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Comitê de Estudos de Mercado avalia fatores que desafiam ambiente de negócios no mundo e no País

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A reunião do Comitê de Estudos de Mercado (CEM) da CNseg, realizada em 28 de outubro, avaliou fatores econômicos e políticos e seus reflexos no ambiente de negócios no mundo e no País, aqui em especial no segmento de seguros. Um dos destaques foi a nova alta da taxa Selic, de 6,25% para 7,75%, divulgada na quarta-feira, 27 de outubro, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), vista como uma sinalização de que o Banco Central precisará continuar a correção altista dos juros para controlar a inflação. Para a próxima reunião, o Copom antevê outro ajuste da mesma magnitude para ancorar as expectativas da inflação.

Reconheceu-se que a alta mais forte desta vez, de 1,50 ponto percentual, é uma reação também ao ambiente de incertezas fiscais, após a mudança na regra de cálculo do teto de gastos para visar acomodar o Auxílio Brasil a R$ 400. Esse movimento é considerado fundamental dar resposta, seja pelo Executivo, seja pelo Legislativo, para responder a demandas sociais e políticas, mas que pode tornar mais complexo o enfrentamento da agenda de políticas econômicas liberais, ao mesmo tempo em que gera incertezas do equilíbrio fiscal.

Outros riscos fiscais foram lembrados no encontro, como o projeto do Novo Refis, o Auxílio Gás e a desoneração de folha de pagamentos. Há o consenso de que juros e inflação altos afetam o consumo e, em consequência, diversos ramos de seguros.

O comportamento do emprego também fez parte da agenda do encontro. A possibilidade de frustração de sua recuperação no cenário pós-pandemia foi debatida. Entre as causas, mudanças tecnológicas e estruturais do mercado de trabalho; contingentes que perderam habilidades profissionais atualmente mais procuradas e encontram dificuldades de recolocação no mercado de trabalho. O dado mais recente do IBGE mostra uma queda da taxa de desemprego, aos 13,2%, mas acompanhada de queda do rendimento médio do trabalho.

O cenário global também é desafiador, como foi demonstrado no encontro do CEM, com consequências no cenário nacional. O crescimento global está desacelerando, mas para nível moderado e ainda acima do crescimento potencial de várias economias. A inflação mais alta e a Covid voltam a prejudicar uma expansão mais acelerada, algo que, em parte, se deve a gargalos observados na produção de insumos, exemplificados pela falta de chips na montagem de automóveis e em diversos outros produtos eletrônicos, pelo menos. Para o CEM, está claro que atender à demanda reprimida e recompor estoques ocorrerão a mais longo prazo. Nesse cenário de inflação global persistente, entende-se que diversos Bancos Centrais já revertem ou consideram reverter o estímulo monetário prevalecente há mais de uma década.

Fonte: CNseg, em 03.11.2021