FISWeek 2024: ABIMED participará de debates sobre Reforma Tributária e Sandbox Regulatórios
Atuando como referência representativa do segmento de equipamentos e dispositivos médicos, a ABIMED, além do seu painel sobre inteligência artificial, estará presente em dois debates na programação da FISWeek 2024, no segundo dia do evento (7/11).
Fernando Silveira Filho, Presidente-Executivo da ABIMED, será o moderador do painel “A Reforma Tributária e suas consequências para o usuário da saúde”, às 11h30, no espaço FIS Lounge, que contará com a participação de Bruno Sobral, Diretor-Executivo da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), e do Deputado Federal Pedro Westphalen (PP-RS).
No mesmo dia (7/11), às 16h, Fernando Silveira participará do painel “Sandbox Regulatórios: prioridades, instrumentos e medição de resultados”, no palco Ecosystem Arena, do Rio Health Fórum (RHF) – espaço exclusivo para líderes, governos, reguladores, empresas e academia transformarem o ecossistema da saúde na FSWK. O painel, somente para convidados, contará ainda com as presenças de Bruno Portela, da Advocacia-Geral da União (AGU); Daniel Pereira, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Emmanuel Lacerda, do Sesi; Maurício Nunes, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Milva Pagano, da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed); Paulo Jorge Cardoso, da Athena Saúde, e Bruno Sobral, sob a moderação de Denizar Vianna, Presidente do RHF.
O festival, promovido pela Iniciativa FIS de 6 a 8 de novembro, no ExpoMag, na cidade do Rio de Janeiro, tem a expectativa de reunir para esta edição cerca de 5 mil pessoas, que terão a oportunidade de se conectar e contribuir para uma transformação do ecossistema da saúde, além de conhecer as principais discussões e tendências do setor.
O encontro terá 12 eventos simultâneos em 12 palcos diferentes, por onde passarão mais de 450 palestrantes, lounges das maiores empresas do setor, além de espaços temáticos com conteúdos específicos voltados para mulheres, inclusão e para empreendedores.
A ABIMED está convidando suas associadas para a FISWeek. Para tanto, está disponibilizando ingressos de cortesia em número limitado. As empresas associadas interessadas podem pedir seus convites acessando aqui.
ABIMED convida suas associadas para seu painel sobre IA na saúde na FISWeek 2024
A ABIMED vai participar da FISWeek 2024, considerado um dos principais eventos de inovação, empreendedorismo e tendências da saúde da América Latina, que será realizado de 6 a 8 de novembro, no ExpoMag, na cidade do Rio de Janeiro.
No primeiro dia do evento (6), a Associação realiza, a partir das 10h40, no Palco Ipanema, painéis que abordarão a inteligência artificial (IA) no setor da saúde. Serão quatro debates que irão tratar sobre o uso desta tecnologia e os novos parâmetros de governança e compliance no setor, as aplicações da IA e sua regulação no país, a robótica aplicada à saúde e os desafios e oportunidades da IA no mercado de equipamentos médicos.
Participarão do debate especialistas renomados, que levarão informações e suas expertises ao setor, como uma grande oportunidade de ampliação do conhecimento e troca de experiências sobre essa tecnologia na saúde e para o segmento de equipamentos e dispositivos médicos, além de networking.
Debates irão abordar temas relevantes, como o uso da IA e os novos parâmetros de governança e compliance, aplicações da IA e sua regulação, robótica aplicada à saúde e desafios e oportunidades da IA no mercado de equipamentos médicos.
A ABIMED está convidando suas associadas para a FISWeek e para acompanhar seu painel sobre IA na saúde. Para tanto, está disponibilizando ingressos de cortesia em número limitado. As empresas associadas interessadas podem pedir seus convites acessando aqui.
