Painel II – Perspectivas para os investimentos
ESG e impacto nos fundos de pensão: reflexões e perspectivas futuras
Um dos principais temas abordados no VI Seminário Previdência Complementar em Debate foi o papel crucial do ESG (Ambiental, Social e Governança) nos investimentos de fundos de pensão. Moderado por Daniela Manique, presidente do Conselho da Associação Brasileira de Indústria Química, o painel contou com Luzia Hirata, gerente da Santander Asset Management, e Pedro Vilela, da Rise, uma gestora especializada em investimentos de impacto.
Pedro Vivela, Luzia Hirata e Daniela Manique
Luzia Hirata destacou como o ESG é fundamental para garantir a longevidade e a rentabilidade de empresas, olhando não apenas para os lucros, mas também para questões ambientais e sociais que podem impactar a sustentabilidade em longo prazo. Ela observou que empresas que adotam práticas responsáveis tendem a ser mais valorizadas, e que essa demanda por investimentos alinhados a valores sustentáveis tem crescido entre os jovens.
Luzia Hirata, gerente da Santander Asset Management
Pedro Vilela, por sua vez, apontou as diferenças entre Brasil e Europa na adoção do ESG, explicando que a regulamentação europeia incentiva as práticas sustentáveis, enquanto o Brasil enfrenta barreiras, como o custo elevado dos produtos sustentáveis e a falta de consciência ampla sobre o impacto ambiental. Para ele, é essencial que os fundos de pensão brasileiros explorem ativos alternativos, como investimentos de impacto, a fim de promover o desenvolvimento sustentável do país e aproveitar a matriz energética renovável do Brasil como uma vantagem competitiva.
Pedro Vilela, da Rise
Outro ponto central do debate foi a importância de políticas de bem-estar para a retenção de talentos. Tanto o Santander quanto a Rise desenvolvem iniciativas para promover qualidade de vida, desde pesquisa de saúde emocional até benefícios de autocuidado, o que, segundo os palestrantes, é essencial para manter uma equipe engajada e produtiva.
O painel concluiu que, no futuro, os fundos de pensão que priorizarem investimentos com critérios de ESG estarão mais bem posicionados para enfrentar os desafios ambientais e sociais e poderão atrair jovens investidores, cada vez mais conscientes e exigentes.
Essa visão reforça a urgência de integrar ESG nas estratégias de investimento para garantir um futuro mais sustentável e justo.
Confira, na íntegra e detalhadamente, toda a cobertura desse painel.
Saiba mais sobre os demais painéis do Seminário
- Painel de Abertura - Desafios da previdência privada no mundo e no Brasil
- Painel I - Retirada de patrocínio e sua forma de processamento
- Painel III - O tratamento do PGA
- Painel IV - O que esperar da regulação para 2025 [em breve]
- Painel de Encerramento / Mesa Redonda - Como inserir os jovens na previdência privada [em breve]
Painel III – O tratamento do PGA
O sucesso da entidade fechada de previdência depende de um PGA equilibrado
O painel sobre o Plano de Gestão Administrativa (PGA), que compôs a agenda do VI Seminário de Previdência Complementar em Debate, trouxe à tona os desafios e oportunidades do custeio administrativo para as entidades fechadas de previdência.
Com a moderação de Marcelo Neves, consultor sênior da NETInvest, participaram como debatedores José Edson da Cunha Júnior, consultor sócio da JCM, Tiago Calçada, diretor de Previdência e Bem-Estar Financeiro da Mercer, e Túlio Maia Guimarães, consultor sênior da Mirador.
Moderador do Painel Marcelo Neves, consultor sênior da NETInvest
As discussões se concentraram em três pilares principais: a necessidade de modernização, a importância da eficiência econômica e a preservação do DNA social, que é o diferencial das entidades fechadas.
José Edson abordou a evolução do custeio administrativo, destacando como, ao longo dos anos, os fundos de pensão migraram de um modelo centralizado para o PGA. Esta mudança teve como objetivo garantir transparência e sustentabilidade ao centralizar a gestão das despesas e do fundo administrativo. Atualmente, o modelo enfrenta desafios, especialmente a necessidade de aumentar a flexibilidade do uso do fundo administrativo para promover a inovação. Ele mencionou que há uma proposta para uma nova regulamentação, com previsão de vigência em 2025, que permitirá às entidades a opção de formar um fundo compartilhado, aumentando o acesso a recursos administrativos para novas iniciativas.
José Edson da Cunha Júnior, consultor sócio da JCM
Tiago Calçada reforçou a necessidade de as entidades fechadas serem competitivas em relação às abertas, que apresentam maior flexibilidade de custos. Segundo ele, as entidades fechadas ainda são mais eficientes em custos, mas precisam investir na modernização e em serviços de valor agregado, como o apoio à jornada de bem-estar financeiro dos participantes. Tiago enfatizou que as entidades de previdência fechadas devem ir além do pagamento de benefícios e tornarem-se agentes de suporte financeiro para seus participantes, com uma estratégia de longo prazo que ajude a manter a competitividade.
Tiago Calçada, diretor de Previdência e Bem-Estar Financeiro da Mercer
Complementando as discussões, Túlio Guimarães apresentou um estudo de caso de uma entidade que enfrentou dificuldades para captar adesão em um novo plano de benefício. Esse exemplo ilustrou a importância da viabilidade econômica e da eficiência na administração dos recursos. Para melhorar a sustentabilidade, a entidade precisou investir em campanhas direcionadas e no mapeamento de perfis de seus potenciais participantes, adequando a comunicação e as estratégias de adesão às necessidades específicas do público-alvo. Isso trouxe insights sobre a necessidade de adaptação e conhecimento detalhado dos participantes como formas de melhorar a eficiência do PGA.
Túlio Maia Guimarães, consultor sênior da Mirador
O painel concluiu que o sucesso das entidades de previdência complementar fechadas depende de uma gestão equilibrada entre o controle de custos, a eficiência operacional e a qualidade dos serviços prestados aos participantes. A busca por inovação e “escalabilidade” e o compromisso com o bem-estar dos participantes são estratégias fundamentais para enfrentar os desafios do mercado previdenciário e assegurar o crescimento e a sustentabilidade dos planos de previdência fechada.
Confira, na íntegra e detalhadamente, toda a cobertura desse painel.
Saiba mais sobre os demais painéis do Seminário
- Painel de Abertura - Desafios da previdência privada no mundo e no Brasil
- Painel I - Retirada de patrocínio e sua forma de processamento
- Painel II – Perspectivas para os investimentos
- Painel IV - O que esperar da regulação para 2025 [em breve]
- Painel de Encerramento / Mesa Redonda - Como inserir os jovens na previdência privada [em breve]
Fonte: APEP, em 21.11.2024.