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Mudança climática pode elevar em 50% as perdas seguradas por furacões nos EUA, alerta estudo

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Aquecimento global agrava impactos financeiros no setor de seguros, especialmente em estados historicamente menos atingidos

  • A seguradora global MS Amlin, ligada ao mercado Lloyd’s, divulgou um estudo alarmante: se o planeta atingir 2°C de aquecimento, as perdas seguradas com furacões nos Estados Unidos podem aumentar em quase 50%
  • A análise, publicada no Journal of Catastrophe Risk and Resilience, mostra que esses eventos extremos tendem a se intensificar e atingir regiões pouco preparadas — o que amplia os riscos tanto para o setor segurador quanto para a sociedade

Regiões menos atingidas agora estão na linha de frente

Segundo o estudo, estados como Nova York, Rhode Island e Massachusetts poderão ter aumentos superiores a 70% nas perdas seguradas. A Flórida, historicamente vulnerável, lidera o aumento absoluto, com salto previsto de 44%. A explicação está no aquecimento dos oceanos, que permitirá que furacões de categoria 4 e 5 mantenham sua intensidade em áreas mais ao norte.

“O risco parece estar aumentando mais rapidamente do que o reconhecimento ou a resposta”, afirmou Andrew Carrier, CEO da MS Amlin

Se esses cenários se confirmarem, uma temporada como a de 2022 - que já havia causado US$ 62 bilhões em prejuízos segurados - poderá superar US$ 90 bilhões em perdas.

A urgência da adaptação climática e do reajuste de preços

Carrier destacou a necessidade de revisar códigos de construção e reajustar precificações de seguro. A defasagem entre risco e cobertura tem se ampliado. As seguradoras podem atuar como amortecedores climáticos para a sociedade, mas somente se os riscos forem precificados e estruturados de acordo com a realidade atual.

A recomendação é alinhar as normas de construção do nordeste dos EUA às já praticadas na Flórida e Louisiana, regiões com maior preparo estrutural para catástrofes.

Furacões avançam sobre novas áreas - e trazem novos riscos

Para o Dr. Sam Phibbs, diretor de pesquisa da MS Amlin, o cenário é ainda mais preocupante:

“O aquecimento dos oceanos levará riscos significativos a áreas menos preparadas para absorvê-los”

Além disso, ele aponta que os números podem estar subestimados, pois o estudo não considera variáveis como o aumento do nível do mar, intensificação das chuvas e crescimento urbano desordenado, fatores que elevam ainda mais os prejuízos potenciais.

Seguro como ferramenta de resiliência climática

O estudo reforça a importância de políticas públicas robustas, precificação técnica ajustada aos novos padrões climáticos e educação para o risco climático. A lacuna entre a exposição crescente a catástrofes e a capacidade de absorção financeira precisa ser enfrentada de forma integrada por governos, seguradoras e comunidades.

Fonte: CNseg, em 31.07.2025