Confira a programação do Painel da ABIMED na FISWeek 2024, no dia 6 de novembro:
10h40 às 11h40 – Inteligência Artificial e os Novos Parâmetros de Governança e Compliance no Setor de Saúde
Painelistas: Danielle Bittencourt, Sócia no CMT – Carvalho, Machado e Timm Advogados | Direito Regulatório Sanitário; e Daniele Bittencourt Lopes, Vice-Presidente Jurídica para a América Latina, África e Oriente Médio e Regional Compliance Officer para a América Latina do Grupo B. Braun
Moderador: Jorge Roberto Khauaja, gerente de Compliance e Assuntos Legais da ABIMED
14h às 15h – Aplicações da Inteligência Artificial no setor Saúde e a regulação de seu uso no Brasil
Painelistas: Walquiria Favero, mestranda em Direito e Tecnologia, mestra em Administração Internacional e Professora no Insper e na EAE FGV/SP; Marco Bego, Chefe de Inovação do InovaHC e Diretor-Executivo do Instituto de Radiologia – InRad HCFMUSP; e Eli Szwarc, Sr. Director for Professional Education & Medical Affairs LATAM na Edwards Lifesciences e Coordenador do Comitê de Inovação e Tecnologia e do Grupo de Trabalho em Inteligência Artificial da ABIMED
Moderador: Felipe Dias Carvalho, Diretor Regional de Brasília da ABIMED
15h15 às 16h15 – Robótica aplicada à saúde
Painelista: Rodrigo Nascimento Pinheiro, Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO); e Felipe Lott MD, MSc. PhD, TisBU | Preceptor fellowship em Uro-oncologia cirurgia robótica – INCA
Moderador: Anderson Fernandes,Market Access Manager na Strattner e GT-ATS da ABIMED
Apresentador: Silvio Garcia, Gerente de Relações Institucionais e Governamentais São Paulo da ABIMED
16h30 às 17h30 – Aplicação prática de IA no mercado de equipamentos médicos: Desafio e Oportunidades
Palestrante: Glauber de Almeida Assunção, bacharel em Sistemas de Informação, especialista em Inteligência Artificial e Supply Chain e Sócio e CTO da T4 Health e Co-Founder da Supply Brain
Apresentador: Jorge Roberto Khauaja, Gerente de Compliance e Assuntos Legais da ABIMED
Renovação Convênios ICMS: ABIMED apresenta preocupações do setor à equipe técnica do VP da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp
No último dia 29 de outubro, o Gerente de Relações Institucionais e Governamentais de São Paulo da ABIMED, Silvio Garcia, participou de uma reunião com a equipe técnica do Vice-Presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento e membro da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o Deputado Estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT).
Na pauta, a renovação dos Convênios ICMS no Estado de São Paulo, que isentam os equipamentos e insumos destinados à prestação de serviços de saúde, incluindo órteses, próteses e materiais especiais (OPME), e sua respectiva previsão no orçamento do governo estadual em 2025.
Em conversa com Ana Davanço, Robson Arantes e Bruno Oliveira, membro da equipe técnica do Deputado Marcolino, Garcia e o Assessor Tributário da ABIMED, Felipe Novaes, apresentaram as preocupações do segmento de equipamentos e dispositivos médicos com o cenário que envolve a renovação desses convênios. Eles enfatizaram a importância e a necessidade de manter esses benefícios fiscais para preservar o pleno acesso da população paulista a determinados produtos, tecnologias e tratamentos contemplados nos referidos convênios.
ABIMED participa de seminário do governo estadual sobre inteligência artificial
Representando a ABIMED, o Gerente de Relações Institucionais e Governamentais de São Paulo da entidade, Silvio Garcia, esteve, no dia 30 de outubro, no Seminário de Inteligência Artificial, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado de São Paulo e pela agência InvestSP no auditório Ulisses Guimarães, do Palácio dos Bandeirantes – sede do governo paulista.
O evento reuniu autoridades do setor, como o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e representantes da iniciativa privada, para debater a regulamentação e o impacto dessa tecnologia nos negócios e medidas para acelerar o desenvolvimento tecnológico no Estado. Além disso, foram apresentados painéis com os temas: as expectativas do uso da inteligência artificial no Brasil e as medidas para posicionar o mercado no centro da transformação digital, que gera oportunidades de negócios e novos postos de trabalho.
O governador disse estar entusiasmado com a possibilidade de aplicações da IA no setor público e privado, e comentou que essa tecnologia pode promover uma revolução na saúde, em termos de velocidade de diagnóstico, atendimento e diminuição de filas, e também na segurança pública.
