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Notícias Anbima, em 09.11.2021

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Empresas movimentam mais de R$ 36 bilhões no mercado de capitais em outubro

Volume levantado em dez meses de 2021 já supera total de 2020 em 20,8%

As emissões das companhias brasileiras no mercado de capitais totalizaram R$ 36,2 bilhões em outubro. O volume acumulado em 2021 chega a R$ 449,3 bilhões - resultado 20,8% maior que o movimentado em todo o ano passado.

O destaque do mês foram as debêntures, que alcançaram R$ 23,1 bilhões, o segundo melhor desempenho do ano, atrás apenas de abril. O volume foi impulsionado por oito ofertas acima de R$ 1 bilhão no período, que juntas totalizaram R$ 10,7 bilhões.

No ano, as emissões de debêntures já atingem a marca de R$ 182 bilhões. A maior parte dos recursos levantados por esses títulos foram direcionados ao capital de giro (29,2%), refinanciamento de passivo (21,1%) e aos investimentos em infraestrutura (20,3%). Quanto ao perfil dos subscritores, os intermediários e demais participantes ligados à oferta ficaram com 42,5% do total, seguidos pelos fundos de investimento, com 39,3% das ofertas. "A participação relativa dos fundos nas ofertas de debêntures deste ano é quase duas vezes maior do que a registrada em 2020 (23,5%). Isso mostra a maior disposição dos gestores em relação ao crédito privado de renda fixa e o apetite dos investidores por esse tipo de ativo", afirma José Eduardo Laloni, nosso vice-presidente.

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Outros ativos de renda fixa

As captações de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) alcançaram R$ 3,4 bilhões em outubro, somando R$ 24,6 bilhões em 2021. O valor é mais que o dobro do que o verificado no mesmo período do ano passado. A maioria dos subscritores dessas emissões são os fundos de investimento (59,9%), acompanhados pelas pessoas físicas (18,8%) e pelos intermediários e demais participantes ligados à oferta (18,4%).

Já os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tiveram desempenho mais discreto em relação aos dois últimos meses, registrando R$ 2,3 bilhões. Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) ficaram ligeiramente acima da média do ano e levantaram R$ 1,6 bilhão em outubro.

Renda variável

Ao contrário do movimento de alta da renda variável nos meses anteriores, em outubro foi registrado apenas um follow-on (oferta subsequente de ações), de R$ 1,1 bilhão. Vale destacar que no acumulado deste ano as ações são responsáveis por mais de R$ 125,2 bilhões em captações, montante que já supera o total verificado em 2020.

Confira as estatísticas completas do Boletim de Mercado de Capitais


Nova ferramenta auxilia a criação de políticas de gerenciamento de liquidez dos fundos de investimento

Instituição que utilizar o sistema terá o prazo de registro de seu documento ampliado para fevereiro de 2022

A elaboração de uma nova Política de Gestão do Risco de Liquidez para os fundos regidos pela Instrução CVM 555 poderá contar com o auxílio de uma ferramenta exclusiva e gratuita, que será lançada neste mês. Até o dia 1º de dezembro, as gestoras aderentes ao Código de Administração de Recursos de Terceiros deverão revisar suas metodologias em vigor e registrar a versão atualizada do documento no SSM (Sistema de Supervisão de Mercados), a partir do que foi estabelecido nas novas Regras e Procedimentos de Risco de Liquidez. Como incentivo ao uso da ferramenta, as instituições que aderirem à novidade ganharão um prazo extra para a entrega de suas políticas, até 28 de fevereiro de 2022.

+ Confira as regras para gestão de liquidez dos fundos

“O lançamento dessa ferramenta está alinhado ao nosso objetivo de auxiliar o mercado no cumprimento das regras”, afirma Pedro Rudge, nosso diretor e presidente da Comissão de Acompanhamento do Código de Administração de Recursos de Terceiros. O sistema permitirá que o gestor crie sua política a partir do preenchimento de informações em seções pré-definidas, passando por todos os direcionadores estabelecidos nas novas regras. Ele também poderá incluir gráficos e organogramas. Ao finalizar o processo, será gerado um documento personalizado (permitindo a inclusão da logomarca da instituição), que deverá ser exportado para registro e armazenamento no SSM. “O uso da ferramenta garantirá que o gestor terá considerado em sua política todos os itens exigidos”, diz Rudge.

