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Core Summit 2025 debate o papel do Banco Central, Previc, Susep e CVM na prevenção de riscos de cibersegurança

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Por Alexandre Sammogini

Realizado nos dias 24 e 25 de setembro, em São Paulo, o Core Summit 2025 reuniu especialistas para discutir o papel dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro na prevenção de riscos de cibersegurança. O evento foi uma iniciativa do Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec), que reúne a Previc, o Banco Central, a CVM e a Susep, e contou com a parceria da Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac) na organização.

O encontro teve como propósito discutir soluções estratégicas para fortalecer a segurança e promover a inovação no setor financeiro. Durante dois dias, reguladores, especialistas e representantes do mercado participaram de diálogos e construções conjuntas, abordando temas como governança, resposta a incidentes, políticas públicas e tendências globais em cibersegurança, buscando consolidar o tema no centro da agenda estratégica do setor.

A Abrapp foi uma das apoiadoras institucionais do Core Summit 2025 e indicou o Executivo Sênior em Tecnologia da Vivest e Especialista da UniAbrapp, Alex Gomes Galho, para representar o segmento no painel “Visão das Entidades Supervisionadas”.

Além dele, participaram no mesmo painel, Adriano Volpini, Diretor de Segurança Corporativa do Itaú, Karini Madeira, Superintendente de Acompanhamento Técnico da CNSeg, Ricardo Redenschi, Diretor de Segurança Cibernética e Proteção de Dados da B3, e Thiago Pietschmann, Líder de Parcerias Estratégicas da Fenasbac.

O debate abordou o papel de entidades como Febraban, Abrapp, Banco Central e Susep no apoio às organizações para a prevenção de riscos cibernéticos. Também foi discutido como investir em cibersegurança e quais são os riscos que as organizações podem enfrentar. Os painelistas comentaram ainda quais são as medidas e os melhores padrões que estão sendo utilizados.

“A discussão foi muito rica e todos nós saímos de lá com a certeza de que é necessário que as entidades criem um hub de segurança da informação”, comentou Alex Gomes Galho.

Em sua apresentação, o profissional lembrou que já existe um hub de inovação, mas defendeu a criação de um hub específico de cibersegurança para fomentar a troca de conhecimentos entre as entidades. Nesse sentido, a Abrapp poderia atuar como desenvolvedora dessa iniciativa, aproveitando todo o acesso que a associação possui às entidades do setor. “Trata-se de apoiar as entidades para que tenham um mínimo de proteção em cibersegurança, evitando ataques e garantindo maior resiliência”, completou.

Participação da Previc – A importância da segurança digital para o futuro das entidades fechadas de previdência complementar ganhou destaque no encontro, com a participação de autoridades da Previc. O Diretor Superintendente da autarquia, Ricardo Pena, participou da mesa de abertura.

Ao lembrar a recente publicação do Decreto 12.573/25, que instituiu a Estratégia Nacional de Cibersegurança, o Diretor Superintendente da Previc enfatizou o desenvolvimento de mecanismos regulatórios, de fiscalização, de coordenação e de controle para garantir a segurança, a resiliência e a continuidade dos serviços essenciais, especialmente dentro do setor de entidades fechadas.

“A questão da segurança digital hoje é essencial. E o papel do Estado é garantir que aquela contribuição paga pelos participantes da previdência fechada, possa ser preservada de quaisquer ameaças, assegurando o futuro de mais de 8 milhões de pessoas. Então, a cibersegurança é uma agenda que está se iniciando e a Previc está atenta a isso”, disse Ricardo.

O Coordenador-Geral de Tecnologia da Informação da Previc, James Taylor, esteve presente no painel “Visão dos Reguladores”, em que apresentou como a autarquia está se estruturando para atuar frente aos riscos cibernéticos.

No último painel do evento, o Diretor de Administração da Previc, Leonardo Zumpichiatti, debateu sobre o futuro da cibersegurança regulada, considerando os desafios e a agenda na visão dos reguladores.

Vanguarda brasileira – “O sistema financeiro sempre esteve na vanguarda da adoção de novas tecnologias e a evolução tecnológica avança em ritmo acelerado. Estamos diante de uma transformação profunda, impulsionada pela digitalização crescente, pela tokenização, pela inteligência artificial e por novas formas de interação financeira”. Foi com essa afirmação que o diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil, Ailton de Aquino Santos, iniciou sua fala no evento.

Destacando os recentes avanços tecnológicos relacionados à área econômica, ele reforçou que “a batalha pela segurança cibernética não se vence apenas por tecnologia, sistemas e inteligência artificial. Mas, sobretudo, com uma forte inteligência humana, caracterizada pela capacidade de inovação, articulação e, especialmente, de cooperação. Cooperação entre equipes de negócios, equipes de segurança, entidades supervisionadas entre si e entre reguladores e regulados”.

Para Alexandre Pinheiro dos Santos, Superintendente-Geral da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), “é preciso assegurar essa articulação. De outro lado, temos que ter uma cautela básica para que se mantenha, mesmo diante da dinâmica da tecnologia, uma condição do próprio ambiente regular. Que vise a finalidade a ser atingida, inclusive com proporcionalidade em relação a porte e condição de quem está sob a regulação, mas com o compromisso com a efetividade”.

Ao destacar que “um ataque à ponta mais frágil do sistema abala a ponta mais resiliente”, Alessandro Octaviani, Superintendente da Susep, reforçou que “os órgãos do Estado devem ser proativos não só no seu diálogo interno, mas, também, na capacidade de ouvir os próprios atores do mercado”. E lançou: “temos o desafio de incorporar na nossa política três grandes complexidades que se articulam entre si: o mundo da digitalização, deliberado incentivo à concorrência e a dimensão geopolítica do planeta. Pensar na cibersegurança é estratégia nacional”.

(Com informações da Previc)

Fonte: Abrapp em Foco, em 25.09.2025.