Tarcísio de Freitas ainda defendeu a ideia de uma regulamentação simplificada, para que se possa permitir a produção e avanços tecnológicos no Estado, impedindo que fiquemos para trás em comparação ao restante do mundo.
Também participaram do seminário o vice-governador, Felicio Ramuth (PSD); os Secretários de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, de Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade, e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan; o Senador Eduardo Gomes (PL-TO), relator do projeto de regulamentação da IA no Brasil; o advogado e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos; e representantes da Amazon, AWS, Google, iFood, Itaú, Microsoft e Scala Data Centers.
Outubro Rosa e o papel das novas tecnologias na prevenção e tratamento
Bastante disseminada em toda a mídia, a campanha Outubro Rosa tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente colo de útero. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo mais comum de câncer em mulheres no mundo, e cerca de 66% dos casos são diagnosticados em mulheres entre 40 e 69 anos, com chances de cura de até 95% quando detectado em seu estágio inicial.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 74 mil novos casos de câncer de mama sejam diagnosticados entre 2023 e 2025.
Os avanços tecnológicos e a Inteligência Artificial (IA) têm contribuído tanto na prevenção como no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. A começar pelos aplicativos de monitoramento com lembretes para a realização de exames regulares e dicas de hábitos saudáveis, passando por dispositivos de diagnóstico portáteis, como ultrassons e sensores vestíveis. Já com a IA, por exemplo, é possível uma análise mais precisa, tanto do diagnóstico como das condições de tratamento, obter ainda maior precisão de imagens de mamografia, maior eficiência em radioterapia e até simular cirurgias complexas.
A cirurgia robótica tem transformado o campo da medicina, por sua precisão, melhor visualização e recuperação mais rápida em relação às convencionais, porém seu custo ainda é elevado e pouco acessível, podendo ser superior, em média, 40% mais do que a laparoscópica.
“Na GE HealthCare, inovação constante em diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer de mama é premissa para cuidarmos de cliente e pacientes. Nossos times desenvolvem tecnologias que capacitam as equipes médicas a realizarem diagnósticos cada vez mais precisos e no menor tempo possível.”, explica Filipe Xavier, head de Branding, Comunicação & ESG da GE HealthCare para América Latina.
Os equipamentos oferecem imagens de alta definição que permitem a visualização detalhada de lesões em estágios iniciais – a integração de inteligência artificial em nossos sistemas destaca padrões que podem passar despercebidos, aumentando significativamente a possibilidade de diagnóstico precoce. Combinados, esses elementos contribuem para elevar a chance de cura para mais de 90% no estágio inicial. “Além disso, nossa abordagem centrada no paciente visa não apenas a eficácia clínica, mas também a humanização do atendimento”, complementa Xavier. Equipamentos como o mamógrafo Serena Bright exemplificam essa filosofia ao combinar biópsias mamárias com mamografia espectral de contraste (SenoBright HD) em um único equipamento: durante uma mesma sessão, todos os procedimentos – da mamografia à biópsia – podem ser realizados sem a necessidade de transferir a paciente para outra sala. Isso resulta em maior praticidade, rapidez no diagnóstico e conforto para a paciente, garantindo que as equipes médicas tenham as ferramentas necessárias para oferecer um cuidado mais completo e assertivo.
Agências Reguladoras e o Decreto 12.150/24 – Novas Perspectivas
Criado com o intuito de estabelecer diretrizes para fortalecer a capacidade institucional das agências reguladoras por meio do Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para Gestão em Regulação (PRO-REG), o Decreto 12.150/2024, publicado pelo Governo Federal, busca, ao longo dos próximos dez anos, promover boas práticas regulatórias, aumentar a eficiência, e garantir um ambiente regulatório mais seguro e previsível.
Como explica Sílvio Guidi, Sócio do SPLAW, o decreto vem gerando vários questionamentos sobre possíveis riscos à autonomia das agências reguladoras, já que reforça a supervisão e prestação de contas dessas instituições, o que alguns interpretam como uma forma de limitar sua independência operacional. “Precisamos de uma regulação eficiente e coerente, técnicas que o decreto tenta implementar no âmbito de todo o Estado, mas com espaço para abordagens específicas para o setor da saúde, porém sabemos que o seu funcionamento e efetividade vão depender muito da participação de toda a cadeia produtiva, incluindo o Estado e a iniciativa privada”, enfatizou Guidi.
