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CNseg - Notícias do Seguro, em 01.08.2025

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A semana no ‘Notícias do Seguro’: da COP30 ao Morango do Amor

Adaptação climática: custo ou oportunidade?

Durante o “Quarto Ciclo de Diálogos da COP30”, o setor industrial e o governo brasileiro lançaram um novo olhar sobre a transição climática. Para Dan Ioschpe, da Confederação Nacional da Indústria, adaptação e resiliência não são gastos; são motores do próximo grande ciclo econômico mundial:

“Hoje, o negócio da adaptação e da resiliência é talvez o maior negócio do mundo. (...) Você tem um ciclo econômico que está rodando”

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) está no centro desse movimento. A entidade lidera a criação de um Hub de Inteligência Climática e o desenvolvimento de produtos inovadores para proteção de florestas e grandes obras de infraestrutura.
Segundo Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, o momento é de virada estratégica:

“Muitas empresas nem têm conhecimento das obras que estão em licitação (...) porque isso estava fora do radar”

CNseg lança guia para concessões e PPPs

Uma nova cartilha vai ajudar o setor público a aplicar corretamente os instrumentos de seguros e capitalização em projetos de infraestrutura. O Guia Prático de Seguros e Capitalização para Concessões e Parcerias Público-Privadas está sendo elaborado pela CNseg com apoio da Fenseg, Fenacap e do governo federal.

“Esse estudo visa fornecer informações técnicas, jurídicas e econômicas para subsidiar a elaboração de políticas e práticas de seguros mais efetivas”, destaca Laíne Meira, superintendente de Relações com o Executivo da CNseg

O lançamento acontecerá durante a COP30, na Casa do Seguro, em Belém (PA).

Seguro Rural: proteção essencial para o café

A intensificação das mudanças climáticas, como secas prolongadas, está afetando diretamente a produção cafeeira. E o Seguro Rural tem sido fundamental para sustentar o campo diante desse cenário.

De janeiro a abril de 2025, as seguradoras já pagaram cerca de R$ 2 bilhões em indenizações – um aumento de 8% em relação ao ano anterior. O café está entre as culturas mais impactadas e também entre as que mais demandam cobertura

Você sabia?

Filantropia Premiável alia solidariedade e sorte

Você pode ajudar instituições beneficentes e ainda concorrer a prêmios em dinheiro. É isso que oferece a Filantropia Premiável, modalidade de Título de Capitalização. Nos quatro primeiros meses deste ano, ela já repassou R$ 720 milhões a instituições sociais — 15% a mais que no mesmo período de 2024.

Tá na rede

Morango - do amor ou do ódio?

A trend do “morango do amor” viralizou na internet e dividiu opiniões. Enquanto uns celebravam o doce perfeito, outros denunciavam caramelos duros demais, panelas arruinadas e dentes quebrados. E se o prejuízo passa da cozinha?

Pequenos empreendedores que vendem produtos caseiros devem se proteger com Seguro de Responsabilidade Civil. Ele cobre possíveis custos judiciais e indenizações em casos de danos causados aos clientes


SeguroPod: Tarifa dos EUA pode afetar o bolso do produtor e do consumidor brasileiro

  • A tarifa anunciada pelos Estados Unidos para produtos brasileiros já está preocupando o agronegócio
  • Entre os alimentos mais afetados estão o café, a carne e as frutas. A medida pode aumentar os custos para quem produz e, no fim das contas, para quem consome também

Gláucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da Fenseg (Federação Nacional de Seguros Gerais), alerta que essa tarifa americana vai impactar diretamente o campo brasileiro:

“Com toda certeza, a carta tarifária americana sobre os produtos agropecuários brasileiros terão muitos impactos para empresas e produtos aqui no Brasil. A gente tá falando de commodities agrícolas que tem formação de preço e fundamentos globalizados”, explica Toyama

Poucos produtores protegem suas lavouras

Mesmo diante de tantos riscos, o Seguro Rural ainda é pouco utilizado no Brasil. Segundo Gláucio Toyama, menos de 10% das lavouras de soja, trigo e milho safrinha são protegidas por algum tipo de seguro. No caso de máquinas agrícolas, o índice não passa de 15%. Já para benfeitorias, como cercas e galpões, a proteção chega a apenas 10%. E para os produtos pecuários, é ainda menor: menos de 1%.

