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Notícias Portal CFM, em 03.04.2024

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Fórum sobre esteroides anabolizantes reúne médicos especialistas e profissionais da saúde

Com o apoio de suas Câmaras Técnicas de Urologia, Medicina do Esporte, e Endocrinologia e Metabologia, o Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou nesta terça-feira (3), o I Fórum sobre o Uso de Esteroides Androgênicos Anabolizantes do CFM. A atividade pretende colocar em discussão diferentes aspectos relacionados à essas substâncias com o objetivo de definir propostas para controlar excessos em sua prescrição ou uso indevido.

Na mesa de abertura do evento, a conselheira federal Annelise Meneguesso (coordenadora Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia) ressaltou o primeiro aniversário da Resolução CFM nº 2.333/23, que veta terapias hormonais para fins estéticos e de desempenho esportivo, está prestes a completar um ano de sua publicação.

“Ao longo desse último ano, observamos mudanças de comportamento dos médicos prescritores e da população em relação à conscientização sobre os riscos que estavam expostos com a má prática [de prescrição e utilização de esteroides androgênicos anabolizantes sem evidências clínico-científicas]. Mas ainda temos um longo caminho a ser percorrido até chegarmos à total proteção da sociedade e esse fórum é um passo importante nesse sentido”, disse.

Foro – Para o conselheiro federal Luís Guilherme Teixeira dos Santos, coordenador da Câmara Técnica de Urologia, “hoje, depois de muita luta temos o melhor foro, que é o CFM, para discussão técnica, legal e jurídica sobre a prescrição de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes, levando a ciência e o que nós temos de exato para os nossos pacientes”. Ainda de acordo ele, o CFM tem quebrado paradigmas para trazer sociedades de especialidades médicas e outros profissionais de saúde ao debate em torno do tema.

O 1º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, também aponta a Resolução CFM nº 2.333/23 como um marco histórico em relação ao papel do Conselho Federal de Medicina, como autarquia regulatória. Ele expressou o desejo por uma discussão produtiva e a expectativa de que “o grupo possa sair fortalecido com relação a decisões que afetem diretamente a população brasileira”.

Temas – Na etapa da manhã, foram debatidos temas como o uso da terapia de reposição com testosterona em pacientes com obesidade (apresentado por Rodrigo de Oliveira Moreira, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia); distúrbio androgênico do envelhecimento masculino (apresentado por Rodrigo Barros de Castro, da Sociedade Brasileira de Urologia); E Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo (abordado por Maria Celeste Osório Wender, presidente da Federação Brasileira da Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo).

Também foram abordados os efeitos adversos do uso de esteroides anabolizantes. Médicos especialistas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Clayton Luiz Dornelles Macedo), Sociedade Brasileira de Urologia (Leonardo Seligra Lopes) e Associação para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Adriano Segal), entre outros, apresentaram e discutiram diversos efeitos colaterais no âmbito cardiovascular (como hipertensão arterial, aumento da adiposidade visceral, arritmias), hepático (aumento de enzimas hepáticas, esteatose tóxica, neoplasia hepática), e infecciosos (como hepatites virais, abcessos, infecções sistêmicas e sepses) etc.

Outro tema de destaque foi o doping no alto rendimento. Participaram Adriana Taboza de Oliveira, presidente da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que falou sobre o movimento antidopagem e o papel da ABCD e da Agência Mundial de Antidoping (WADA – World Anti-Doping Agency) na edição da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos.

Taboza defende que os médicos conheçam essas substâncias que ocasionam potencial ou efetivo ganho de desempenho esportivo, que têm real ou potencial risco à saúde do atleta e que violam o espírito do esporte. Sobre o tema, José Kawazoe Lazzoli, presidente da Comissão de Autorização de Uso Terapêutico da ABCD, falou sobre controle antidoping e autorização para uso terapêutico de substâncias.

Acompanhe ao vivo a etapa da tarde pelo YouTube:


CFM ressalta importância do médico em sessão no Congresso Nacional

O 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Jeancarlo Cavalcante, participou nesta quarta-feira (3) de sessão solene promovida pelo Plenário da Câmara dos Deputados para celebrar o Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril. O conselheiro ressaltou a importância do trabalho do médico na formulação de políticas públicas de saúde e na luta contra a desigualdade social e a desassistência, defendeu a Lei do Ato Médico e criticou o fechamento de leitos de internação do SUS nos últimos anos.

“Como médicos, ao longo dos anos, temos ajudado a Nação a superar inúmeros desafios, atuando diversas vezes em sintonia com os Três Poderes. Inclusive, o Programa Nacional de Imunização (PNI) deve parte de seu sucesso à atuação de nossos profissionais, que atuam diretamente junto às comunidades para melhorar os índices de cobertura vacinal”, destacou.

Debate – A sessão solene no Plenário da Câmara para celebrar o Dia Mundial da Saúde foi sugerida pelos deputados Dr. Fabio Rueda (UNIÃO-AC), Odair Cunha (PT-MG) e Zé Neto (PT-BA). Participaram do debate, além do CFM, Sergio Montenegro, conselheiro administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia; Isabelly Rosas, conselheira federal representando o Conselho Regional de Odontologia do Acre; Gilberto Pucca, professor adjunto da Universidade de Brasília, entre outros.

Cavalcante afirmou que o CFM tem participado ativamente dos grandes debates de saúde pública junto ao Executivo, Legislativo e Judiciário e lembrou que a Autarquia, no Congresso Nacional, se colocou contra, por exemplo, a regulamentação do cigarro eletrônico e o fechamento dos hospitais de custódia. “Além disso, empenhamos nossos esforços em contribuir em diversas discussões que visam trazer melhorias às políticas de mortalidade materna e dos planos de saúde e de medidas contra a violência escolar”, enumerou.

Leitos – Ele ainda fez questão de mencionar que os médicos, como componentes de uma equipe de saúde, fazem a diferença no cotidiano da saúde pública também na base do sistema, nos municípios mais remotos. De acordo com o 1º vice-presidente do CFM, mesmo sem condições ideais de trabalho, eles não abandonam postos de saúde, CAPs, UPAs, prontos-socorros e hospitais da rede pública para oferecer diagnóstico e tratamento adequados aos brasileiros.

“Enfrentamos grandes desafios, como, por exemplo, o fechamento de leitos de internação hospitalar dentro da rede do Sistema Único de Saúde. Entre 2010 e 2023, o Brasil perdeu 26 mil leitos de internação do SUS, passando de 335 mil para 309 mil, uma redução de 8%. Ou seja, os pacientes que dependem da rede pública também sofrem com a redução de leitos”, disse.

Outra preocupação levantada pelo conselheiro foi em relação à invasão de competências da área médica, prevista na Lei 12.842/2013, a Lei do Ato Médico. Segundo Cavalcante, infelizmente, há um flagrante desrespeito à legislação em diversas situações e, muitas vezes, ele resulta em graves lesões e até mortes de pacientes.

Fonte: Portal CFM, em 03.04.2024.