A autonomia das agências tem sido um dos principais pontos de debate desde então, uma vez que o decreto enfatiza a necessidade de prestação de contas e maior supervisão por parte do governo federal, o que alguns especialistas, assim como Guidi, veem como uma possível ameaça à independência dessas instituições. Há preocupações de que a maior centralização das decisões possa limitar a flexibilidade das agências para responder de maneira ágil às demandas regulatórias específicas de cada setor
As agências reguladoras serão monitoradas e avaliadas por um comitê gestor, composto por vários ministérios e a Advocacia-Geral da União (AGU), entre outros órgãos.
Na opinião de Benny Spiewak, Sócio gestor do SPLAW, é preciso que a indústria também contribua com o marco regulatório, participando do processo, tornando-o mais livre e efetivo. “Com isso diminuiria substancialmente os índices corruptivos porque fecharia os principais elos promotores de corrupção, com um marco claro e transparente, com uma regra comum a todos”.
Para Fernando Silveira Filho, Presidente-Executivo da ABIMED, temos a obrigação de pensar cada vez mais nesse processo de autorregulação em prol da sustentabilidade do setor e em nome da entidade, firmou o compromisso de acompanhar de perto os desdobramentos que estão por vir em torno do assunto e trazer mais informações aos associados.
Tecnologia aplicada à manutenção preditiva
As tecnologias avançam em uma velocidade cada vez maior quando falamos em soluções atreladas à medicina. Equipamentos de ponta e softwares ultramodernos e sofisticados vem ganhando espaço, credibilidade e preferência em diagnósticos que antecipam e até mesmo previnem doenças.
E quando se fala em manutenção preditiva de equipamentos médicos, a aplicação da tecnologia desempenha uma relevância ainda maior por conta de vários aspectos. O primeiro deles está relacionado à segurança do paciente, uma vez previne falhas em equipamentos médicos, como máquinas de ressonância magnética, ventiladores, monitores de sinais vitais e robôs cirúrgicos, vitais para diagnósticos e tratamentos. Dessa forma, a probabilidade de erros médicos causados por falhas de dispositivos é bastante reduzida.
Além disso, há a questão de custos, uma vez que equipamento que passa por manutenção preditiva evita falhas graves e gastos maiores ou até mesmo deixá-lo fora de uso, interrompendo a sua operação. Quando há a previsibilidade de reparos e pausas para ajustes e trocas necessárias, os recursos são melhor utilizados e as manutenções também podem ser realizadas em horários que não interferem no atendimento a pacientes,
Essa mesma previsibilidade com a manutenção, associada ao uso da tecnologia utilizando a inteligência artificial auxilia, ainda, em tratamentos mais ágeis e precisos no contexto das cirurgias robóticas, uma vez que sensores instalados em robôs cirúrgicos monitoram continuamente o desempenho das máquinas. Dessa forma, a Inteligência Artificial analisa esses dados em tempo real para identificar padrões que indicam desgaste ou possíveis falhas futuras, garantindo movimentos extremamente precisos, corrigindo tremores ou ajustando pequenas variações que o cirurgião humano pode não conseguir controlar. E mais: por meio da IA é possível traçar um melhor planejamento cirúrgico com a análise prévia de imagens de tomografia ou ressonância magnética do paciente e sugerir o melhor caminho para a cirurgia, reduzindo o risco de danos a tecidos saudáveis e ainda fornecer informações em tempo real sobre a condição do paciente durante a cirurgia.
O mercado brasileiro de equipamentos e dispositivos médicos e a autorregulação – Estamos prontos?
O mercado brasileiro de equipamentos e dispositivos médicos tem passado por um crescimento expressivo, impulsionado por fatores como o envelhecimento da população, o aumento na demanda por tratamentos médicos, avanços tecnológicos e a maior necessidade de infraestrutura de saúde, tanto pública quanto privada. No entanto, a regulação desse mercado é um dos aspectos mais complexos e debatidos.
Como se sabe, a regulação dos dispositivos médicos no Brasil é supervisionada principalmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tem o papel de garantir a segurança, eficácia e qualidade dos produtos. Ainda que necessário para garantir padrões de qualidade, o sistema atual pode ser burocrático e moroso, impactando a velocidade com que novas tecnologias chegam ao mercado.
