Banco Central - Museu de Valores celebra Bicentenário da Independência com exposição
O que a vinda da família real portuguesa significou para o Brasil? Como chegamos ao “Independência ou morte” bradado por Dom Pedro, em 7 de setembro de 1822, selando o fim da união entre Brasil e Portugal? Para chegar ao desfecho célebre desse capítulo da história do Brasil, o Museu de Valores celebra os 200 anos da Independência do Brasil com a exposição Nos tempos da independência: o quebra-cabeça, que entra em cartaz neste 7 de Setembro na plataforma Google Arts & Culture.
A mostra propõe remontar, com a ajuda de algumas peças do Museu de Valores, o quebra-cabeça da Independência. Algumas das figuras importantes mostradas nas medalhas em exposição são mulheres, como a mãe de Dom Pedro, Carlota Joaquina e a princesa Leopoldina – figura fundamental na Independência. “Não queríamos fazer mais do mesmo e focar apenas na história com H maiúsculo”, explica Karla Sá Valente, chefe do Museu de Valores, ao citar que a exposição conta também com trechos de filmes e obras de arte que retratam o período para enriquecer a experiência do visitante.
"O Museu de Valores possui peças belíssimas relacionadas com a Independência do Brasil. Para celebrar os 200 anos dessa data tão importante, decidimos expor essas peças e comemorar uma ocasião que representa uma conquista dos brasileiros", afirma.
O desembarque da corte portuguesa em terras brasileiras em 1808 é ilustrado pelas medalhas de ouro cunhadas em 1976 pela Casa da Moeda do Brasil no Rio de Janeiro de Dom João VI, então príncipe regente de Portugal, e da rainha Carlota Joaquina. Também estão em cartaz a medalha que homenageia o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, inaugurado em 1808, as moedas de ouro de 6.400 réis e de 4.000 réis, ambas de 1816 e peças como a medalhas lançada no sesquicentenário da Independência do Brasil e a medalha caixeta (ou medalha-estojo), contendo em seu interior a Constituição de 1824.
Fortes influências sobre os rumos dos acontecimentos de 1822, as figuras de Leopoldina e de José Bonifácio de Andrada e Silva têm papel de destaque na exposição. Uma medalha de ouro reproduz um quadro de Debret e mostra a chegada da princesa ao Brasil, em novembro de 1817.
Já José Bonifácio, ministro e conselheiro do príncipe regente, é retratado em moeda de 1838. Ele é tido por muitos como o principal condutor do processo de independência, sendo considerado o Patriarca da Independência do Brasil.
“Fatos curiosos, como a participação das lojas maçônicas, também são retratados, em medalha que traz as efígies de Dom Pedro, José Bonifácio e Joaquim Gonçalves Ledo, três maçons envolvidos na Independência do Brasil. Mostra também símbolos da maçonaria, como o compasso aberto e o esquadro”, completa.
Está incluído no tour, também, a visualização do item considerado o mais valioso da numismática brasileira, a Peça da Coroação, moeda de 6.400 réis, cunhada, em ouro, por conta da comemoração da Independência, com a coroação de Dom Pedro I como Imperador do Brasil.
Tour virtual, Google Arts & Culture e Flickr
Enquanto o Museu de Valores do BC está em obras para sua reinauguração, em 2024, como o primeiro Museu dedicado à economia da América do Sul, é possível percorrer seus corredores sem sair de casa, fazendo o tour virtual. Nele, pode ser simulada uma visita ao Museu e à Galeria de Arte. A reforma é financiada com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O Museu de Valores possui dois tipos de acervo: o numismático e o artístico. O primeiro, composto por cerca de 135 mil peças brasileiras e estrangeiras, abrange diversos objetos pecuniários. Estão presentes moedas, cédulas, condecorações, medalhas, títulos públicos e particulares, barras e pepitas de ouro, além de documentos e objetos que caracterizam o progresso tecnológico da fabricação do dinheiro, como matrizes de cédulas, cunhos, desenhos originais de cédulas e moedas. O acervo artístico, por sua vez, é composto por 554 obras de arte de caráter museológico. São pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, principalmente de artistas brasileiros relacionados ao modernismo.
A exposição Nos tempos da independência: o quebra-cabeça é uma realização do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira (Depef) – Divisão do Museu de Valores, do Banco Central.
Fonte: BCB, em 09.09.2022.