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Mercado de seguros em Portugal avança com imigrações

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O desembarque maciço de estrangeiros — em especial, de brasileiros — em Portugal está provocando mudanças expressivas no mercado segurador lusitano. Se, por um lado, a inflação em disparada e a queda da renda dos portugueses fazem o número de apólices emitidas recuar; de outro, os imigrantes que aportam no país europeu estão impulsionando negócios no setor, obrigando as empresas a se modernizar, com mais absorção de tecnologia e incremento dos quadros de pessoal com trabalhadores vindos de fora.

“É um movimento sem volta”, afirma Lívia Albuquerque Bisoni, business developer na MSD Portugal, corretora de seguros e consultoria de riscos líder no território luso e terceira maior no Brasil. “Há cinco anos, havia um brasileiro na empresa, hoje, são oito. Isso se reflete nas corretoras e seguradoras. É importante ter pessoas que conheçam os clientes”, diz. A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensão (ASF), responsável pela regulação e fiscalização do mercado, e a Associação Portuguesa de Seguradoras (APS) ressaltam não ter estatísticas oficiais para medir o impacto da entrada de consumidores estrangeiros no mercado segurador. Mas ambas as entidades admitem que as apólices emitidas em nomes de imigrantes não param de crescer.

Seguros obrigatórios

Em Portugal, há seguros obrigatórios para qualquer cidadão, independentemente do país de origem. “Quem comprar um imóvel com financiamento bancário, por exemplo, terá necessariamente que fazer um seguro de riscos atrelado ao crédito e, muitas vezes, também um seguro de vida, para que o contrato seja liquidado em caso de morte do mutuário. Há, ainda, a obrigatoriedade de seguros para carros, diferentemente do Brasil”, explica Sandra Utsumi, diretora-executiva do Haitong Bank

Dados mais recentes do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) apontam que há mais de 800 mil estrangeiros vivendo legalmente em Portugal. Desse total, quase 350 mil são brasileiros. Lívia Bisoni, da corretora MSD Portugal, ressalta que a modernização imposta pelos clientes brasileiros e pessoas de demais nacionalidades foi tão forte que as seguradoras tiveram que correr para se adequar “Até pouco tempo atrás, as empresas portuguesas sequer emitiam apólices em inglês”, afirma.

Fides Rio 2023

Exemplos como esse sobre como as migrações e outros fatores comportamentais, biológicos, climáticos e tecnológicos são capazes de influenciar o setor de seguros mundialmente estarão nos debates promovidos na Fides Rio 2023.  A Conferência Hemisférica, em sua 38ª edição, se realizará de 24 a 26 de setembro, no Rio de Janeiro, em formato presencial. Haverá palestras e debates do mais alto nível mostrando como esses assuntos podem afetar o ambiente de negócios dos seguros.

Fonte: Fides Rio 2023, em 24.07.2023