Agora, com a possibilidade da autorregulação, o mercado de dispositivos médicos pode se beneficiar, mas o país ainda enfrenta barreiras que precisam ser superadas para que essa transição ocorra de forma segura e eficiente. A preparação do setor, a confiança pública e a criação de mecanismos robustos de governança serão elementos essenciais para garantir que a autorregulação, se implementada, possa atender aos objetivos de inovação e segurança no cuidado à saúde.
Luciano Timm, do CMT Advogados, avalia que antes de mais nada é preciso entender qual é o nível de maturidade que está a regulação de saúde e as agências reguladoras na área, pois existem diferentes variáveis. “Precisamos avaliar quais as vantagens da autorregulação e também o grau de comprometimento dos players para dar a legitimidade pelo procedimento após as empresas participam da autorregulação”, diz. “Todos os participantes do setor têm a obrigação de atuar da mesma forma, com as mesmas diretrizes e comportamentos, criando regras próprias, conduzindo o mercado na sua forma mais eficaz, transparente e igualitária, independentemente do porte de seu negócio”.
A autorregulação propõe, em vez de uma supervisão completa do Estado, que as próprias indústrias estabeleçam padrões e se responsabilizem por garantir a conformidade com esses critérios. No entanto, esse conceito levanta diversas questões, pois ainda que em um primeiro momento a proposta seja atraente, é preciso considerar que na realidade o país ainda enfrenta desafios em relação à infraestrutura regulatória, fiscalização e confiança entre as empresas e consumidores.
Já para a Christine Santini, Consultora jurídica e árbitra (FCiarb), direito e saúde precisam conversar mais para que o setor de saúde funcione de maneira equilibrada. “É preciso uma consciência social muito desenvolvida na área da saúde eu vejo todos engajados nas discussões e soluções e querendo assumir a responsabilidade com estruturas para solucionar conflitos antes mesmo até de chegar a uma área de compliance e, claro, antes de virar um processo judicial. Ou seja, é possível resolver dentro do sistema, desde que haja uma estrutura para isso, além de ser mais rápido e mais barato”.
Lilian Lustre, head global de ética e compliance da Sanofi, acredita que a discussão é necessária para tirar o marco do papel e entender os pontos convergentes.“ É fundamental que se crie uma governança robusta, onde as empresas possam estabelecer padrões comuns, mas sob a supervisão de um órgão independente ou com auditorias periódicas. Além disso, seria importante empoderar as áreas de compliance para poderem ampliar sua visão para gerar valor para fora da empresa, apesar da dificuldade de recursos, mas ampliando seu mindset”.
A importância da tecnologia, principalmente IA, na formação médica
Com diversa aplicações no setor de saúde, a Inteligência Artificial (IA) exige dos profissionais da área conhecimento aprofundado em tecnologias de ponta e atualização constante. Na formação médica em especial, o papel da IA torna-se fundamental para preparar os futuros profissionais para um ambiente de trabalho altamente tecnológico, onde habilidades em análise de dados, utilização de softwares de apoio diagnóstico e interação com dispositivos de última geração são cada vez mais requisitadas.
Desde a automação de tarefas rotineiras como o suporte ao diagnóstico, até o desenvolvimento de tratamentos personalizados, as inovações trazidas pela IA trazem maior precisão e uma abordagem mais assertiva baseada em dados. No entanto, e preciso capacitar não apenas os profissionais que estão indo para o mercado agora, que estão nas universidades, como também os que já exercem a medicina há muito tempo, mas precisam se atualizar acerca das novas tecnologias. Mas a pergunta é: há professores suficientemente capacitados para a formação desses médicos?
Ainda que as universidades acrescentem disciplinas voltadas para tecnologia e IA em suas grades curriculares, faltam professores com letramento digital e experiência prática na aplicação de tecnologias avançadas na saúde. Ou seja, é preciso antes de mais nada formar os docentes para que eles possam guiar com confiança essa nova geração de médicos digitais. Sem esse suporte adequado, os alunos podem não obter o nível de proficiência tecnológica exigido para navegar com sucesso em um sistema de saúde cada vez mais digitalizado.
