Saúde Digital Brasil é a nova integrante do Conselho Consultivo do IES
O Instituto Ética Saúde passa a contar com o apoio da Saúde Digital Brasil (SDB), que é o novo integrante do Conselho Consultivo. A associação vai contribuir ativamente com as atividades do IES, por meio do aconselhamento ao Conselho de Administração e de Ética, com a difusão das iniciativas do Instituto perante a sociedade e associados e colaboração com os demais projetos propostos.
A Saúde Digital Brasil é uma associação sem fins lucrativos que reúne as principais empresas que desenvolvem tecnologias e prestam serviços de saúde digital, telemedicina e telessaúde no país. Tem atuado como referência na difusão de boas práticas e na defesa de políticas públicas que integrem a inovação tecnológica aos modelos de cuidado baseados em valor, com foco na ampliação do acesso, segurança do paciente e sustentabilidade do sistema de saúde.
“Temos muitos interesses em comum, visando uma saúde mais integra e leal. Um dos pontos convergentes é a regulamentação da aplicação da Inteligência Artificial (IA) no setor de saúde, onde o conhecimento técnico da SBD será de extrema importância”, afirma o diretor Executivo do IES, Filipe Venturini Signorelli.
“Juntos ao IES, reforçamos nossa missão de ampliar o acesso à saúde de qualidade para todos através da tecnologia, liderando uma transformação digital responsável e ética. Assim, garantimos que avanços como a Inteligência Artificial resultem em máxima segurança para o paciente e mais sustentabilidade para o SUS”, finaliza o presidente do Conselho de Administração da SDB, Carlos Pedrotti.
Instituto Ética Saúde reforça papel da autorregulação e da governança responsável no 9º Pacto pelo Brasil
O 9º Pacto pelo Brasil, promovido pela Observatório Social do Brasil e realizado no dia 25 de junho, abordou o tema ESG: Governança Responsável e Sustentável. O diretor do Instituto Ética Saúde, Filipe Venturini Signorelli, foi um dos palestrantes e destacou iniciativas concretas de integridade, com impacto direto na saúde e na sociedade.
Para Venturini, a construção de uma cultura ética no setor da saúde passa pela valorização da autorregulação privada responsável, como forma de consolidar princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança) na prática. “O Brasil tem, sim, jeito. E o caminho que estamos trilhando está alinhado às diretrizes da OCDE, que aponta a autorregulação como uma das bases possíveis para a regulação estatal moderna”, afirmou.
Entre os principais instrumentos do IES neste sentido estão as Instruções Normativas, o Marco de Consenso, o Programa QualIES e o Relatório de Maturidade dos Associados, que servem como alicerces de uma governança setorial ética, transparente e com foco no bem-estar coletivo. “A partir do momento em que tratamos esse conceito de regulação justa, eficiente, com controle e fiscalização nosso, conseguimos balizar toda a estrutura da empresa e trazer sustentabilidade real à gestão”, pontuou.
O executivo explicou que as Instruções Normativas do Instituto oferecem diretrizes objetivas para a atuação ética no mercado da saúde. Já o Marco de Consenso é um pacto setorial que estabelece princípios de autorregulação com foco no bem-estar e na segurança do paciente. O QualIES é um programa de certificação independente, que tem fortalecido a maturidade das práticas de integridade entre os associados do Instituto. “É renunciar a determinado privilégio, determinada forma de pensar, para agir no modelo coletivo de sustentabilidade de um setor. O resultado de um trabalho de 8 anos, mapeando as empresas que seguem a autorregulação voluntária proposta pelo IES, com o resultado altamente positivo observado, é fator determinante para se concluir que as práticas corruptas podem ser contornadas, e o setor assumindo um protagonismo de autorresponsabilidade, cunhando uma liderança responsável, gerindo suas relações econômico-financeiras pautadas na transparência real e na honestidade, o que resulta, indiscutivelmente, num processo efetivo de sustentabilidade mercadológica, refletindo positivamente na saúde das empresas e na melhora qualitativa e quantitativa de acesso aos pacientes”.