“A adesão aos seguros rurais ainda é bastante baixa, independente do cultivo ou produto de seguros. O mercado brasileiro de seguros não se compara ao mercado americano que tem uma representação que supera 80 pontos percentuais falando de seguros agrícolas”, explica Toyama

Cortes no programa de apoio dificultam ainda mais

No Brasil, o programa que ajuda o produtor a pagar o seguro foi atingido por cortes no orçamento. A previsão é que, neste ano, menos de 5 milhões de hectares tenham cobertura, um número considerado muito baixo diante das necessidades do campo.

Para Gláucio Toyama, essa situação deixa os agricultores mais expostos a perdas causadas por eventos climáticos, como secas e enchentes.


 COP30: Setores automotivo e segurador buscam soluções para desafios climáticos no Brasil

Em meio a um cenário de transformações tecnológicas aceleradas e eventos climáticos cada vez mais extremos, os setores automotivo e de seguros no Brasil buscam unir forças para enfrentar os desafios de agora, que vão refletir no futuro.

Nesta quarta-feira (30), na sede da Anfavea, em São Paulo, o presidente da associação, Igor Calvet, e Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), abriram um importante diálogo sobre as oportunidades e os obstáculos para que essas indústrias, tão interligadas, possam se adaptar às mudanças climáticas e à revolução da mobilidade.

“O diálogo com o setor de seguros está se aprofundando e é fundamental para compreendermos juntos os desafios do seguro automotivo”, afirmou Igor Calvet. Para o executivo, a transformação da indústria automotiva, marcada pela eletrificação crescente e pelos avanços em tecnologia como a autonomia veicular, altera completamente o contexto do mercado.

“Há uma interseção muito grande entre os segmentos do setor de seguros e o nosso mercado, que precisa ser explorada”, apontou. Calvet enfatizou a necessidade de “exercício de disciplina para analisar dados, evoluir em regulamentação e mercado, colocando a sustentabilidade no centro da agenda comum.”

Dyogo Oliveira reforçou a importância do setor automotivo, que representa cerca de 30% do mercado de seguros no país, mas destacou a baixa penetração da proteção na frota brasileira. “Menos de 30% dos veículos estão segurados e, entre os financiados, menos de 50% saem com seguro.”

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Um desafio adicional, segundo ele, está na eletrificação dos veículos. “Os carros elétricos têm um aumento de sinistros [risco previsto em contrato] de 20% a 30%, principalmente por perdas totais, devido à fragilidade das baterias e dos componentes eletrônicos.” Além do custo, surge a questão do descarte dos veículos sinistrados eletrificados — um problema ambiental e logístico que ele chamou de “um desafio para a indústria”.

Outro foco do debate foi o impacto das mudanças climáticas no mercado de seguros. Dyogo Oliveira afirmou que a volatilidade do clima virou o “novo normal”, com secas severas se alternando com grandes enchentes. Ele citou o exemplo de Porto Alegre onde 20 mil veículos foram alagados em poucos dias em 2024, um cenário sem precedentes que “desestabiliza os modelos tradicionais de precificação de risco, baseados em dados históricos”. Segundo ele, “isso impacta diretamente o negócio de seguros.”

Além de desafios, a baixa cobertura de seguro frente às perdas climáticas representa uma grande oportunidade. “Em Porto Alegre, apenas 6% das perdas econômicas por enchentes foram cobertas por seguro, muito abaixo da média mundial”, alertou Dyogo. Setores como o agronegócio também sofrem com baixa cobertura, com apenas 5% da área agrícola protegida, além de residências e pequenas empresas, que permanecem vulneráveis. A negligência em seguros para infraestrutura pública — rodovias, ferrovias e portos — foi outra preocupação destacada, colocando em risco a logística e a economia do país.

