BC realizará teste de operações compromissadas em leilão de go around para dealers Demab
A partir de agosto, será obrigatório o batimento no Pre-matching de operações com PU em aberto em leilões de compromissadas
Com o objetivo de facilitar a adaptação das instituições dealers à obrigatoriedade de lançamento no Pre-matching das operações compromissadas realizadas em leilões do tipo Tomador (go around), será realizada no dia 16 de julho, no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), uma simulação com a realização de operações compromissadas com PU fechado (código 1054) e com PU em aberto (código 1057). O batimento passará a ser obrigatório também quando o BCB usar como lastro títulos que paguem cupom de juros durante a vigência da operação.
“O objetivo dessa mudança é facilitar a liquidação quando houver pagamento de juros durante a operação, já que antes as instituições precisavam fazer a devolução do valor do cupom”, explica Francisco Vidinha, superintendente do Selic. Os detalhes sobre a novidade, incluindo condições gerais do teste, podem ser consultados nos Informes Selic 18/2025, 19/2025 e 43/2025.
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As APIs (interface de programação de aplicações, na sigla em inglês) foram ajustadas e as documentações já estão disponíveis no Selic Conecta, o portal de desenvolvedores. Em caso de dúvida, deve-se entrar em contato pelo e-mail informe.selic@bcb.gov.br ou pelos telefones 0800 200 1054 / 21 3506 8969 / 21 2114 7469.
Saiba mais sobre o Selic
O Selic é o sistema responsável pelo registro e liquidação de negócios com títulos públicos federais do Tesouro Nacional. É administrado pelo Demab (Departamento de Operações do Mercado Aberto) do Banco Central, com apoio da ANBIMA, há 45 anos. Conheça nossa página especial sobre o Selic
O que é o Pre-matching
A plataforma Pre-Matching realiza a checagem das negociações entre as instituições financeiras com títulos públicos federais antes do registro no Selic, processo conhecido como batimento das operações. A ferramenta poupa tempo das instituições, que antes precisavam fazer esse processo por telefone ou por e-mail. O registro no Pre-matching pode ser feito via web ou por meio de APIs disponíveis no portal de desenvolvedores Selic Conecta.
O que é o Selic Conecta
O Selic Conecta é um catálogo digital voltado a desenvolvedores, que tem por objetivo facilitar a integração do mercado financeiro aos produtos e serviços oferecidos pelo Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia). Lá, é possível encontrar todas as informações sobre APIs (interfaces de programação de aplicações, na sigla em inglês) disponibilizadas para o mercado.
O que são leilões de títulos públicos
Os leilões de títulos públicos federais são realizados eletronicamente no Selic para ofertar ao mercado os papéis da dívida pública emitidos pelo Tesouro Nacional. Eles acontecem exclusivamente pelo módulo Ofpub (Oferta Pública Formal Eletrônica). Podem participar diretamente as instituições financeiras habilitadas pelo Banco Central. Em média são promovidos cerca de 40 leilões por mês, em datas divulgadas trimestralmente. Os resultados são divulgados a partir das 11h45 e as instituições vencedoras fazem a liquidação no dia previsto pela regulamentação do Tesouro Nacional.
Fundos registram resgates líquidos de R$ 37,8 bilhões no 1º semestre
Nos últimos cinco anos, desempenho só foi melhor que o mesmo período de 2023
A indústria de fundos de investimento encerrou o primeiro semestre de 2025 com resgates líquidos de R$ 37,8 bilhões. O resultado representa uma reversão em relação ao mesmo período de 2024, quando houve captação líquida positiva de R$ 190 bilhões. Considerando os últimos cinco anos, o desempenho do semestre só foi melhor que o dos seis primeiros meses de 2023, quando as saídas líquidas somaram R$ 124,7 bilhões.
