Cresce número de investidores brasileiros em 2022 e perspectiva para 2023 é de novo aumento
6ª edição do Raio X do Investidor, nossa pesquisa em parceria com o Datafolha, traz um panorama completo da população, com recortes por classe social, geração, gênero, orientação sexual, etnia e escolaridade
Mais brasileiros estão investindo em produtos financeiros e a perspectiva é que essa trajetória de alta continue. O percentual passou de 31% da população, em 2021, para 36% em 2022 --e esse novo patamar corresponde a um acréscimo de 8 milhões de brasileiros, totalizando aproximadamente 60 milhões de investidores no país. Para 2023, a projeção é de uma nova alta de 5 pontos percentuais.
Os dados da 6ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, nossa pesquisa em parceria com o Datafolha, mostram ainda que o maior impulso para esse crescimento veio da classe C, na qual a proporção subiu de 29% para 36% nesse estrato socioeconômico, com o aumento de cerca de 5 milhões de pessoas.
+ Visite a página especial sobre o Raio X do Investidor e baixe o relatório sobre a pesquisa
+ Participe da Reunião Aberta em 11 de abril, às 10h, sobre os principais insights do estudo
O estudo traz um panorama completo da população, com recortes por classe social, geração, gênero, orientação sexual, etnia e escolaridade.
“A crise pela qual passamos nos últimos anos deve despertar em parte importante da população o desejo de poupar e investir porque ela explicitou como a falta de reservas e planejamento financeiro deixam as pessoas e as famílias vulneráveis em períodos de imprevistos e instabilidade econômica. É o momento de fortalecermos nossos esforços de educação financeira, uma ferramenta essencial para contribuir para a qualidade de vida e saúde mental das pessoas”, afirma Marcelo Billi, nosso superintendente de Educação.
A caderneta de poupança continua sendo o produto financeiro mais utilizado pelos brasileiros, com 26% de preferência, mas a pesquisa também captou um movimento de diversificação da carteira. Em 2022, na comparação com o ano anterior, mais pessoas declararam investir seu dinheiro em aplicações como fundos, títulos privados, moedas digitais e previdência privada.
Vale ressaltar também que o percentual da população que não conhece ou não utiliza nenhum tipo de investimento teve uma queda acentuada, recuando de 66% para 58% nessa mesma base de comparação.
Sobre o destino do retorno das aplicações, realizar o sonho da casa própria ainda continua na liderança, com 30% das menções, seguido de manter aplicado (21%). O desejo de comprar um veículo e fazer uma viagem ou outras atividades de lazer empatam com 11% cada, à frente de usar na aposentadoria e investir em um negócio próprio, ambos com 10%.
INVESTIMENTO A DISTÂNCIA
Outro aspecto que se destaca o é o uso mais intenso da tecnologia. Os aplicativos dos bancos se tornaram o principal meio utilizado para se fazer investimentos, subindo de um patamar de 33% em 2021 para 43% em 2022.
O comportamento é liderado pela classe A/B, na qual esse percentual atinge 51%. Já a ida pessoalmente ao banco, que liderava até então, recuou de 43% para 38% nesse comparativo e é um hábito mais presente na classe D/E, na qual esse índice chega a 53%.
A análise por faixa etária também releva grandes diferenças. Os aplicativos têm índices ainda maiores nas gerações Z (64%) e millennials (57%), enquanto a ida a uma agência bancária é a preferência de 70% dos boomers, que engloba a população com 61 a 75 anos.
REUNIÃO ABERTA COM INSIGHTS SOBRE OS DADOS
E vamos analisar juntos os dados do Raio X do Investidor Brasileiro? No dia 11 de abril, às 10h, Marcelo Billi aguarda você para compartilhar os principais insights da pesquisa e conversar sobre os resultados.
Para participar, é só se inscrever aqui.
As entrevistas para a sexta edição do Raio X do Investidor aconteceram presencialmente entre 9 e 29 de novembro de 2022, com 5.818 pessoas das classes A/B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual, para mais ou para menos.
O relatório completo pode ser baixado na nossa página especial, que tem também os dados brutos da pesquisa.
Essa iniciativa integra a agenda de Educação do ANBIMA em Ação, conjunto de prioridades elencadas para o biênio 2023/2024.
Conheça o ANBIMA em Ação
ANBIMA em Ação é o conjunto das principais iniciativas da Associação para este e o próximo ano. Esse planejamento estratégico foi elaborado a partir de uma ampla consulta aos nossos associados, instituições parceiras, reguladores e lideranças da ANBIMA e resultou em três grandes agendas de trabalho: Agenda de Desenvolvimento de Mercado, Agenda de Serviços e Agenda Estruturante. Confira cada uma.
