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Governança: Associadas da Abrapp participaram de pesquisa do IBGC

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O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) realizou transmissão online (ao vivo) para divulgar os resultados de pesquisa sobre uso do Informe de Governança Corporativa pelos investidores nesta terça-feira, 21 de julho. A pesquisa foi realizada pelo Grupo de Trabalho (GT) Pratique ou Explique que é composto por organizações atuantes no mercado de capitais como a Abrapp, Amec, Abrasca, Anbima, Apimec, B3, IBRI, entre outras.

O evento contou com apresentações de Christiane Almeida Edington, Conselheira do board da Renner, Fábio Motta, Sócio da DAO Asset Management e Guilherme Setubal, Gerente de RI e Desenvolvimento de Novos Negócios. A abertura e a moderação ficaram por conta de Adriana Sanches, Sócia da ACE Governance - Clique aqui para assistir o vídeo na íntegra.

A pesquisa teve o objetivo de avaliar a relevância do Informe em decisões de investimento. Os dados foram coletados entre os meses de fevereiro e março de 2020 por meio de questionário contendo perguntas abertas e fechadas. O questionário foi endereçado a profissionais que trabalham com acompanhamento, recomendação ou decisão de investimento em ações de empresas listadas na B3 (público-alvo).

“As associadas da Abrapp tiveram relevante participação na pesquisa com bom número de respostas. Agora terão a devolutiva dos resultados”, diz Adriana de Carvalho Vieira, Secretária Executiva da Comissão Técnica de Governança e Riscos da Abrapp. Ela representa a associação no Grupo de Trabalho que é coordenado pelo IBGC.

Adriana de Carvalho explica que o GT Pratique ou Explique surgiu em decorrência da incorporação dos princípios do Código Brasileiro de Governança Corporativa no formulário de referência das empresas. A Abrapp participou da elaboração do Código através do Grupo de Trabalho Interagentes, que concluiu e elaboração do documento, com sua publicação no ano de 2014. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) participou como membro observador do GT Interagentes e posteriormente incorporou seus princípios como exigências para o informe de Governança Corporativa dentro do formulário de referência.

A iniciativa da CVM se insere no esforço de alinhamento das regras de governança das empresas brasileiras com as boas práticas internacionais dos países membros da OCDE. Posteriormente surgiu o GT Pratique ou Explique para incentivar a incorporação dos princípios do Código Brasileiro pelas empresas abertas e pelos investidores do mercado de capitais. “É um trabalho voltado para o incentivo de adoção das práticas indicadas no Código Brasileiro e no caso de não utilização, existe o incentivo para que se explique porque uma determinada prática não é adotada”, diz Adriana de Carvalho.

Análise ESG - O Grupo de Trabalho foi criado em 2019 e já realizou duas pesquisas. A primeira foi realizada no ano passado e teve um caráter mais quantitativo. Agora a segunda pesquisa teve um caráter mais qualitativo com o objetivo de avaliar a utilização do informe de Governança Corporativa nas decisões tomadas pelos investidores.

“A atual pesquisa foi realizada pelos consumidores das informações, ou seja, para os investidores como assets e entidades fechadas, entre outros. O objetivo foi avaliar qual o peso das informações ESG das empresas no processo de avaliação de empresas e tomada de decisões de investimentos”, comenta a representante da Abrapp.

Adriana indica a importância de se considerar e analisar as informações ESG (ambiental, social e governança) pelas entidades fechadas por conta do perfil de longo prazo dos ativos das carteiras. “Tem tudo a ver com o investimento de longo prazo, que deve estar alinhada com as melhores oportunidades de investimentos sustentáveis. A percepção dessa importância tem aumentado em momentos de crise como a que atravessamos com a pandemia de COVID-19”, comenta.

Alguns resultados - Durante o evento, os palestrantes comentaram e debateram sobre os principais resultados da pesquisa. “Percebemos que grande parte das empresas estão comprometidas com a prestação de informações sobre governança, mas ainda vemos que existe uma curva de aprendizado de todo o mercado”, explica Adriana de Carvalho.

A pesquisa apontou que 82% dos respondentes já consultaram o informe de governança das empresas para recomendações ou decisões de investimentos. Porém, a maior parte (89%) apontou que as informações e justificativas poderiam ser mais claras e concisas. Apenas 7% disseram que as informações são adequadas.

A representante da Abrapp indica que há um importante papel que pode ser desempenhado pelo investidor ao cobrar as companhias tanto pela clareza nas informações quanto na adoção de melhores práticas de governança. “A Abrapp tem estimulado o maior engajamento das associadas na relação com as empresas investidas para cobrar maior aderência aos princípios ESG. É um processo constante de aprimoramento dos diversos atores do mercado para alcançar melhor governança das empresas”, comenta.

Fonte: Abrapp em Foco, em 21.07.2020