolução tecnológica no ensino médico foi o tema da conferência apresentada pelo radiologista Alexandre Taleb, professor de Telemedicina na Universidade Federal de Goiás – UFG. Ele analisou as vantagens do ensino interativo em medicina, como a melhoria nas habilidades práticas e tomada de decisão pelo estudante de medicina; o aprendizado seguro em ambientes simulados, com risco zero ao paciente.
O conferencista ressaltou os benefícios da IA para o ensino médico, com a possibilidade de maior personalização do ensino. “Quando a gente aplica a Inteligência Artificial no ensino interativo eu consigo personalizar os conteúdos. Com ela, é possível analisar o desempenho individual e criar um plano para cada aluno, respeitando as individualidades de cada um.
Ao final da apresentação, Alexandre Taleb ressaltou as vantagens da tecnologia para a assistência à saúde. “Há 20 asnos, era impossível idealizar as tecnologias que dispomos. Hoje, é impossível pensar no sistema de saúde ideal sem essas tecnologias”, concluiu o palestrante.
Encerrada a mesa que discutiu A revolução da prática médica, o I Fórum sobre Inteligência Artificial teve continuidade com a discussão sobre O futuro tecnomoral na medicina, com a palestra proferida pelo 3º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Fernandes Cavalcante, coordenador da Comissão de Inteligência Artificial na Medicina. A apresentação do diretor teve como tema “Os pilares da IA na atualidade”.
Assista à íntegra das palestras do encontro, no canal do CFM no YouTube, em (81) CFM – Conselho Federal de Medicina – YouTube.
I Webinar da Comissão de Saúde e Espiritualidade do CFM tem foco em evidências científicas e prática clínica
O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizará, no dia 27 de junho de 2025, das 14h às 17h, o I Webinar da Comissão de Saúde e Espiritualidade, com o tema central “Saúde e Espiritualidade: o panorama das evidências científicas e prática clínica”. O evento será transmitido de forma online e gratuita, mediante inscrição prévia aqui.
Sob a coordenação da 2ª vice-presidente do CFM, conselheira Rosylane Nascimento das Mercês Rocha, que também lidera a Comissão de Saúde e Espiritualidade, o webinar marca um importante passo institucional na discussão do papel da espiritualidade na atenção à saúde. “Estudos científicos demonstram que a prática da espiritualidade está associada a efeitos positivos na prevenção de doenças, na recuperação clínica e no bem-estar dos pacientes. Nosso objetivo é oferecer à comunidade médica um embasamento técnico-científico sólido, que possa subsidiar condutas clínicas fundamentadas nas melhores evidências disponíveis”, afirma a conselheira.
A programação contará com a participação do presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, na mesa de abertura, e trará conferências e mesas-redondas que abordarão desde os conceitos e evidências científicas sobre espiritualidade e saúde até a sua aplicação prática em especialidades médicas, com destaque para os cuidados paliativos.
O evento reunirá médicos, pesquisadores e membros da Comissão de Saúde e Espiritualidade do CFM, que vêm se dedicando à análise da literatura científica nacional e internacional sobre o tema. “Assim como a prática de exercícios físicos se consolidou como parte das recomendações médicas, hoje buscamos compreender e estabelecer diretrizes baseadas na influência da espiritualidade na saúde”, explica Rosylane.
O CFM enfatiza que a proposta não está vinculada a nenhuma religião específica, mas sim ao reconhecimento da espiritualidade como dimensão relevante da experiência humana e da prática clínica.
Presidente do CFM fala sobre ética médica e exame de proficiência em medicina para alunos de universidade em SP
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, realizou visita institucional à Universidade Brasil, em Fernandópolis (SP), a convite da reitoria da instituição. Na oportunidade, ele conheceu as instalações do campus e interagiu com os gestores e o corpo docente e discente da escola.
“Este é um momento de muita felicidade para mim. Tenho a chance de me revigorar ao encontrar tantos jovens cheios de energia. Fico contente em saber que, em algum tempo, vão estar graduados em medicina e autorizados legalmente ao exercício diário dessa profissão, que é um misto de vocação, ciência e arte”, afirmou o presidente do CFM.
No auditório da Universidade, na sexta-feira (30), José Hiran Gallo fez uma exposição para os alunos sobre aspectos-chaves citados no Código de Ética Médica; os valores e compromissos impressos no Juramento de Hipócrates; e alguns dos desafios no exercício da medicina.
Várias autoridades locais e da comunidade acadêmica acompanharam a palestra que tratou de questões como a violência contra médicos.
Para o presidente do CFM, este fenômeno tem origem, entre outros fatores, no sucateamento e do excesso de demanda na rede pública. “Assim, o desespero de quem procura por cuidados faz com que, indevidamente, jogue sua insatisfação sobre os ombros do médico que está na porta da emergência”, disse.
Outro ponto abordado foi a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina (Projeto de Lei nº 2.294/2024), cuja proposta já foi aprovada na Comissão de Educação do Senado e está em análise na de Assuntos Sociais. Conforme explicou José Hiran Gallo, o teste funciona como uma barreira de proteção para a sociedade, em especial das parcelas que dependem exclusivamente do SUS.
“A intenção não é punir, mas proteger os pacientes e oferecer a possibilidade de aperfeiçoamento aos egressos que ainda precisam de treinamento”, complementou.
Participaram da atividade, Barbara Izabela Costa (reitora da Universidade Brasil), Rafael Mesquita Lopes (reitor do Centro Universitário de Brasília), João Paulo Cantarella (prefeito de Fernandópolis), dentre outros representantes da comunidade.
Fonte: Portal CFM, em 03.06.2025.