Os dois executivos também destacaram a relevância da presença ativa dos setores automotivo e securitário nas Conferências do Clima (COPs). Dyogo pontuou que até a COP29, o seguro não era mencionado nessas reuniões. “Mas estamos trabalhando para mudar isso, porque o seguro é ferramenta essencial para adaptação aos riscos climáticos.”

E o emblema desse esforço é a “Casa do Seguro”, iniciativa inédita da CNseg para criar um centro de discussões entre o mercado securitário e os demais setores da economia, como o automotivo, na COP30, que será realizada em novembro, em Belém, uma das capitais da Amazônia.

Segundo Claudia Prates, diretora de sustentabilidade da CNseg, a “Casa do Seguro” é uma plataforma dedicada a mostrar o papel estratégico do setor segurador na transição climática e na proteção social. A executiva explicou que vários fóruns serão realizados no espaço em temas como adaptação climática, finanças sustentáveis, infraestrutura resiliente e seguros para agronegócio e riscos climáticos.

Ela detalhou outros avanços técnicos em desenvolvimento, como o Hub de Riscos Climáticos, plataforma que irá integrar dados ambientais e socioambientais para auxiliar seguradoras na percepção e na mitigação de riscos. “Queremos construir um relatório robusto dos impactos climáticos no setor segurador brasileiro, para informar e orientar decisões futuras.” Cláudia reforçou ainda a construção de uma taxonomia sustentável para balizar a atuação do setor e sua interlocução com o governo. “Seguros sustentáveis incluem a cadeia automotiva e o manejo dos veículos salvados, temas centrais da agenda que construímos.”

Calvet reforçou a importância do esforço conjunto para garantir que o setor privado esteja nas decisões de políticas climáticas. “O alinhamento de indústria automotiva e seguradoras traz mais peso e conhecimento para essa pauta tão urgente.”

Apesar do ceticismo de Dyogo quanto ao avanço nas metas globais de redução de emissões — especialmente diante das incertezas nas negociações internacionais —, ele crê que a agenda de adaptação será a prioridade na COP30, pois o estágio atual das mudanças climáticas é uma realidade irreversível. Para ele, o Brasil não pode esperar. “Temos que estar presentes, ativos e prontos para oferecer soluções que transformem riscos em oportunidades.”

Igor Calvet resumiu o sentimento: “estamos diante de uma agenda comum, e a parceria deve se aprofundar, porque os desafios são grandes — mas as oportunidades, muito maiores.” Dyogo Oliveira encerrou com um convite à ação. “Só com diálogo, inovação e articulação poderemos garantir a sustentabilidade, a resiliência e o crescimento do setor automotivo e do mercado de seguros no Brasil.”

Sobre a Casa do Seguro

Casa do Seguro estará situada em local muito próximo ao espaço oficial da COP30. Além da programação de conteúdo, promoverá iniciativas de responsabilidade social, prestigiando a economia e a mão de obra locais. O projeto é ambientalmente responsável e foi desenvolvido dentro dos conceitos de evento neutro e resíduo zero, prevendo ainda uso eficiente de água e energia.

Com o apoio de seus empoderadores – AllianzAXAMAPFREMarshPortoPrudentialTokio Marine e Marsh McLennann –  a Casa funcionará em 1,6 mil m² de área útil, acomodando plenária com 100 lugares, seis salas de reunião, business lounges, estúdio para gravação de podcasts, sala de imprensa, espaço de convivência e área para exposições artísticas e apresentações culturais. 

Na programação, destacam-se:

  • debates e painéis temáticos;
  • fóruns em parceria com entidades setoriais, organizações internacionais e contrapartes estrangeiras da CNseg;
  • reuniões bilaterais;
  • apresentação de produtos e serviços; e
  • atividades culturais. 

Alguns eixos vão pautar a agenda da Casa do Seguro, como a proteção social e dos investimentos, as finanças sustentáveis, a infraestrutura resiliente, a inteligência climática, seguros & agronegócio, a descarbonização da frota brasileira e como os seguros podem auxiliar no desenvolvimento industrial mais sustentável.

Fonte: CNseg, em 01.08.2025