“É uma prática médica de atenção à Saúde através de tecnologia de comunicação e informação remota. Existe uma série de outras definições para as modalidades da Telemedicina, como teleorientação, telemonitoramento, teletriagem, telediagnóstico, teledermatologia e teleoftalmologia, por exemplo”, explicou o diretor de Tecnologia de Informação da Associação Paulista de Medicina, Antonio Carlos Endrigo, em seminário on-line realizado pela Eleve Saúde, no dia 7 de maio, sobre o conceito e como funciona o atendimento médico remoto no Brasil
Entre as perguntas direcionadas ao diretor, destacou-se a ameaça identificada e tratada no momento de liberação precoce da assistência a distância. A Lei 13.989/2020, a Portaria do Ministério da Saúde 467/2020 e o Ofício do Conselho Federal de Medicina 1756/2020 autorizaram o uso do recurso enquanto durar a crise sanitária desencadeada como o novo coronavírus.
“Certamente, muitos colegas estão com a mesma preocupação. Primeiro, é fundamental usar as melhores tecnologias de segurança, essa deve ser a nossa grande preocupação. A APM tem parcerias com empresas que disponibilizam plataformas seguras e são as que recomendamos. Independentemente do lugar onde o seu paciente recebe o atendimento remoto, de outra cidade ou de outro país, esses dados sensíveis precisam estar registrados e guardados de forma segura e acessível apenas para quem tem autenticação de acesso. E esse armazenamento de informações no ambiente tecnológico tem que garantir a privacidade, a confidencialidade e a integridade dos dados”, destaca.
Quando o médico usa uma plataforma segura, segundo ele, a probabilidade é quase nula de atuação de falsos profissionais. “Antes de usá-la, ele precisa fazer um cadastro e inserir o CRM, uma garantia para evitar ameaças. Só neste primeiro passo, você elimina mais de 90% de ameaças que possam existir em relação às questões das boas práticas da Medicina.”
“Enquanto desenvolvedores de sistema, temos uma responsabilidade muito grande em cuidar da informação armazenada na plataforma, nesse prontuário eletrônico”, reforçou o mediador do encontro Diego Tatschm, gerente comercial da Eleve, sistema de gestão que apoia micro e pequenas empresas brasileiras para melhorar de suas operações tecnológicas.
“Temos de ter um cuidado dobrado com relação aos dados do usuário porque são informações clínicas de vidas. Alguns pontos que sempre devemos levar em consideração ao desenvolver uma solução são: onde vamos hospedar esse software? É um servidor de confiança? Qual a importância da empresa que está por trás?”, acrescenta o gerente de Desenvolvimento da Eleve Saúde, Rafael Fraga.
Atuação médica
Como fica a relação médico-paciente a distância e quais os desafios enfrentados no sentido de se educar os profissionais para essa nova realidade? O diretor adjunto de Marketing da APM, Nicolau D’Amico, fez um breve resumo histórico sobre as transformações tecnológicas ocorridas, sobretudo, nos anos de 1980 e 1990, com as chamadas por meio de pager e mais tarde o surgimento do aparelho celular.
“No início, essas novas formas de relação causaram dificuldade, nos adaptamos e hoje não vivemos sem o smartphone. Questões trazidas hoje com a Telemedicina vão trazer evoluções para essa tecnologia. Obviamente, quanto mais experiência você tiver com a metodologia de atendimento, melhor será a sua anamnese, o seu olhar clínico e a maneira segura e tranquila de fazer o atendimento”, destaca D’Amico.
Ele reforça ainda que a Telemedicina não reduz a relação médico-paciente. “Atendo gestantes de regiões longínquas, e você não imagina a proximidade que passaram a ter e o carinho com que elas recebem a nossa consulta. É extremamente interessante para quem experimenta essa forma remota de atendimento, tanto para o assistido quanto para o profissional, além de minimizar perdas de horas em transporte para chegar ao consultório e de desistências de consulta.”
“A Telemedicina possibilita ampliar muito mais a nossa atuação, estar muito mais acessível de novo, mais próximo do nosso paciente, mesmo em lugares distantes e paradoxais. Lembrando que o atendimento presencial não deixará de existir nunca. A APM apoia a Telemedicina dentro das restrições do nosso código de ética e das resoluções vigentes”, finaliza Endrigo.
Fonte: APM, em 12.05.2020