Os fundos multimercados lideraram os resgates de janeiro a junho deste ano, com retiradas líquidas de R$ 78,9 bilhões – patamar semelhante ao registrado no mesmo período de 2024, quando as saídas somaram R$ 80,8 bilhões. Em seguida, as maiores perdas foram dos fundos de ações, que tiveram saídas líquidas de R$ 43,6 bilhões no primeiro semestre, frente a uma entrada de R$ 8,1 bilhões em igual intervalo do passado.
“O desempenho da indústria no primeiro semestre reflete um cenário macroeconômico desafiador, marcado por incertezas políticas e econômicas, além de uma postura mais cautelosa por parte dos investidores. Eles têm sido mais seletivos na alocação de recursos em ativos de maior risco”, afirma Pedro Rudge, diretor da ANBIMA.
Ele observa que, ao longo do ano, a indústria apresentou uma dinâmica bastante volátil nos fluxos de captação. Houve meses marcados por saídas expressivas – como em fevereiro e abril, quando os resgates líquidos somaram R$ 24,5 bilhões e R$ 52,4 bilhões, respectivamente – e períodos de captação positiva, como em janeiro, março e junho, com entradas de R$ 14,2 bilhões, R$ 11,7 bilhões e R$ 13,6 bilhões. “Esse comportamento sugere que os investidores podem estar reavaliando suas estratégias diante de um ambiente que inspira cautela”, completa.
Na contramão do desempenho de outras categorias, os fundos de renda fixa lideraram a captação líquida no primeiro semestre de 2025, com entradas de R$ 59,4 bilhões. Apesar do resultado positivo, o saldo é significativamente inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 199,6 bilhões. Entre os destaques do semestre, estão os fundos do tipo duração baixa soberano – que investem em títulos públicos de curto prazo – com captação líquida de R$ 59,8 bilhões, e os duração livre crédito livre – que podem alocar mais de 20% da carteira em títulos de crédito de médio e alto risco, no Brasil ou no exterior – que tiveram entradas líquidas de R$ 26,8 bilhões.
Rentabilidade
Na categoria de renda fixa, entre os fundos com maior captação líquida no semestre, os do tipo duração livre crédito livre apresentaram a melhor performance, com retorno de 7%, superando o CDI, que avançou 6,4% no período.
No segmento de multimercados, os fundos do tipo long and short neutro – que montam posições compradas e vendidas com o objetivo de manter a exposição financeira líquida limitada a 5% – registraram a maior rentabilidade: 12,6% entre janeiro e junho.
Já na categoria de ações, os maiores ganhos no semestre vieram dos fundos setoriais, que investem em empresas de um mesmo segmento, com retorno médio de 35,8%, bem acima do Ibovespa, que subiu 15,4% no período.
Adaptação à Resolução 175
Até 3 de julho, 26.738 fundos – o equivalente a 82% da indústria – estavam adaptados à Resolução 175, cujo prazo de adequação terminou em 30 de junho. Esse percentual, no entanto, deve crescer nos próximos dias. Isso porque, conforme as regras da autorregulação da ANBIMA, os administradores têm até 15 dias após o registro do fundo adaptado na CVM para enviar as informações à Associação. Com isso, espera-se que até 15 de julho o número de fundos adaptados se aproxime dos 100%.
“A transição para a nova regulação foi complexa, mas a indústria respondeu à altura. Agora, com os principais requisitos da norma já atendidos, a expectativa é que os gestores avancem para uma fase de aperfeiçoamento das estruturas dos fundos, explorando as flexibilidades e inovações previstas na Resolução 175”, destaca Julya Wellisch, diretora da ANBIMA.
Do total de fundos adaptados, 73% optaram pelo regime de responsabilidade limitada dos cotistas, que prevê que o investidor não será responsabilizado por perdas financeiras além do montante que investiu.
Já 62% declararam a possibilidade de investir em ativos no exterior. A Resolução 175 permite que fundos destinados tanto ao público em geral quanto a investidores qualificados invistam até 100% dos seus ativos em mercados estrangeiros, desde que cumpram certos requisitos.
Fonte: Anbima, em 08.07.2025.