Buscar:

Notícias ANBIMA, em 01.10.2024

Imprimir PDF
Voltar

Indústria de fundos atinge R$ 2 trilhões de patrimônio líquido adaptado à Resolução CVM 175

Já operam conforme a norma 26% dos fundos, incluindo produtos novos e já existentes

A entrada em vigor da estrutura de classes e subclasses de cotas nos fundos de investimento, nesta terça-feira, marca o início da fase final do período de adaptação dos fundos à Resolução CVM 175, o novo marco regulatório do setor. Em novembro ainda está por vir a vigência da segregação das taxas dos prestadores de serviços. Dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) até 31 de agosto deste ano mostram que 26% da indústria já opera conforme a norma, incluindo novos produtos e os fundos já existentes.

No total, 8.145 fundos já se adaptaram à Resolução CVM 175, sendo 3.593 novos e 4.552 migrados, totalizando R$ 2 trilhões de patrimônio líquido. O prazo de migração do estoque vai até 30 de junho de 2025, quando se encerra o prazo de adaptação dos FIFs (Fundos de Investimento Financeiro), com data antecipada para os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), que têm até 29 de novembro de 2024.

“Estamos confiantes de que, com a entrada em vigor de todas as regras, o ritmo de adaptação vai acelerar. Embora existam desafios operacionais para os players durante o período de transição, haverá ganho de eficiência, transparência e redução de custos no médio e longo prazo, fomentando o crescimento sustentável da indústria de fundos”, afirma Pedro Rudge, diretor da Associação.

Dos fundos novos ou adaptados, 65% declaram ter responsabilidade limitada do cotista, que garante que os investidores não sofram perdas financeiras além do montante que investiram. Mais da metade (61%) informam a possibilidade de investir em ativos estrangeiros – agora os fundos para varejo também poderão alocar até 100% do patrimônio no exterior, desde que sejam cumpridos determinados requisitos. Além disto, 5.028 fundos são destinados a investidores profissionais, aqueles que têm mais de R$ 10 milhões em aplicações.

Já a análise da adaptação por classes de fundos mostra os multimercados na liderança, com 3.047, seguidos dos FIDCs (1.364), fundos de renda fixa (1.332), de previdência (968) e de ações (908).

Transparência na remuneração

A padronização da divulgação das taxas dos fundos é outra adaptação importante para a indústria, já que a regra referente à remuneração dos prestadores de serviços entra em vigor no dia 1º de novembro deste ano.

Visando promover maior transparência informacional para os investidores sobre as taxas cobradas pelos fundos, a ANBIMA colocou em audiência pública uma proposta de modelo para segregação da taxa global, que inclui gestão, administração, distribuição e taxa de estruturação, quando aplicável, por meio de um sumário de transparência informacional.

“A operacionalização da segregação das taxas era uma das grandes preocupações do mercado. Conseguimos avançar com o regulador para que os fundos mantenham uma taxa global, desde que haja uma segregação informacional das taxas no site do gestor. Isso evita uma complexidade operacional e potenciais aumentos de custos para o investidor,” explica Rudge. Anteriormente, a Resolução 175 previa a discriminação das taxas no regulamento do fundo.


Internacionalização é necessária na diversificação dos investimentos dos brasileiros

Especialistas discutiram o tema no ANBIMA Global Insights nesta terça-feira, dia 1º

A internacionalização deve fazer parte das estratégias de diversificação dos investimentos dos brasileiros. A análise foi dos especialistas do ANBIMA Global Insights, nosso primeiro evento focado nos profissionais que comercializam produtos de investimento, como gerentes, assessores e consultores.

“Um dos nossos principais pilares é colocar o investidor no centro. Nada mais natural e importante que apoiar o trabalho dos profissionais que têm o desafio de ajudar os investidores na agenda de diversificação”, disse Carlos André, nosso presidente, na abertura do encontro, para uma plateia de cerca de 400 pessoas no Teatro do WTC, em São Paulo.

Carlos André, nosso presidente, abriu o ANBIMA Global Insights nesta terça-feira, 1º

O investimento em outras fronteiras permite acessar diferentes mercados, com moedas fortes, e ter novas alternativas de rentabilidade. “Todo mundo que trabalha com investimentos deve estar preparado para falar melhor sobre o mercado internacional”, avalia Giuliano de Marchi, asset management da JP Morgan e nosso diretor.

Segundo os especialistas, a internacionalização é importante ainda para mitigar riscos e contribui para alcançar os diferentes objetivos dos clientes, independentemente do volume alocado. “O nosso mercado de capitais, embora incrivelmente abrangente e profundo, continua sendo o mercado de um país emergente”, analisa Sylvio Castro, responsável pela Gestão de Investimentos de Global Solutions e de Fundo of Funds do Itaú-Unibanco.

