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Com crescimento de 200% na compra de carros elétricos no Brasil no último ano, mercado de seguros se prepara para mudanças

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Veículos elétricos apresentam peculiaridades e muitas vezes recebem atendimento diferenciado das seguradoras. Veja as principais tendências, quanto é e como funciona o seguro para carros 100% elétricos e híbridos no país

Nos últimos 12 meses, o Brasil registrou um impressionante crescimento de 200% na venda de carros elétricos e híbridos, segundo dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), sinalizando uma mudança no comportamento do consumidor em busca de opções mais sustentáveis e econômicas no setor automotivo. Parte desse avanço tem sido impulsionada pela chegada de modelos importados, especialmente da China, que, segundo relatório da Associação das Fabricantes de Automóveis de Passeio da China (CPCA), aumentou em 536% as exportações de carros eletrificados para o mercado brasileiro entre janeiro e abril do último ano, colocando o país em destaque no radar das montadoras asiáticas.

Isso porque, embora os carros elétricos compartilhem algumas características com os veículos tradicionais, eles apresentam peculiaridades e muitas vezes recebem atendimento diferenciado das seguradoras. Ou seja, além da cobertura tradicional para colisões e roubos, o usuário pode ser contemplado também com serviços exclusivos, como assistência em caso de falta de carga e pontos de recarga gratuitos.

Segundo levantamento de mercado, os valores médios de seguro para veículos elétricos e híbridos tendem a ser mais altos do que os convencionais. No entanto, isso não significa que o custo do seguro seja mais elevado, mas sim que ele está diretamente relacionado ao valor do automóvel. A principal diferença no preço do seguro está na franquia, que é mais cara devido ao custo mais elevado das peças desses veículos.

Para se ter uma ideia, o seguro de um BYD Seal Sedan 2024 pode ultrapassar os R$ 5.800, representando cerca de 2,4% do valor do veículo, enquanto para modelos como o BYD Song Plus Premium e o Haval Great Wall Premium giram em torno de R$ 5 mil, com percentuais próximos a 1,9% e 1,86% do valor de tabela, respectivamente.

"Isso ocorre porque eles demandam uma abordagem diferenciada, devido a aspectos como custo de reposição de peças, que na maioria das vezes são importadas, além da mão de obra especializada, que tende a ser mais cara em carros elétricos e híbridos. Somado a isso, as seguradoras precisam adaptar seus processos, treinar seus funcionários e redes de assistência para lidar com a nova tecnologia presente nesses carros, o que também impacta no custo final", comenta Marcelo Biasoli, Country Manager da 123Seguro no Brasil

A tendência é que, conforme o mercado de carros elétricos se expande, o de seguros também evolua, com maior oferta de planos e uma redução nos preços ao longo do tempo. O cenário é positivo; segundo a ABVE, só em 2024, as vendas de veículos elétricos e híbridos no Brasil atingiram um recorde, com 177.358 unidades emplacadas entre janeiro e dezembro, representando um aumento de 89% em relação ao ano anterior.

"Independentemente do tipo de carro, ter um seguro é essencial para proteger o investimento do consumidor. Quando falamos de elétricos e híbridos, essa necessidade se intensifica, já que são veículos com tecnologias avançadas e um custo de reparo mais alto. Na 123Seguro já observamos um crescimento expressivo na busca por seguros para esse segmento e estamos preparados para atender essa nova demanda do mercado", completa.

Com o aumento da frota de automóveis elétricos, outro ponto de atenção no setor é a baixa penetração de seguros no país. Atualmente, cerca de 70% dos veículos no Brasil circulam sem qualquer tipo de cobertura, o que evidencia a necessidade de ampliar o acesso a esse serviço. Nesse contexto, a digitalização tem desempenhado um papel importante para facilitar a jornada do consumidor, permitindo que ele encontre opções mais compatíveis com seu perfil e necessidades de forma rápida e acessível.

O seguro para carros elétricos e híbridos geralmente cobre os mesmos itens que os seguros tradicionais, como colisão, roubo, incêndio e danos causados por desastres naturais. No entanto, algumas seguradoras estão oferecendo coberturas específicas para esses veículos, como assistência 24h especializada, cobertura de danos à bateria e à infraestrutura de recarga.

“Essas opções adicionais têm como objetivo aumentar a segurança e a confiança dos consumidores ao adotar esses veículos. Os carros hoje em dia estão cada vez mais tecnológicos e as seguradoras devem acompanhar esse processo. Essa tendência veio para ficar e deve aumentar cada vez mais com o passar dos anos”, comenta.

Novos pontos de recarga devem ser instalados pelo país

Quando falamos de carros elétricos, outra tendência relevante é a expansão da infraestrutura de recarga. De acordo com o mesmo levantamento da ABVE, o país contava, em dezembro de 2024, com aproximadamente 12.140 pontos de recarga públicos e semipúblicos, quase três vezes mais do que em 2023.

Apesar dos avanços, especialistas apontam que a infraestrutura ainda é insuficiente para atender à crescente demanda. “A expansão contínua e equilibrada da rede de recarga, aliada a investimentos em tecnologias de carregamento rápido, será fundamental para sustentar o crescimento sustentável da mobilidade elétrica no Brasil. Embora o número de pontos de recarga no Brasil tenha aumentado, a distribuição ainda é limitada, especialmente em áreas fora dos grandes centros urbanos e isso pode gerar incertezas para os motoristas, que precisam planejar sua rota com mais cuidado”, explica Biasoli.

Previsão é de que carros elétricos representem mais de 90% até 2040
O futuro do setor parece certo. Segundo um estudo realizado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricante de Veículos Automotores) em parceria com a consultoria Boston Consulting Group, estima-se que a venda de modelos elétricos pode ultrapassar a de veículos a combustão até o fim desta década, atingindo 1,5 milhão em 2030 – podendo representar mais de 90% em 2040.

“Isso reflete alguns fatores, os econômicos e a mudança de comportamento do consumidor, que está prezando por produtos que além de serem benéficos ao meio ambiente, também são convenientes para o bolso”, comenta o especialista. “Apesar de seu alto investimento inicial e do seguro relativamente mais alto, a economia que vem ao não depender mais do abastecimento faz grande diferença”, complementa Marcelo.

A grande questão é que mesmo com a crescente adoção de veículos elétricos no Brasil, o seguro ainda é algo imprescindível para ambas as categorias. “Para os carros tradicionais, a tendência é trazer soluções para proteger o consumidor de gastos desnecessários ou que não eram previstos, trazendo inovações para ambos modelos, os mais tecnológicos e os mais tradicionais. Já para os veículos elétricos e híbridos, a tendência é que, com a ampliação da infraestrutura de recarga, o aumento da concorrência entre montadoras e seguradoras e a maior disponibilidade de peças e mão de obra especializada, os custos de proteção para esses veículos se tornem mais acessíveis”, conclui.

Sobre a 123Seguro

Fundada em 2010, é a Insurtech com maior presença na América Latina. É a plataforma de seguros online mais robusta para os setores bancário, fintech e varejo, com operações B2B e B2C na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México. Foi escolhida como uma das mais inovadoras pela CB Insight e é um caso de estudo da Universidade de Columbia. Mais informações no site.

Fonte: NR7, em 30.04.2025