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Mudanças climáticas e o seguro agrícola: FenSeg fala sobre o tema

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Produtores estão mais conscientes da necessidade de mitigar os riscos da atividade

O presidente da Comissão de Seguro Rural da Fenseg, Wady Cury, fala sobre as consequências das mudanças climáticas e o mercado de seguro agrícola. O executivo participou do 7º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, que aconteceu entre os dias 10 e 11 de abril, na Barra da Tijuca, quando tratou sobre o tema.

1 – Como as mudanças climáticas no mundo podem mudar o cenário seguro rural?

As mudanças climáticas, embora promovam um cenário de risco cada vez mais imprevisível e imensurável têm contribuído para a conscientização do produtor rural quanto à importância de mitigar o risco da atividade.

Se no passado o produtor já sabia do caráter cíclico do clima, que causava quebra de safra a cada 4 ou 5 anos, agora a regularidade e intensidade desse ciclo parece ter sido quebrada. Para as seguradoras caberá realizar a gestão minuciosa da carteira, zelando pela pulverização geográfica e temporal do risco, de modo que exista suporte para as quase certas catástrofes. Neste sentido, a relação com o ressegurador também deverá ser intensificada, com troca de conhecimento técnico e através dos sofisticados mecanismos de proteção carteira de Agro. O resseguro e/ou os Fundos de Catástrofes são mecanismos essenciais para a perenidade do seguro rural.

2 – No Brasil, estas mudanças já são sentidas e impactam o mercado de seguros?

No Brasil, as mudanças climáticas têm promovido o interesse dos produtores rurais pelo seguro, mesmo em regiões onde o passado indicava que o clima era muito estável e previsível. Também têm exigido das seguradoras o desenvolvimento de coberturas cada vez mais complexas e aderentes aos riscos e as particularidades da agricultura nos diversos rincões deste continente chamado Brasil. O produtor precisa se sentir seguro para continuar investindo na atividade, caso contrário, poderá deixar de ser eficiente e competitivo ou, no caso extremo, até deixar de operar.

O amadurecimento do mercado e o maior interesse do produtor rural trouxeram novas seguradoras interessadas em atuar no segmento, o que aumentou significativamente a oferta de produtos, dando ao produtor novas opções em termos de produtos, coberturas e atendimento. No entanto, uma das maiores mudanças percebidas no mercado de seguros é o fato de que as seguradoras já estão percebendo que o seguro agrícola exige uma gestão de risco acurada e apoiada na alta tecnologia. Para sobreviver elas precisam diversificar e pulverizar os seus riscos.

3 – Como seguradoras e clientes podem se preparar para as mudanças climáticas e os impactos na oferta de seguro rural e o desenvolvimento de produtos?

Os produtores rurais podem se preparar para as mudanças climáticas buscando não só a utilização dos aprimoramentos das técnicas da agricultura de alta precisão, mas também conhecer as particularidades dos produtos de seguros rurais disponíveis no mercado, comparando coberturas e serviços em relação ao preço a ser pago, ou seja, fazendo uma gestão plena e integrada dos seus riscos.

Como dito anteriormente, as mudanças climáticas têm impactado favoravelmente a procura e a oferta de seguros, uma vez que tem aumentado o interesse dos produtores quanto ao seguro rural. E as seguradoras, para se manter nesse mercado, necessitam investir fortemente em tecnologias de precisão e fazer uma gestão dos seus riscos através da dispersão e da pulverização das culturas.

Fonte: CNSeg, em 12.04.2018.