Atualmente grande parte dos avanços tecnológicos da saúde são encabeçados pela indústria, e é por meio dela que se dá a formação dos profissionais: investindo em centros e eventos educativos que complementam a educação de formação básica de diversas especialidades.
A Medtronic, por exemplo, investe anualmente em todo o mundo US$ 8 milhões em educação médica em suas diferentes modalidades. São mais de12 mil cientistas e engenheiros que atuam globalmente na produção dos dispositivos de saúde. Além disso, são direcionados anualmente US$ 12,7 bilhões em P&D (Pesquisas e Desenvolvimento) trazendo inovações como Machine Learning Inteligência Artificial Big Data entre outras para a Saúde. Por ano são mais de 2.300 eventos de educação médica na região Américas (Canadá e América Latina) incluindo diferentes modalidades de ensino que incluem desde residentes médicos e profissionais do setor até imersões e pesquisas clínicas com grandes centros de referências e sociedades médicas.
Outra empresa é a Arthrex, que possui um centro de treinamento em Nápoles na Flórida (EUA) com mais de 60 estações de treinamento de ortopedia focado em artroscopia e medicina esportiva. No Brasil, a inauguração do ArthroLab aconteceu no ano passado e conta com seis estações de treinamento em peças de espécimes. No primeiro ano o Centro treinou mais de 800 médicos quanto ao uso seguro e eficaz dos produtos da empresa. “Realizamos treinamentos de joelho ombro pé e tornozelo e mão e punho. Globalmente realizamos cerca de 55 mil dias de treinamento” explica Jorge Antonio Bastos de Souza especialista clínico Sr . M.D.
A ABIMED também oferece cursos e programas para qualificação profissional em parceria com instituições de ensino, por meio do CAMPUS ABIMED, com cursos de curta duração, até programas de pós-graduação, doutorado e mestrado, voltados para qualificação e desenvolvimento profissional.
ESG aplicado à produção de equipamentos e dispositivos médicos é crucial para o setor de saúde
A fabricação de equipamentos e dispositivos médicos abrange uma série de fatores quando considerados os conceitos de ESG (Environmental, Social, and Governance), já que envolve questões éticas, ambientais e sociais ligadas à fabricação, distribuição e acessibilidade das tecnologias utilizadas em prol dos benefícios para os pacientes.
A tríade ESG é essencial para a humanidade. O setor de saúde é responsável por 4,4% das emissões globais de gases de efeito estufa, com mais da metade das emissões oriundas do consumo de energia. Em um contexto de mudanças climáticas e desigualdades de saúde, a adoção de práticas ESG se torna crucial para garantir um futuro mais sustentável e saudável.
Para enfrentar esses desafios, a GE HealthCare implementou um plano de redução de emissões de carbono, com metas ambiciosas de reduzir 42% das emissões de Escopo 1 e 2 e 25% das de Escopo 3 até 2030 – um passo importante para a meta maior de zerar as emissões até 2050! Apenas no ano passado, em 2023, reduzimos as emissões em 5.800 toneladas. Além disso, estamos comprometidos com um design consciente, aumentando a eficiência energética dos nossos equipamentos e promovendo a remanufatura e reciclagem ao final da vida útil dos equipamentos.
Um exemplo prático da abordagem da GE HealthCare é a transformação de resíduos de PVC em solas de sapatos em sua fábrica em Ciudad Juárez, México. “Essa iniciativa não apenas reduz o desperdício, mas também demonstra como a empresa está integrando práticas sustentáveis em suas operações. Outro avanço significativo é o aumento do uso de energia renovável, que subiu de 13% para 21% em um ano, demonstrando o compromisso contínuo da empresa com soluções energéticas sustentáveis”, afirma Filipe Xavier, head de Branding, Comunicação & ESG da GE HealthCare para América Latina.
A GE HealthCare busca promover uma mudança de mentalidade sobre ESG, tendo um compromisso com um futuro mais verde. “Também temos outros projetos como o reuso de embalagens e a transição da nossa frota de veículos para versões elétricas ou híbridas. Ao focar na eficiência energética e na economia circular, contribuímos para tornarmos o setor da saúde mais sustentável e responsável”, conclui Xavier.
Fonte: Abimed, em 01.11.2024.