Objetivo é oferecer orientações para o planejamento, a execução e a avaliação das intervenções para o gerenciamento de antimicrobianos.
Em comemoração ao Dia do Controle de Infecções (15/5), a Anvisa lança a Diretriz Nacional para Implantação de Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos em Serviços de Neonatologia e Pediatria 2025. O objetivo do documento é orientar o planejamento, a execução e a avaliação das intervenções para o gerenciamento de antimicrobianos em unidades neonatais e pediátricas.
A diretriz deverá estabelecer uma visão abrangente das competências necessárias da equipe responsável, a fim de subsidiar a prescrição e o uso criterioso desses fármacos, com recomendações adaptadas às especificidades da neonatologia e da pediatria. A administração desses medicamentos em recém-nascidos e crianças envolve particularidades clínicas e farmacológicas que impactam diretamente as estratégias adotadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, as infecções bacterianas são responsáveis por cerca de 25% dos 2,8 milhões de mortes neonatais anuais, além de deficiências de desenvolvimento neurológico de longo prazo nos sobreviventes. No Brasil, os registros de óbito por sepse (infecção generalizada) neonatal indicam, aproximadamente, 3 mil crianças mortas por ano.
Esse cenário torna indispensável, portanto, o gerenciamento do uso dos antimicrobianos, especialmente na população infantil. O Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA) deve promover uma mudança sustentável nas práticas de prescrição desses medicamentos, desde o diagnóstico correto até sua administração segura. Embora a implementação do PGA tenha avançado bastante entre pacientes adultos, sua aplicação na população infantil, principalmente em recém-nascidos prematuros, ainda enfrenta importantes desafios.
Entenda
Quando falamos em antimicrobianos, estamos falando de antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários usados para prevenir infecções em humanos, animais e plantas. A resistência microbiana aos antimicrobianos é a capacidade de microrganismos resistirem aos efeitos dos antimicrobianos. Essa resistência pode ocorrer naturalmente, mas o uso indevido e excessivo de antimicrobianos vem acelerando significativamente esse processo. Com isso, os microrganismos acabam desenvolvendo formas de driblar os efeitos desses medicamentos e escapar da ação dos fármacos, tornando os tratamentos ineficazes.
A resistência microbiana é uma das maiores preocupações de profissionais e autoridades da área de saúde no mundo inteiro. Um controle maior sobre o uso de antimicrobianos tem sido adotado por vários países para evitar que a banalização desses medicamentos deixe médicos e pacientes sem opções de tratamento.
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Fonte: Anvisa, em 19.05.2025.