Fundos têm saídas líquidas de R$ 21,3 bilhões na semana
Resultado negativo foi influenciado principalmente pela renda fixa; multimercados têm entradas líquidas no período
Os fundos de investimento tiveram resgates líquidos de R$ 21,3 bilhões na semana de 17 a 21 de março, mostram dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). No mês, a captação líquida está positiva em R$ 38,7 bilhões.
A categoria de renda fixa teve as maiores saídas líquidas do período, de R$ 13,6 bilhões. Os resgates também superaram os aportes nos casos de fundos de previdência, com R$ 1,5 bilhão, e de ações, com R$ 1,4 bilhão. Para os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), a captação líquida ficou negativa em R$ 4,95 bilhões, mas o movimento foi concentrado em um único fundo, que registrou resgates de R$ 4,8 bilhões.
Na ponta positiva, as maiores entradas líquidas, de R$ 126,8 milhões, foram nos multimercados – que, com isso, invertem um movimento recente de resgates líquidos recorrentes. Também tiveram captação líquida positiva ETFs (R$ 55,2 milhões) e fundos cambiais (R$ 6,1 milhões). Os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) tiveram aportes líquidos de R$ 34,1 milhões, em decorrência do aporte de R$ 21 milhões em um mesmo fundo.
Na renda fixa, as saídas líquidas mais expressivas foram registradas para os tipos Renda Fixa Duração Baixa Soberano (investimentos de mais curto prazo em títulos públicos), com R$ 17,2 bilhões, e Renda Fixa Duração Alta Grau de Investimento (investimentos de mais longo prazo em títulos públicos e ativos privados com baixo risco de crédito), com R$ 1,4 bilhão. Entre os fundos de ações, as saídas mais expressivas foram do tipo Ações Livre (R$ 984,3 milhões). Na categoria de multimercados, o destaque positivo foi o tipo Multimercados Livre, com entradas líquidas de R$ 1,6 bilhão.
Associados têm 20% de desconto em evento sobre perspectivas econômicas e oportunidades de investimento no Brasil
Brazil Summit 2025 será dia 14 de maio, no Convene One Liberty, em Nova York (EUA)
Associados têm 20% de desconto no Brazil Summit 2025, uma conferência que reunirá líderes brasileiros e internacionais para discutir as perspectivas econômicas, prioridades políticas e oportunidades de investimento no Brasil. O evento será realizado no Convene One Liberty, em Nova York (EUA), no dia 14 de maio.
Além dos debates sobre economia e investimentos, a programação inclui painéis sobre inovação, tecnologia, sustentabilidade e o impacto global do Brasil por meio da cultura, esporte e turismo. Alguns nomes confirmados são Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, e Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Toque aqui para acessar o site do Brazil Summit 2025 e saber mais.
Serviço:
Raio X: Brasil pode ter 18 milhões de novos investidores e investidoras em 2025
Retorno e segurança são as principais motivações para as pessoas aplicarem o dinheiro em produtos financeiros, segundo nossa pesquisa com o Datafolha
A 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, nossa pesquisa com o Datafolha, aponta que das 59 milhões de pessoas que investem atualmente em produtos financeiros, 14 milhões cogitam deixar de aplicar o dinheiro ao longo deste ano. Por outro lado, considerando o contingente de 101 milhões de indivíduos que ainda não são investidores, 18 milhões têm a intenção de mudar esse status em 2025. Caso as projeções se concretizem, o saldo será positivo, com aumento de quatro milhões de brasileiros e brasileiras na fatia de investidores, que passará de 37% para 39% da população.
Entre as pessoas que pretendem investir ou continuar investindo, a principal razão apontada é o retorno que os produtos financeiros podem proporcionar (33% das respostas), motivação que lidera a preferência desde o primeiro ano da pesquisa. A segurança foi citada por 23% e, na terceira posição, está a facilidade de investir, com 14%. De 2023 para 2024, vale destacar que cresceu em três pontos percentuais o grupo que busca montar uma reserva financeira (de 6% para 9%).
"Quem já tem a experiência de investir reconhece no retorno dos produtos financeiros uma proteção para o seu patrimônio. Esse é um fator que está diretamente relacionado à sensação de segurança que os investimentos podem proporcionar. As duas motivações mais citadas pelas pessoas para aplicar o dinheiro, podem ser consideradas, portanto, complementares", afirma Marcelo Billi, nosso superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação.
