Geopolítica e regulação moldam o novo cenário de risco das seguradoras globais
Relatório aponta crescimento de litígios, custos de conformidade e ameaças cibernéticas como desafios centrais para o setor de seguros internacional
A instabilidade geopolítica e a fragmentação das normas regulatórias estão redefinindo o mapa de riscos das seguradoras em todo o mundo. De acordo com o mais recente relatório da consultoria Clyde & Co, 58% dos executivos seniores do setor veem as tensões políticas como um risco comercial relevante, com impacto direto na desaceleração de fusões e aquisições internacionais.
Segundo o estudo, o volume global de negócios no setor de seguros caiu ao seu nível mais baixo desde 2009, em parte devido ao ambiente regulatório complexo e à crescente regionalização das estratégias de expansão.
“O mundo está passando de um modelo globalizado para um modelo mais regionalizado”, destaca Ben Knowles, presidente do Grupo de Arbitragem Global da Clyde & Co.
Riscos regulatórios aumentam pressão e custos operacionais
O relatório também aponta que o risco regulatório se intensifica, principalmente para intermediários que atuam em múltiplas jurisdições. Essa pressão está elevando os custos e aumentando a tensão operacional para seguradoras, corretores e subscritores. Destaque para temas como:
- Regras de ASG/ESG (ambiental, social e governança);
- Regulamentação da Inteligência Artificial;
- Transparência corporativa;
- Proteção de dados e privacidade – considerada um risco significativo por 56% dos entrevistados
Essas exigências impactam diretamente linhas sensíveis como seguros cibernéticos e D&O (Directors & Officers), forçando o setor a repensar modelos de subscrição e precificação de riscos.
Litígios e governança sob maior escrutínio
O risco de litígios contratuais está em ascensão: 48% dos entrevistados esperam mais disputas envolvendo cláusulas de força maior, aumentos de custo e atrasos em projetos, especialmente nos setores de infraestrutura, energia e construção.
Além disso, o ativismo de acionistas e a pressão sobre a governança corporativa estão ampliando o risco de ações contra diretores e executivos. Julie Cornély, especialista da Clyde & Co, afirma que essas pressões podem aumentar a necessidade de melhorias na cobertura de responsabilidade civil e de um alinhamento mais próximo entre conselhos e gestores de risco.
Seguro global diante de uma nova arquitetura de riscos
O estudo conclui que a arquitetura de risco global está mudando rapidamente. Os mecanismos tradicionais de transferência podem não ser suficientes para lidar com exposições regulatórias, reputacionais e tecnológicas emergentes. Isso exige abordagens mais integradas para:
- subscrição multinível,
- compliance regulatório contínuo
- e resolução internacional de disputas
A semana no ‘Notícias do Seguro’: da vacina contra a gripe ao transporte de carga
Saúde em alerta
Campanha contra a gripe atinge apenas 45% do grupo prioritário:
- A vacinação contra a gripe ainda está abaixo da meta do Ministério da Saúde. Apesar da distribuição de mais de 46 milhões de doses, apenas 45% do grupo prioritário foi vacinado.
- A médica Carolina Muga, gerente de Regulação de Saúde da FenaSaúde, reforça a importância de manter a vacinação em dia, mesmo no fim do inverno:
“Os vírus sofrem mutações constantes, por isso a vacina é atualizada todo ano. Além disso, os níveis de anticorpos caem com o tempo. Vale muito a pena tomar a dose ainda este ano”
O boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostra que a incidência de doenças respiratórias continua elevada em 23 estados.
Para os casos leves, a telemedicina é uma aliada. Segundo Carolina:
“Consultas online evitam deslocamentos e contaminação em ambientes hospitalares. Com sintomas iniciais, o médico pode orientar com segurança e indicar o tratamento domiciliar"
Conexão Brasília
Nova resolução da ANTT exige três tipos de seguro para transporte de carga.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a Resolução nº 6.068, que atualiza as normas do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC). A grande novidade: passa a ser obrigatória a contratação de três seguros por todos os transportadores (autônomos, empresas ou cooperativas):
- Seguro contra acidentes com a carga
- Seguro contra roubo
- Seguro contra danos a terceiros
A medida fortalece a cadeia logística, oferecendo proteção financeira para diferentes riscos e mais confiança nas operações rodoviárias.
Você sabia?
A carteirinha do plano de saúde é pessoal e intransferível.
Assim como o CPF, a carteirinha deve ser usada apenas pelo titular. Fraudes no uso do benefício, como emprestá-la a terceiros, podem gerar consequências cíveis, criminais e até demissão, no caso de planos empresariais.
Para coibir fraudes, operadoras podem solicitar identificação por biometria, reconhecimento facial ou token.
Capitalização movimenta bilhões
Mais de R$ 8 bilhões foram injetados na economia entre janeiro e abril.
Os Títulos de Capitalização seguem aquecendo a economia: só nos quatro primeiros meses de 2025, foram R$ 8 bilhões em resgates e sorteios, segundo a FenaCap.
A arrecadação do setor também cresceu: 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado, superando R$ 11 bilhões.
Tá na rede
Frio, memes e seguro viagem: o inverno dominou as redes.
O inverno de 2025 finalmente chegou com força. Cidades da Região Sul registraram neve e geadas, impulsionadas pelo comportamento das águas do Pacífico. Como era de se esperar, a internet reagiu com muitos memes — inclusive com imagens geradas por IA mostrando neve até no Rio de Janeiro.
Com a temporada de férias e temperaturas mais baixas, o Seguro Viagem pode ser um grande aliado: cobre despesas médicas, extravio de bagagem e cancelamento de viagem. Nem todo plano de saúde tem cobertura nacional. Com o Seguro Viagem, dá pra viajar no inverno com mais tranquilidade.
Fonte: CNseg, em 25.07.2025