Porcentagem é superior à média global de 82%, estando entre as maiores registradas pelo estudo da EY, atrás apenas de Coreia do Sul, China, Emirados Árabes Unidos e Índia
Os brasileiros estão utilizando de alguma forma a inteligência artificial, revela o AI Sentiment Index, índice global criado pela EY para mensurar as impressões dos mais de 15 mil entrevistados de 15 países. Na amostra brasileira, mais de nove em cada dez (92%) disseram ter usado a IA de forma consciente nos últimos seis meses no seu dia a dia – acima da média global de 82%. O país está entre os que mais adotam a tecnologia – atrás apenas de Coreia do Sul (95%), China (97%), Emirados Árabes Unidos (97%) e Índia (98%), que ficou com a liderança do ranking.
"O uso atende a uma série de finalidades, como experiência de compra, vida pessoal, educação e aprendizado, vida profissional, serviços governamentais e comportamento financeiro", observa Andrei Graça, sócio-líder de inteligência artificial e dados da EY Brasil. Todas as porcentagens brasileiras são superiores à média global. "Os maiores índices registrados são para vida pessoal e educação e aprendizado, ambos com 81%, 17 pontos percentuais acima da média global", completa.
Já em experiências de consumo, a porcentagem entre os brasileiros é de 79% – 12 pontos percentuais acima da global (67%). Para a vida profissional, uma diferença de quase 20 pontos percentuais a mais para o Brasil, que apresenta 77%. Por fim, 66% dos brasileiros apontam a finalidade de saúde e bem-estar (média global: 52%); 54% a de serviços do governo (média global: 45%); e 57% a de comportamento financeiro (média global: 43%).
O estudo também constata que a adesão à IA entre os brasileiros não está ocorrendo sem senso crítico. Os entrevistados foram questionados sobre nove afirmações muito ligadas a essa tecnologia para mensurar se estão preocupados com elas. Ainda em relação à amostra brasileira, sete em cada dez (70%) afirmam que estão muito preocupados com os incidentes de segurança sofridos pelos sistemas de IA – acima da média global de 64%. "O ganho de confiança nos sistemas de IA passa pela cibersegurança, motivo pelo qual as empresas precisam proteger seus sistemas. Esse investimento em segurança é cada vez mais prioridade das empresas”, diz Andrei.
Na sequência, com 67%, os respondentes brasileiros demonstram preocupação com a dificuldade das organizações de proteger a privacidade dos dados, acima também da média mundial (61%). No terceiro lugar, a preocupação é com a dificuldade das organizações em termos de governança para garantir que a IA não seja usada de forma inapropriada, com 65% – bem acima dos 58% da média global.
Como quarta maior preocupação, os entrevistados apontam a geração pela IA de insights não confiáveis, inconsistentes ou imprecisos com 59% (média global: 55%), seguida da incapacidade das organizações de estar em conformidade com suas políticas de IA e com as regulações, com 60% – oito pontos percentuais acima da média global. As três outras afirmações se relacionam com a regulamentação, já que abordam o uso da IA sem avisar o usuário; a discriminação baseada nas recomendações de IA; e a incapacidade da organização de explicar as decisões tomadas pela IA.
Governança dos sistemas de IA
"Ao fazer a leitura dessas preocupações, está claro que, além da cibersegurança, o brasileiro exige uma governança bem estabelecida que garanta a conformidade no uso da IA", afirma Andrei. Faz parte desse trabalho a confrontação contínua dos sistemas de IA, especialmente os de IA generativa, pelas empresas para verificar se continuam em conformidade com a legislação e com suas políticas internas.
Para fazer essa confrontação, são usados agentes de IA sob supervisão humana, chamados de red teaming, que verificam possíveis vulnerabilidades do sistema. “Esses testes permitem que as organizações possam corrigir os problemas a fim de evitar exposição a qualquer risco que possa trazer prejuízos financeiros e reputacionais”, diz Telma Luchetta, sócia-líder da EY em Generative AI, Data e Analytics LATAM.
A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além desta reportagem, já publicou as seguintes:
IA generativa para fins tributários atende às obrigações fiscais e gera inteligência
Empresas adotam IA generativa na gestão do contencioso tributário
IA em 2024 requer fortalecimento da governança em assuntos como proteção de dados
Estudo da EY aponta cinco tendências globais para regulamentação de IA
Monitoramento por IA das emissões de metano já é realidade na indústria de gás e petróleo
Empresas precisam desde já adotar as melhores práticas de IA
Indústria de mineração encontra alternativas à abertura de minas por meio da IA
IA possibilita uso inteligente da rede de energia para aproveitar potencial das fontes renováveis
Educação é a base da governança em inteligência artificial
Engajamento dos C-Levels e diretores é característica em comum das empresas bem-sucedidas em IA
Uso da IA generativa pelas empresas começa com identificação do problema a ser resolvido
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63% da Geração Z considera que IA traz impacto positivo para a vida
Letramento em IA é passo inicial para implantação bem-sucedida da tecnologia
Adoção efetiva da IA nas empresas depende do engajamento dos colaboradores
Brasil está entre os líderes em índice de população confortável com uso de IA
Fonte: Agência EY, em 09.10.2025.