As mudanças nas regras estão voltadas à implementação de métricas e controles mais aderentes à liquidez dos ativos e ao comportamento dos passivos no mercado. O uso da ferramenta visa facilitar o trabalho das instituições aderentes ao nosso código, além de contribuir para o trabalho de análise e validação dos documentos pela nossa gerência de Supervisão de Gestão e Serviços Fiduciários. “Esse recurso permitirá a geração de estatísticas e indicadores em relação ao conteúdo das políticas registradas”, diz Soraia Barros, nossa gerente responsável pela atividade. “Assim, poderemos fortalecer a tempestividade das nossas ações educativas e da supervisão sobre o tema”, completa.

O uso da nova ferramenta será facultativo. Entretanto, o aumento do prazo de entrega das políticas será válido apenas para as instituições que a utilizarem - para as demais, a data limite permanece em 1º de dezembro deste ano.


Fundos têm captação líquida de R$ 15,7 bilhões em outubro

Com este resultado, o setor atingiu o saldo líquido de R$ 420,9 bilhões neste ano

A indústria de fundos captou R$ 15,7 bilhões líquidos em outubro, segundo dados do nosso Boletim de Fundos de Investimento. Com este resultado, o setor atingiu o saldo líquido de R$ 420,9 bilhões neste ano. A renda fixa liderou a entrada líquida de recursos no mês, mas houve uma redução no fluxo, saindo de R$ 35,8 bilhões em setembro para R$ 17,4 bilhões em outubro. No ano, essa classe acumula captação líquida de R$ 255,2 bilhões, registrando recorde de saldo líquido para o período desde 2002.

+ Confira o Boletim de Fundos na íntegra

"O volume de captação líquida dos fundos de renda fixa em 2021 indica a atratividade da classe, que é responsável por mais da metade do saldo de todos os tipos de fundos no ano. Com a expectativa de alta da taxa Selic, a tendência é que a procura dos investidores por esses produtos aumente nos próximos meses", afirma Pedro Rudge, nosso diretor.

Ações: reflexos da queda no Ibovespa

Pela segunda vez no ano, os fundos de ações tiveram resgates, com a saída de R$ 6,1 bilhões líquidos em outubro - esse valor é superior ao de setembro (R$ 2,2 bilhões). Com isso, o saldo líquido de 2021 foi reduzido para R$ 2,6 bilhões.

"As incertezas quanto ao equilíbrio fiscal levaram à quarta queda consecutiva do Ibovespa, de 6,74% em outubro, e contribuíram negativamente sobre a captação do segmento", avalia Rudge.

Os fundos classificados como ações livres, que não têm o compromisso de concentração em uma estratégia específica, foram os mais impactados, somando resgates de R$ 3,6 bilhões no mês.

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Multimercados seguem no azul

Embora tenha encerrado outubro com resgates líquidos de R$ 12,5 bilhões, a classe dos multimercados tem captação líquida neste ano de R$ 69,6 bilhões, somente atrás dos fundos de renda fixa e dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). Da mesma maneira que nas ações, foram os fundos livres que registraram mais baixas: eles tiveram saídas de R$ 8,6 bilhões líquidos em outubro. O destaque positivo ficou com o tipo investimento no exterior (pode aplicar mais de 40% em ativos internacionais), com saldo líquido de R$ 1,9 bilhão.

Renda fixa também é destaque na rentabilidade

Na comparação das rentabilidades mensais, os fundos de renda fixa se destacaram, com média de 0,27%. O maior retorno ficou com o tipo dívida externa (investe, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em títulos da dívida externa da União) com 1,94%.

Nos fundos de ações, as 12 subcategorias ficaram com variação negativa, sendo que mais da metade destas tiveram desempenho abaixo da média (-7,75%). Já o retorno máximo dos multimercados foi de 2,04% no tipo estratégia específica (adota estratégia que implique em riscos específicos, como commodities, futuro de índice etc).

Fonte: Anbima, em 09.11.2021.