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Funpresp divulga rentabilidade consolidada de 2024

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Resultados foram impactados principalmente pela performance dos títulos públicos federais

A rentabilidade da carteira de investimentos consolidada da Funpresp-Exe acumulou alta de 2,91% em 2024, ficando abaixo do índice de referência dos planos de benefícios correspondente ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) + 4% ao ano, que atingiu 9,02% no período.

“Nossos resultados de 2024 foram impactados pela performance dos títulos públicos federais, especialmente os de longo prazo e indexados à inflação, que tiveram variação negativa de preços no período, além do desempenho também negativo do Ibovespa”, explica o diretor de investimentos substituto da Funpresp-Exe, José Dória Pupo Neto. Além disso, a Fundação tem adotado uma estratégia de compra de títulos públicos com vencimentos mais longos, baseada no perfil demográfico dos participantes e das obrigações previdenciárias futuras. “O cenário doméstico foi marcado principalmente pela maior percepção de risco fiscal, que gerou alta volatilidade nos mercados, impactando o preço de grande parte dos ativos das carteiras de investimentos da Funpresp-Exe”, complementou.

Dos R$ 11,10 bilhões administrados pela Fundação em 31/12/2024, aproximadamente 85% estavam alocados em títulos públicos federais, seguindo estratégias de médio e longo prazos estabelecidas nas Políticas de Investimentos, que podem ser consultadas aqui. Esses documentos, elaborados anualmente e aprovados pelo Conselho Deliberativo, estabelecem limites de alocação por classes de ativos, levando em consideração o perfil dos participantes e a sustentabilidade dos planos.

Apesar de seguros e alinhados às principais características dos passivos dos planos de benefícios da Fundação, as taxas e os preços de grande parte dos ativos da carteira de investimentos da Funpresp-Exe variam diariamente, uma vez que são “marcados a mercado”. “É importante destacar que essas oscilações da nossa carteira, predominantemente composta por títulos públicos federais, resultam da necessidade de marcá-los diariamente a preços de mercado, seguindo normativos atinentes às Entidades Fechadas de Previdência Complementar”, explica José Neto. No entanto, o diretor substituto acrescenta que essas oscilações negativas só se materializariam de fato em caso de resgate ou venda imediata desses ativos, mas que a estratégia da Funpresp-Exe é mantê-los até o vencimento, assegurando a rentabilidade contratada, com foco no longo prazo e no comprometimento com seu dever fiduciário.

Ademais, o atual período de incertezas no mercado traz grandes oportunidades. Nesse sentido, a Fundação tem aproveitado o momento para adquirir os títulos públicos com taxas bastante superiores ao índice de referência dos planos, o que contribuirá para resultados positivos aos participantes no médio e longo prazos. Em 2024, a taxa média de aquisição desses ativos indexados à inflação foi de IPCA + 6,32% a.a.

Outro ponto de atenção levantado por José Neto é o recente fim da obrigatoriedade de contabilização dos títulos públicos federais a valor de mercado nos planos de Contribuição Definida – CD, caso dos planos previdenciários da Funpresp-Exe, e a possibilidade de contabilizá-los pelo preço correspondente à taxa contratada (“mantidos até o vencimento”). Tal medida reduzirá a volatilidade dos resultados financeiros dos investimentos principalmente em momentos de maior instabilidade econômica, sendo objeto de estudo para traçar os próximos passos da Fundação em relação à sua implementação e visando o fortalecimento da sustentabilidade dos planos por ela administrados.

De modo a ilustrar o comportamento da carteira de investimentos consolidada da Funpresp-Exe em 2024, caso todos os títulos públicos federais estivessem classificados na categoria “mantidos até o vencimento”, a rentabilidade no período teria sido de 10,18%, acima do IPCA + 4% a.a.

Para o diretor-presidente da Fundação, Cícero Dias, em uma estratégia de construção de patrimônio previdenciário, o importante é verificar a consistência dos investimentos e os resultados de longo prazo, sabendo que no curto prazo pode haver oscilações. Portanto, não há com o que se preocupar. “Apesar do resultado do ano, decorrente principalmente da variação dos preços dos títulos públicos, a Fundação tem apresentado rentabilidade de longo prazo superior ao índice de referência dos planos e aproveitado as oportunidades de mercado para fazer excelentes alocações”, explica. Como a estratégia não é vender os títulos públicos em carteira, mas carregá-los até o vencimento, os resultados de longo prazo desses ativos pelas taxas contratadas serão garantidos, acrescenta o diretor-presidente.

A Fupresp divulga mensalmente o Radar de Investimentos e o Panorama, boletins que analisam cenários, dados e conjunturas econômicas e explicam o desempenho dos ativos e a rentabilidade da Fundação. O Radar pode ser acessado clicando aqui e o Panorama aqui.

Entenda a marcação na curva e a mercado

Desde 2020, os fundos de pensão estavam sujeitos à marcação a mercado, que reflete as oscilações diárias de preço dos títulos de renda fixa. Essa metodologia ajusta o valor dos ativos de acordo com as variações diárias de mercado, o que pode gerar impactos significativos nos resultados, especialmente em períodos de alta volatilidade. Embora seja comum no mercado financeiro, ela pode não ser ideal para entidades de previdência, que focam em investimentos de longo prazo, a depender da maturidade e da necessidade de liquidez para o pagamento de benefícios dos planos previdenciários.

Com a volta da marcação na curva, os títulos poderão ser contabilizados ou registrados na categoria “títulos mantidos até o vencimento” se a entidade demonstrar que o plano de benefícios possui intenção e capacidade financeira de mantê-los até o vencimento e o prazo entre a data de aquisição e a data de vencimento dos títulos for igual ou superior a cinco anos. Isso elimina a volatilidade das flutuações diárias e oferece uma visão mais precisa e consistente da rentabilidade do fundo a longo prazo, permitindo que as EFPCs alinhem suas estratégias aos objetivos sem se preocupar com variações temporárias e conjunturais.

Saiba mais sobre a diferença entre marcação na curva e a mercado clicando aqui.

Fonte: Funpresp, em 17.01.2025.