Entre quem ainda não investe, segurança é o principal incentivo para começar a aplicar o dinheiro em produtos financeiros
Seis em cada dez brasileiros e brasileiras ainda não investem em produtos financeiros. Dessas pessoas, metade (51%) pretende adotar o hábito em 2025. A segurança é a principal motivação delas, com 48% das respostas, seguida pela possibilidade de usarem o retorno dos recursos investidos para a aquisição de bens de consumo (30%). A abertura ou o crescimento de um negócio próprio (7%) e a melhora na qualidade de vida (5%) aparecem na sequência, em menor destaque.
Previsão de crescimento de investidores não se realiza em 2024
A sétima edição do Raio X do Investidor Brasileiro, com resultados de 2023, projetava crescimento de quatro pontos percentuais no total de investidores em 2024. O resultado, no entanto, não se concretizou, mantendo em 37% a proporção da população que tem algum tipo de investimento financeiro.
"O cenário macroeconômico, com a trajetória de alta de juros no país e o elevado o custo das dívidas das famílias, é uma possível justificativa para a estabilidade no percentual de investidores entre 2023 e 2024. Esse contexto costuma influenciar diretamente a capacidade de guardar dinheiro e investir, tornando ainda mais relevantes as ações de educação com foco no planejamento financeiro", conclui Billi.
+ Raio X do Investidor: mulheres pretendem investir mais em 2025
Sobre o Raio X do Investidor Brasileiro
Esta é a oitava edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, que realizamos anualmente em parceria com o Datafolha. As entrevistas aconteceram entre os dias 4 e 22 de novembro de 2024, com abordagem pessoal e aplicação de questionário estruturado em tablet, com 5.846 pessoas das classes A/B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
Brasil em foco na Conferência Global de Gestão de Ativos em Luxemburgo
Painel com participação da ANBIMA destaca avanços regulatórios e atratividade do mercado brasileiro
Representantes dos mercados de capitais se reuniram nesta semana em Luxemburgo para a Conferência Global de Gestão de Ativos, promovida pela ALFI (Associação da Indústria de Fundos de Luxemburgo). O evento–realizado nos dias 25 e 26 de março e que contou com a presença de Gilles Roth, ministro das Finanças de Luxemburgo– discutiu temas como dívida privada, fundos tokenizados, investimentos alternativos e inteligência artificial, bem como o panorama econômico para 2025.
No primeiro dia da conferência, o painel Brazil in the spotlight trouxe uma visão abrangente sobre o mercado brasileiro de gestão de ativos, com foco nas transformações recentes e nas oportunidades para investidores e gestores internacionais.
Durante a discussão, foram destacados os avanços regulatórios implementados no Brasil, especialmente a Resolução nº 175 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que modernizou as regras da indústria de fundos e as alinhou às melhores práticas globais. “Essa norma aproximou o mercado brasileiro da indústria internacional, tanto na estrutura dos fundos quanto nas possibilidades de investimento”, afirmou Ana Flávia Lopes, nossa coordenadora de Representação Internacional, que foi uma das painelistas.
Também foi detalhada aos participantes a Resolução Conjunta nº 13, emitida pela CVM e pelo Banco Central, que trouxe flexibilizações importantes para atrair capital estrangeiro.
Entre as oportunidades, Lopes apontou a audiência pública em andamento para ampliar o acesso de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) ao varejo, além da possibilidade de aumento nos limites de alocação internacional desses veículos.
Outro tema mencionado foi a avaliação positiva do FSB (Conselho de Estabilidade Financeira), que reconheceu a modernização da indústria brasileira de fundos em aspectos como regulação e supervisão.
A mesa contou ainda com a participação de Marco Antonio Velloso De Sousa, superintendente de Supervisão de Investidores Institucionais da CVM, e foi moderada por Fatiha Charti, chefe de atendimento ao cliente e gestão de relacionamento do State Street Bank International GmbH, filial de Luxemburgo.
Em relação aos planos da CVM, Sousa disse que o regulador pretende avançar na agenda de fundos negociados em bolsa (ETFs) nos próximos anos.
A conferência reforçou o papel do Brasil como um mercado em transformação, com potencial para atrair mais capital estrangeiro e promover parcerias com gestores internacionais. “A indústria brasileira evoluiu, está aberta para negócios e mais próxima dos padrões globais”, destacou a coordenadora de Representação Internacional da ANBIMA.
Fonte: Anbima, em 27.03.2025.