Fundos registram a pior captação líquida em um 1º trimestre dos últimos 5 anos
Mesmo com cenário desfavorável, patrimônio líquido da indústria chega a R$ 7,5 trilhões
A indústria de fundos de investimento registrou resgates líquidos de R$ 82,1 bilhões no primeiro trimestre de 2023, segundo o nosso boletim mensal. É a primeira vez em cinco anos em que os fundos fecham os três primeiros meses do ano com mais resgates do que aportes. Ainda assim, a indústria cresceu: o patrimônio líquido atingiu R$ 7,5 trilhões, o número de contas ultrapassou a marca de 35,4 milhões e o número de gestoras subiu de 842 para 928.
“Tanto no Brasil quanto no exterior, a economia pós-pandemia trouxe surpresas negativas. Um exemplo é a inflação, com preços pressionados pelo desequilíbrio nas cadeias de produção resultante da pandemia e, depois, pelos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia”, destaca Pedro Rudge, nosso vice-presidente. O executivo avalia que a aversão ao risco foi intensificada no primeiro trimestre pela falta de previsibilidade sobre a queda na taxa de juros, pelas incertezas relacionadas à política econômica do novo governo e pelos casos envolvendo crédito privado de grandes empresas do mercado.
“Ao olhar a captação líquida, a primeira impressão é que foi um trimestre inteiramente ruim. Mas a indústria cresceu em patrimônio líquido e em número de contas, de gestoras, de fundos. Isso mostra que existe demanda”, aponta Giuliano De Marchi, nosso diretor. Ele lembra que o cenário atual faz com que os fundos percam espaço para a renda fixa, principalmente para os produtos isentos de imposto de renda. Esse movimento é percebido desde o último ano: um levantamento da ANBIMA mostra que, em 2022, houve crescimento de quase 70% (R$ 300 bilhões) no volume investido em títulos isentos.
“Quando olhamos para o cenário internacional, vemos que o Brasil não é um caso isolado. Indústrias de fundos de países como Estados Unidos e Luxemburgo, que são muito relevantes, também estão registrando mais resgates do que aportes e buscando ativos de menor risco”, afirma De Marchi.
Captação líquida
Todas as classes de fundos apresentaram resgates líquidos no período, com exceção dos FIPs (Fundos de Investimento em Participações), que tiveram captação líquida positiva de R$ 3,4 bilhões. Os multimercados e os fundos de ações lideram o movimento de saída, com resgates líquidos de R$ 37,4 bilhões e de R$ 23,9 bilhões, nesta ordem.
Os fundos de renda fixa vêm logo em seguida, com saldo negativo de R$ 12,2 bilhões. O resultado foi influenciado, em parte, pelo saque de R$ 19 bilhões em um único fundo do tipo duração baixa grau de investimento (investem, no mínimo, 80% em títulos públicos com prazos curtos). A classe foi a que apresentou a maior queda na comparação com o primeiro trimestre de 2022, quando teve captação líquida positiva de R$ 108,4 bilhões.
Número de contas
A indústria de fundos ganhou quase 1 milhão de novas contas de investidores nos três primeiros meses deste ano, atingindo a marca de 35,4 milhões.
Ao analisar a evolução nos últimos 12 meses, o destaque fica para os fundos estruturados. Percentualmente, os FIPs lideram a lista com um crescimento de 116,7% após a entrada de 59 mil novas contas. Já os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) ficam no 1º lugar em números absolutos, com o aumento de 3 milhões de contas no período, o que representa uma variação de 44,9%. A quantidade total de fundos também aumentou de 26.929 para 29.331, o que representa um avanço de 8,9% em 12 meses.
“Cada vez mais pessoas estão conhecendo os fundos imobiliários, que geralmente são a porta de entrada para quem está começando a investir em renda variável. É um fundo muito democrático, negociado em bolsa, isento de imposto de renda – o que o torna atraente em um cenário de alta na inflação e na taxa de juros”, observa Rudge.
Rentabilidade
Dentre os tipos com maior patrimônio líquido da indústria, todos os fundos de renda fixa tiveram rentabilidade positiva no período. As maiores valorizações foram obtidas pelos tipos que investem em papéis de longo prazo: o renda fixa duração alta soberano (investe 100% em títulos públicos), com 3,9%, e o renda fixa duração alta grau de investimento (investe, no mínimo, 80% em títulos públicos), com 3,3%.
Entre os multimercados, o retorno dos principais tipos foi positivo: multimercado macro (baseiam suas estratégias em cenários macroeconômicos de médio e longo prazo) avançou 1,5%; multimercado livre (sem compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica) cresceu 1,1%; e multimercado investimento no exterior (podem aplicar mais de 40% em ativos internacionais) obteve valorização de 0,3%.
Já no recorte de ações, houve queda na rentabilidade. O tipo com o pior retorno no primeiro trimestre de 2023 é o ações small caps (investem, no mínimo, 85% da carteira em ações de empresas que não fazem parte do top 25 do IBrX - Índice Brasil), que recuou 8%. Em seguida, estão os tipos ações live (sem compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica) e ações investimento no exterior (podem aplicar mais de 40% em ativos internacionais), com baixa de 5% e de 4,6% respectivamente.
Fonte: Anbima, em 06.04.2023.