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Notícias Anvisa, em 04.04.2023

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Anvisa promove diálogo setorial sobre rotulagem de alimentos alergênicos

Reunião virtual discutiu inovações no Codex Alimentarius para aperfeiçoamento da rotulagem.

Mais de 300 pessoas participaram, no último dia 28 de março, do Diálogo Setorial sobre Rotulagem de Alimentos Alergênicos, promovido pela Anvisa. O encontro virtual teve os seguintes objetivos:

  • apresentar um panorama do processo regulatório para revisão dos requisitos de rotulagem de alimentos alergênicos, que integra o Projeto 3.2 da Agenda Regulatória 2021/2023;
  • explicar as recomendações do Comitê Conjunto de Especialistas da FAO/OMS para Avaliação de Risco de Alimentos Alergênicos sobre a revisão da lista de alimentos alergênicos de relevância global, a declaração da rotulagem de precaução de alergênicos com base em limites de referência e o desenvolvimento de critérios para excetuar derivados de alergênicos da rotulagem;
  • contextualizar o trabalho em curso no Comitê do Codex sobre Rotulagem de Alimentos (Codex Committee on Food Labelling – CCFL) para revisar as diretrizes para rotulagem de alimentos alergênicos em alimentos embalados e elaborar orientações sobre a rotulagem de precaução de alergênicos; e
  • esclarecer dúvidas e coletar contribuições dos agentes afetados pelo tema ou interessados.

As contribuições recebidas ajudaram a identificar vantagens e desvantagens das mudanças regulatórias que estão sendo discutidas internacionalmente, bem como algumas questões que precisam ser tratadas em nível nacional para a melhoria da rotulagem de alimentos alergênicos.

Os subsídios obtidos serão utilizados no processo regulatório para revisão dos requisitos de rotulagem de alimentos alergênicos e na elaboração de posicionamentos para as discussões no âmbito do Codex Alimentarius (programa conjunto da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO e da Organização Mundial da Saúde – OMS, com o objetivo de estabelecer normas internacionais na área de alimentos).

A apresentação realizada na reunião pode ser acessada aqui.

A gravação da reunião pode ser acessada nos links abaixo:

1ª parte da reunião: 1) Panorama da regulamentação nacional sobre rotulagem de alimentos alergênicos e do processo de revisão; 2) Contextualização acerca do trabalho do CCFL sobre rotulagem de alimentos alergênicos; e 3) Recomendações do grupo de especialista da FAO/OMS sobre a lista de alimentos alergênicos.

2ª parte da reunião: 4) Recomendações do grupo de especialistas da FAO/OMS sobre limites de alergênicos para uso da rotulagem de precaução de alergênicos; e 5) Recomendações do grupo de especialistas da FAO/OMS sobre uso da rotulagem de precaução de alergênicos e sobre a abordagem para excetuar derivados de alergênicos da rotulagem.


Webinares orientam sobre avaliação de segurança do paciente em serviços de diálise e UTIs

Encontros virtuais serão nos dias 10 e 13 de abril. Participe!

A Anvisa irá promover, na próxima semana, dois webinares sobre avaliação de segurança do paciente em serviços de saúde.

O primeiro deles, às 15h de segunda-feira (10/4), irá apresentar o Formulário de Avaliação das Práticas de Segurança do Paciente em Serviços de Diálise.

Já na quinta-feira (13/4), às 10h, será apresentado o Formulário de Avaliação das Práticas de Segurança do Paciente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

O objetivo dos encontros é orientar os serviços no preenchimento dos formulários e estimular a participação na avaliação.

Para participar dos eventos, basta clicar nos links abaixo, no dia e horário agendados. Não é preciso fazer cadastro prévio.   

Dia 10/4, às 15hWebinar Avaliação das Práticas de Segurança do Paciente - Diálise - 2023

Dia 13/4, às 10hWebinar Avaliação das Práticas de Segurança do Paciente – UTI – 2023

Webinar       

O webinar é um seminário virtual que tem como objetivo fortalecer as iniciativas de transparência da Anvisa, levando conteúdo e conhecimento atualizado ao público. A transmissão é via web e a interação com os usuários é feita em tempo real, por um chat realizado durante o evento. 

Confira a página específica de webinares realizados pela Agência.


Riscos de leishmaniose por transfusão de sangue: entenda

Pesquisadores da UFTM destacam risco de transmissão transfusional da leishmaniose visceral e reforçam importância da prevenção.

Pesquisadores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) publicaram, na revista científica Transfusion, da Associação Americana de Bancos de Sangue (AABB), um artigo científico que destaca o risco de transmissão transfusional da leishmaniose visceral. O trabalho, intitulado "Leukoreduction as a control measure in transfusion transmission of visceral leishmaniasis", reforça o papel da metodologia de leucorredução.

