Tocilizumabe reduz duração ou gravidade da infecção causada por SARS-CoV-2
O Ministério da Saúde (MS) ampliou o uso do tocilizumabe para o tratamento de pacientes adultos com Covid-19 hospitalizados no SUS, após recomendação feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). O medicamento representa uma estratégia para a redução da duração ou gravidade da infecção causada por SARS-CoV-2 em pacientes hospitalizados devido as suas propriedades imunossupressoras e potencial de controle sobre a disfunção imunitária e a inflamação.
Desde 2008, o tocilizumabe tem indicações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de doenças reumatológicas. No sistema público, esta tecnologia foi incorporada como uma opção terapêutica para pacientes com artrite reumatoide, sendo um dos medicamentos biológicos modificadores do curso da doença.
Leia aqui o relatório final de recomendação da tecnologia.
Molnupiravir
Já o medicamento molnupiravir não será incorporado no SUS. Ele foi avaliado pela Conitec para tratamento de pacientes com Covid-19 leve à moderada, não hospitalizados, que não requerem oxigenação suplementar e que apresentam alto risco para agravamento da doença. A Comissão identificou que não havia evidências suficientes sobre desfecho e segurança do medicamento, sendo que o efeito absoluto se mostrou modesto e significativamente inferior ao de outro medicamento já incorporado no SUS para a mesma indicação (nirmatrelvir/ritonavir).
O medicamento antiviral foi aprovado de forma emergencial pela Anvisa para tratamento da Covid-19, para pacientes adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão da doença para casos graves e cujas opções alternativas de tratamento aprovadas ou autorizadas pela Anvisa não são acessíveis ou clinicamente adequadas.
Leia aqui o relatório final sobre a tecnologia.
Covid-19
A Covid-19 é uma doença trifásica (fase de infecção inicial, fase pulmonar e fase hiperimune), caracterizada por uma resposta hiperinflamatória que se inicia a partir do 10º dia do curso da doença e que pode levar a lesões de órgãos-alvo. As manifestações clínicas da doença estão comumente presentes entre o 2º e 14º dias de exposição ao SARS-CoV2. Sinais e sintomas apresentados pelos indivíduos contaminados podem incluir: febre ou calafrios, tosse, fadiga, dores musculares, dor de cabeça, dor de garganta, falta de ar ou dificuldade respiratória, perda do olfato ou do paladar, congestão nasal ou coriza, náusea ou vômito e diarreia.
Indivíduos contaminados podem apresentar casos assintomáticos, quadros leves, quadros graves e até casos críticos, em que é necessário o uso de oxigênio como suporte respiratório. O tratamento da Covid-19 varia de acordo com os sintomas e com a fase da doença, podendo ser profilático, precoce ou tardio. Ainda, poucas são as terapias farmacológicas eficazes e aprovadas para o tratamento da Covid-19 em pacientes hospitalizados.
Fonte: CONITEC, em 14.09.2022