Juliana Laham, CIO Global do Bradesco, explica que o Brasil representa 1,5% de todos os ativos de investimento no mundo. “Será que o investidor brasileiro deveria ficar de fora de 98,5% do mercado?”, questiona a executiva. “Se o investidor tem um horizonte de longo prazo, por exemplo, ele deve ter uma alocação internacional; o arriscado é não investir lá fora”, analisa.

Regulação e CVM 175

A regulação tem papel-chave no desenvolvimento da indústria de investimentos, dentro e fora do país. “A própria Resolução CVM 175 é um passo super importante em aproximar a indústria de fundos local com as melhores práticas internacionais”,explica Carlos André.

A norma faz com que cada vez mais o mercado internacional seja uma pauta natural no atendimento das necessidades e das exigências dos investidores.“A Resolução CVM 175 já vai permitir que os investidores brasileiros acessem produtos de investimento internacionais por meio de fundos locais”, conta De Marchi.

Giuliano De Marchi, asset management da JP Morgan e nosso diretor, falou sobre a importância dos profissionais de investimento saberem sobre internacionalização dos portfólios

Educação financeira

Desafio para toda a indústria de investimentos, a educação financeira também deve receber atenção na hora de expandir os portfólios para além das fronteiras. “A mídia tem falado bastante do volume de recursos nas bets e grande parte veio de beneficiários do Bolsa Família. Isso é uma forma de ver como a gente carece de educação financeira por definição”, explica Marcelo Flora, sócio, diretor estatutário e responsável pelas plataformas digitais do BTG Pactual.

O especialista destaca que o investimento offshore é ainda mais árido do ponto de vista dos investidores, mesmo para aqueles que já estão acostumados a aplicar recursos. Para mudar esse cenário, os profissionais de distribuição podem usar as redes sociais para produzir e disseminar conteúdo de qualidade sobre investimentos que contribuam com a jornada dos investidores.

Outra ferramenta que pode ser aliada dos profissionais é a inteligência artificial. “A IA permite aperfeiçoar comunicação em escala com os clientes e de forma personalizada”, explica Ronaldo Lemos, advogado e especialista em tecnologia e mídias. Ele reforça que a IA não substituirá os profissionais na recomendação dos investimentos. “O pilar do trabalho do advisor é a relação de confiança que ele desenvolve com o cliente. Invista nisso”, disse para a plateia do evento.

Ronaldo Lemos, especialista em tecnologia e mídia, falou sobre o papel da inteligência artificial na recomendação de investimentos em entrevista com Zeca Doherty, nosso diretor-executivo

Expectativa para o futuro

Apesar dos desafios, o mercado brasileiro tem avançado cada vez mais na sua inserção internacional. “As pessoas entendiam investir fora como quase um dinheiro frio, uma ilegalidade. Essa indústria mudou completamente nos últimos cinco anos e hoje vemos o mercado abraçando os investimentos offshore, com muitas plataformas robustas”, conta Roberto Lee, fundador e CEO da Avenue.

Por isso, os especialistas veem os próximos anos com otimismo, em que o Brasil poderá aproveitar das atuais tecnologias para avançar na indústria internacional de forma rápida. “A internacionalização dos investimentos é uma tendência imparável. O Brasil está atrás da curva, mas a história mostra que nosso mercado consegue avançar com regulação e educação do investidor”, disse Cesar Chicayban, CEO da XP Private Bank.


HUB ANBIMA: Confira a lista com o de-para dos códigos antigos para os novos

Nova regra de códigos ANBIMA passa a valer a partir de hoje, dia 1 de outubro

Hoje, dia 1° de outubro, tivemos o lançamento do HUB ANBIMA, nossa nova plataforma para envio de dados de fundos de investimentos alinhada à Resolução 175. Ela substituiu o Site Fundos para o cadastro e envio de informações sobre PL e cota.

Com essa mudança, é importante que as instituições considerem para uso da plataforma a regra da nova estrutura de códigos de fundos da ANBIMA. Mais detalhes sobre a mudança podem ser consultados neste manual.

De modo geral, a regra prevê:

Inserção de “0” à esquerda do código atual, até que se completem os 11 caracteres;

Inserção da letra para representar a estrutura, sendo F para casca, C para classe e S para subclasse no início do código.

Para fundos estruturados com mais de uma classe ativa ou encerrada, além da regra geral, os códigos da casca e classe foram criados a partir do código da subclasse mais antiga que estava ativa no momento da virada operacional, com a letra F e C, respectivamente.

+ Para conferir a lista com o de-para dos códigos antigos para os novos, clique aqui.

Atenção!

Os fundos já registrados na ANBIMA, tanto aqueles em conformidade com a Instrução 555 como estruturados, também tiveram seus códigos atualizados e adaptados para o novo padrão, mesmo que ainda não estejam adequados à Resolução 175. Essa adaptação aconteceu automaticamente com a transição do SIte Fundos para o HUB ANBIMA, e fundos não adaptados à norma foram considerados classe única.

Dúvidas ou sugestões?

Entre em contato com a gente pelo e-mail suporte.hubanbima@rtm.net.br.

Fonte: Anbima, em 01.10.2024.