No artigo, foi estudada a eficácia dos filtros de leucorredução em aumentar a segurança transfusional. A leucorredução, procedimento realizado para reduzir o número de leucócitos de um hemocomponente, tem sido amplamente comprovada na prevenção de reações agudas adversas às transfusões de hemocomponentes, bem como na eliminação de protozoários – como o Trypanosoma cruzi e a Leishmania – e de alguns vírus de componentes celulares do sangue, como o citomegalovírus e o HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas).

Os filtros de leucorredução têm demonstrado, experimentalmente, alta eficácia na eliminação de parasitas dos hemocomponentes celulares, sendo esse procedimento uma alternativa para minimizar o risco de transmissão transfusional também para a leishmaniose visceral.

Fomento a pesquisas

A Anvisa, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, tem promovido estratégias de fomento a projetos de pesquisas junto ao grupo da UFTM, com a colaboração da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais (Hemominas) e com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi). O fomento a pesquisas nessa área é de fundamental importância, uma vez que a leishmaniose visceral é ainda pouco estudada, principalmente no campo da transfusão de sangue, e que tem relevância para a regulação do tema no Brasil.

Vale destacar também o artigo “Socio-epidemiological characterisation of blood donors with asymptomatic Leishmania infantum infection from three Brazilian endemic regions and analysis of the transfusional transmission risk of visceral leishmaniasis”, publicado em 2018 sob a coordenação de pesquisadores da UFTM e financiado via projeto Anvisa/CNPq. Os resultados, publicados na revista Transfusion Medicine, da Sociedade Britânica de Transfusão de Sangue, confirmaram a alta prevalência de soropositividade para L. infantum (agente causador da leishmaniose visceral no Brasil) entre doadores de sangue nas três regiões pesquisadas (Minas Gerais, Ceará e Piauí). Também foi detectada a soroconversão (produção de anticorpos pelo organismo em resposta a um antígeno) em dois de seis pacientes transfundidos, o que sugere a forte possibilidade de transmissão de L. infantum pela transfusão.

Em outro projeto (Prevalência da infecção por L. L. chagasi em pacientes politransfundidos e controles de regiões endêmicas para leishmaniose visceral: possível correlação com transfusões de hemocomponentes celulares), financiado por meio da parceria Anvisa/CNPq, os pesquisadores observaram prevalência significativamente maior em pacientes que receberam hemocomponentes não leucorreduzidos. Isso reforça, portanto, as evidências da transmissão transfusional da leishmaniose visceral e os achados experimentais de que os filtros de leucorredução são eficientes em seu controle. 

Parceria Anvisa e CNPq

A parceria da Anvisa com o CNPq, agência governamental responsável por fomentar a pesquisa científica e tecnológica no Brasil, vem demonstrando resultados essenciais para a regulação e a pesquisa científica, com foco na avaliação de riscos e benefícios de produtos e serviços relacionados à saúde da população, incluindo projetos em parceria com instituições de pesquisas nacionais e internacionais. Esses projetos visam a melhoria da qualidade e da segurança de produtos e serviços relacionados à saúde no país. Além disso, eles incentivam o desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias.

Leishmaniose visceral: saiba mais

A leishmaniose visceral é uma protozoose causada por protozoários do gênero Leishmania, encontrados na Europa, na Ásia, na África e na América. Estamos falando de uma doença tropical negligenciada, cujos sintomas são febre intermitente que dura semanas, fraqueza, perda de apetite, perda de peso, anemia e hepatoesplenomegalia (aumento anormal do fígado e do baço), que se manifestam entre dois e oito meses após a infecção.

Uma curiosidade: cerca de 85% das pessoas infectadas pela leishmaniose visceral são assintomáticas. Esses indivíduos aparentemente saudáveis podem abrigar o parasita por décadas, atuando como possível reservatório e contribuindo para sua transmissão não vetorial por meio de transplante de órgãos, acidentes laboratoriais, uso de drogas injetáveis ou transfusão de sangue.

No Brasil, a leishmaniose visceral está presente nas cinco grandes regiões do país, com alta prevalência no Nordeste, no Sudeste e no Centro-Oeste. 

Referências:

1. Pereira LQ, Tanaka SCSV, Ferreira-Silva MM, et al. Leukoreduction as a control measure in transfusion transmission of visceral leishmaniasis. Transfusion. 2023 Mar 17. doi: 10.1111/trf.17308.  Disponível em:  https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36929836/  31/03/23

2. Ferreira-Silva MM, Teixeira LAS, Tibúrcio MS et   al. Socio-epidemiological characterisation of blood donors with asymptomatic Leishmania infantum infection from three Brazilian endemic regions and analysis of the transfusional transmission risk of visceral leishmaniasis. Transfus Med. 2018 Dec 28(6):433-439.  doi: 10.1111/tme.12553.  Disponível em:  https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30144203/ 31/03/23 

Fonte: Anvisa, em 04.04.2023.