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CNseg | Notícias do Seguro, em 01 e 02.10.2025

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Boletim Notícias do Seguro: como seguro e sustentabilidade estão se unindo na COP30

Feito histórico: CNseg tem presença garantida na Green e na Blue Zone da COP30. Nesta edição do Boletim Notícias do Seguro você confere o que representa para o setor estar no centro dos debates globais sobre sustentabilidade e as mudanças climáticas. 
O seguro também é voz ativa nas políticas públicas brasileiras. O setor participa de audiência pública sobre o Plano Brasil Soberano. O objetivo? Fomentar as exportações brasileiras com mais proteção! 
Você já mediu sua pressão hoje? Um novo protocolo redefiniu o alerta de hipertensão, tornando o acompanhamento médico ainda mais vital. No programa desta semana, entenda a mudança e o papel essencial do seu plano de saúde (saúde suplementar) na prevenção.

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Shutdown nos EUA pode afetar seguradoras e paralisar o seguro contra inundações

  • A agência de rating AM Best alerta que o atual shutdown do governo americano pode trazer impactos significativos ao setor de seguros. A paralisação, ainda sem previsão clara de término, levanta preocupações quanto ao desempenho das seguradoras e ao funcionamento de programas públicos essenciais, como o National Flood Insurance Program (NFIP), administrado pela FEMA
  • Segundo Ann Modica, diretora de classificação de crédito da AM Best, “a paralisação coincide com sinais de desaceleração da economia americana”, num cenário de inflação persistente, PIB em desaceleração e fragilidade no mercado de trabalho", disse, em entrevista à revista ‘Insurance Journal’

Impactos imediatos do shutdown nos EUA no setor segurador

  • Interrupção do NFIP: o programa, que cobre quase US$ 1,3 trilhão em risco e protege 4,7 milhões de segurados, não pode emitir novas apólices ou renovações durante o shutdown. Isso ameaça transações imobiliárias em áreas de risco de inundação e expõe milhões de famílias
  • Indenizações mantidas, mas com limite: o NFIP ainda pode pagar apólices vigentes até que os fundos se esgotem, mas novos contratos estão suspensos. Em 2010, uma paralisação semelhante impactou 40 mil vendas de imóveis por mês, segundo o Congresso americano
  • Seguro contra desastres climáticos em risco: programas federais de apoio a desastres (furacões, enchentes, incêndios florestais) também sofrem atrasos ou paralisações

Riscos macroeconômicos e políticos do shutdown nos EUA

A AM Best ressalta que os efeitos vão além do mercado segurador:

  • Desaceleração econômica: menos consumo e investimento das empresas impactam a demanda por seguros
  • Mercado de capitais: volatilidade nas bolsas pode reduzir a confiança de investidores institucionais.
  • Crédito soberano: paralisações prolongadas corroem a confiança internacional nas instituições americanas, elevando o risco para todo o sistema financeiro

Shutdown nos EUA e meio ambiente: EPA e NOAA em foco

  • EPA quase paralisada: cerca de 90% dos funcionários estão em licença, o que interrompe pesquisas, regulações e atualizações sobre programas ambientais
  • NOAA segue operando: por ser considerada serviço essencial, a agência mantém previsões meteorológicas e alertas de segurança, fundamentais para monitorar furacões e incêndios florestais
  • Ameaça de cortes de pessoal: sindicatos denunciam risco de demissões permanentes, em um momento em que os EUA enfrentam crises climáticas crescentes

Por que o shutdown nos EUA importa para o setor de seguros

  • Exposição crescente a riscos climáticos: sem o NFIP ativo, milhões ficam desprotegidos contra enchentes
  • Maior demanda por resseguro privado: lacunas no sistema público podem pressionar seguradoras e resseguradoras globais
  • Seguro cibernético e de interrupção de negócios: podem ser acionados indiretamente em cadeias afetadas por atrasos governamentais
  • Confiança sistêmica: erosão da confiança política e econômica afeta diretamente o rating de crédito soberano, com reflexo no custo de capital para seguradoras

O shutdown americano escancara como a política e o clima se cruzam no mercado segurador. Sem NFIP e com a paralisação da EPA, cresce o risco de lacunas na cobertura e de aumento de custos. A incerteza, se prolongada, poderá impactar não apenas famílias e empresas americanas, mas também o equilíbrio do setor global de seguros


Saúde bucal no Brasil: da desigualdade histórica ao crescimento dos planos odontológicos

  • O Brasil é o país com mais dentistas no mundo. São 426 mil cirurgiões-dentistas inscritos no Conselho Federal de Odontologia (CFO) até janeiro de 2025. Esse número dobrou nos últimos 17 anos. Em 2008, eram 220 mil.
  • Ainda assim, a saúde bucal continua refletindo desigualdades sociais profundas: mais de 20 milhões de brasileiros nunca passaram por uma consulta odontológica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)

Desigualdade no acesso à saúde bucal

Em 2008, cerca 183,9 milhões de habitantes, não tinha acesso a atendimento odontológico. Entre as famílias com renda de até um salário mínimo, 31% nunca haviam feito uma consulta. Já entre os mais ricos, com rendimento de até 20 salários mínimos, esse índice caía para 3%.

O primeiro levantamento nacional de saúde bucal, realizado em 2003 pelo IBGE, revelava um quadro preocupante:

  • 80% dos adultos não tinham gengivas saudáveis
  • 13% dos adolescentes nunca haviam ido ao dentista
  • 30 milhões de pessoas eram desdentadas
  • Entre idosos de 65 a 74 anos, 85% tinham menos de 20 dentes

Avanços na saúde bucal

A realidade começou a mudar. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal Brasil 2023 mostram que o número de crianças de até cinco anos livres de cáries aumentou entre 2010 e 2023, com destaque para as regiões Sul (40,7%), Sudeste (21,9%) e Nordeste (17,1%).

Entre os idosos, a proporção dos que perderam todos os dentes caiu de 53,7% em 2010 para 36,2% em 2023, um avanço expressivo.

Mesmo assim, o IBGE aponta que 11% da população brasileira ainda nunca foi ao dentista, revelando que os desafios permanecem.

Planos odontológicos: ampliando o acesso

Durante muito tempo, as políticas públicas se concentraram em tratamentos curativos, deixando a prevenção em segundo plano. Essa lacuna foi parcialmente suprida pelos planos odontológicos, que ampliaram o acesso da população a consultas, limpezas, restaurações e procedimentos básicos.

Em abril de 2025, o setor de saúde suplementar atingiu um novo marco:

  • 52,3 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares;
  • 34,8 milhões em planos exclusivamente odontológicos.

O crescimento é expressivo: só nos últimos 12 meses, foram 1,9 milhão de novos usuários em planos odontológicos.

O crescimento dos planos odontológicos e os investimentos em prevenção mostram que a mudança é possível e necessária.

Fonte: CNseg, em 01 e 02.10.2025