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FIP é um importante instrumento para diversificação, diz Presidente da Previ

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Em entrevista exclusiva para o Acontece, o Presidente da Previ, Gueitiro Genso, mostra os excelentes resultados alcançados pela carteira de FIPs da entidade em 2017. Além disso, defende a importância de tal veículo na composição da política de investimentos, reforçada pelo cenário de queda dos prêmios dos títulos públicos. “Os FIPs são bastante viáveis e não podemos demonizar esse tipo de veículo, que é um instrumento muito importante para buscar oportunidades de diversificação”, comenta Genso, que também é Presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp.

A postura do Presidente da Previ reforça a afirmação realizada por Luís Ricardo Marcondes Martins, Diretor Presidente da Abrapp, em eventos recentes do setor. “Não podemos demonizar os FIPs por causa de problemas isolados que ocorreram com um ou outro desses veículos”, disse Martins.

A carteira da Previ é formada por 25 FIPs e atualmente está avaliada em R$ 872,44 milhões. Um dos destaques recentes é o FIP Caixa Barcelona, que registrou retorno de 433,67% desde seu início em 2013 (ler matéria). Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

Acontece - Qual a situação atual da carteira de FIPs da Previ?

Gueitiro Genso - Estamos verificando o início de maturação da carteira, tanto é que em 2017, a rentabilidade dos FIPs do Plano 1 está acima de 20%. No Previ Futuro, que é nosso plano mais novo, o retorno dos FIPs está próximo de 40%. Isso porque dentro dessa carteira, alguns FIPs deram um excelente retorno. Em uma carteira com dezenas de fundos, evidentemente há alguns poucos com baixo resultado. Mas a maioria está dando ótimos resultados. Ou seja, os FIPs são bastante viáveis e não podemos demonizar esse tipo de veículo, que é um instrumento muito importante para buscar oportunidades de diversificação.

Acontece - Ainda mais em um cenário que as entidades terão que assumir maior risco.

Genso - O instrumento FIP é uma alternativa que ganha importância em um cenário que a curva de juros dos títulos públicos de longo prazo está em queda. E nós investidores institucionais teremos que buscar alternativas de investimento.

Acontece - Quais os critérios utilizados na Previ para escolher os FIPs?

Genso - Não podemos analisar cada FIP isoladamente, mas sim a carteira como um todo. Então, temos duas variáveis importantes. Primeiro, a diversificação por safra, ou seja, temos FIPs que estão no ano um, outros no ano dois, ano três e assim sucessivamente. A outra variável é a diversificação por segmento. É preciso ter FIPs da indústria, de óleo e gás, de utilities, do agronegócio.

Acontece - Por que a diversificação por safra é importante?

Genso - Por causa da questão da curva jota. Como se trata de um investimento de longo prazo, passamos três ou quatro anos só investindo. Quando tira a foto no início, o FIP tem resultado negativo.

Acontece - Você acredita que haverá alguma restrição aos FIPs com a revisão da Resolução 3792?

Genso - Pelo que temos acompanhado do debate, acredito que não devem ocorrer restrições. Ao contrário, defendo que a regulamentação deve ampliar as oportunidades de se investir em FIPs.

Acontece - Comente os bons resultados da renda variável da carteira da Previ.

Genso - Até pouco tempo atrás, o pior investimento que existia era a renda variável. E os títulos públicos eram a melhor opção do mundo. E a Previ que tinha entre 46% e 50% da carteira em renda variável, estávamos sofrendo porque a economia estava fraca. O fato é que nos últimos 18 meses, com a retomada da economia, aquele desequilíbrio que tínhamos em 2015, está voltando a próximo do equilíbrio. Isso mostra que o que temos de olhar em uma entidade fechada é na verdade o filme e não a foto de algum momento específico.

Fonte: Acontece Abrapp, em 19.10.1017.