Filipe Venturini Signorelli finalizou lembrando que “todos nós somos pacientes. Seja como cidadãos, seja como profissionais, empresas ou instituições. E é
por isso que as decisões éticas no setor da saúde impactam a todos e devem ser responsabilidade de todos”.
Também participaram do painel a diretora Executiva no Observatório Social do Brasil, Roni Enara; a pesquisadora, advogada e professora, Marcela Brey; e a superintendente da Sompro Seguros, Juliana Nascimento.
A ética que se constrói no setor da Saúde
Por Filipe Venturini Signorelli
Quando falamos sobre ética na saúde, é imprescindível ir além do discurso filosófico. Ética precisa ser prática concreta, mensurável. E é exatamente esse caminho que o Instituto Ética Saúde tem trilhado nos últimos 10 anos, transformando princípios em ações reais, impactos e resultados visíveis.
Desde sua fundação, o Instituto tem sido um catalisador de mudanças profundas no setor da saúde, no Brasil. Enfrentamos um cenário desigual, com batalhas diárias contra estruturas enraizadas de má conduta. No início, éramos poucos, carregando nas mãos um ideal quase utópico. Hoje, temos conquistas concretas que validam cada passo dado.
Materializar a ética é nosso compromisso. Isso significa atuar em várias frentes: na construção legislativa, na autorregulação, no fomento à transparência, no apoio a programas de compliance e, principalmente, na formação ética dos profissionais da saúde.
Em parceria com universidades, estamos mapeando a legislação e regulação do setor e levantando dados que mostram a evolução da corrupção, nos últimos cinco anos. Isso nos permite construir indicadores sólidos para entender o cenário e agir com inteligência.
Mas nossa atuação vai além do diagnóstico. Recentemente, o Instituto, com o apoio de todas as entidades do seu Conselho Consultivo, apresentou ao Ministério da Educação uma proposta para alterar as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos da área da saúde. O objetivo é inserir a ética de forma transversal, desde a formação universitária, antes que o profissional entre no mercado e se depare com as tentações e distorções que conhecemos bem. Acreditamos que formar um profissional ético na raiz — no momento da transição entre o aprendizado pedagógico e a prática adulta — é a chave para transformar o setor. Assim, evitamos que escolhas de especialização sejam guiadas por oportunidades ilícitas e reforçamos a centralidade do paciente e da vida humana no exercício da medicina.
Essa é uma verdadeira revolução silenciosa. Estamos falando de ética em sua forma mais concreta: prevenir ao invés de punir, transformar ao invés de maquiar, educar ao invés de condenar. A ética não está apenas no código, no protocolo, no manual. Ela está na conduta cotidiana, nas pequenas e grandes decisões que moldam o futuro da saúde no País. Está na CONFIANÇA!
Ao longo desses 10 anos, conseguimos avanços significativos, tais como:
- Aumento expressivo dos programas de compliance nas empresas;
- Maior visibilidade no combate ao pagamento de propinas;
- Redução de práticas de pagamentos como o desconto financeiro;
- Fortalecimento do marco de consenso ético e regulatório do setor;
- Crescimento da autorregulação e do engajamento das empresas;
- Ajustes nas legislações e regulações do Estado.
É raro ver empresas que se unem para combater a corrupção de forma voluntária. Aqui, isso aconteceu. E continua acontecendo. A integridade passou a ser um ativo estratégico. E a transparência um valor incontornável.
Independentemente de qual sigla e/ou ideologia partidária esteja comandando o governo do nosso País ou da conjuntura política, o compromisso com a ética permanece. Porque o que está em jogo é a saúde das pessoas. Lidamos com vidas. E é por isso que reafirmamos, com orgulho, que o Instituto Ética Saúde vem fazendo história. A mudança é real. A transformação está em curso. E ela só é possível porque empresas, profissionais, entidades e a sociedade civil decidiram, juntos, fazer o que é certo.
Essa é a ética que se constrói. E ela veio para ficar.
Filipe Venturini Signorelli é diretor Executivo do Instituto Ética Saúde
* A opinião manifestada é de responsabilidade dos autores e não é, necessariamente, a opinião do IES
Fonte: Instituto Ética Saúde, em 26.06.2025.