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Anahp | Hospital inteligente é hospital rentável: como automatizar o ciclo de receitas com IA e agentes autônomos

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Na manhã desta terça-feira (15), a Anahp realizou mais uma edição do seu Café da Manhã, desta vez em parceria com a Bionexo. O encontro trouxe uma discussão prática e estratégica sobre como a inteligência artificial e a automação de processos podem transformar o faturamento hospitalar em uma alavanca de sustentabilidade.

O evento contou com a participação de Herbert Cepêra, diretor-executivo de Ciclo da Receita da Bionexo, e de Rodrigo Matias, gerente de Ciclo da Receita do Hcor, que apresentou os aprendizados da jornada de transformação digital do hospital.

Confira, a seguir, os principais pontos:

Do faturamento ao ciclo de receitas estratégico

O ciclo de receitas passou a ser um componente essencial da estratégia hospitalar. Dessa maneira, a prática evoluiu da função de fechar contas para garantir a sustentabilidade desde o primeiro contato com o usuário.

“O ciclo começa no agendamento e termina quando o dinheiro entra na conta. Não é responsabilidade só do faturamento, mas de toda a operação.”
Rodrigo Matias

Na prática: estabelecer fóruns regulares com áreas assistenciais, comerciais e administrativas para alinhar processos e garantir previsibilidade.

Tecnologia a favor da eficiência com escala

Com o apoio da automação, é possível fazer mais com menos. No Hcor, ferramentas digitais permitiram dobrar a capacidade de processamento de contas sem aumentar o time — com ganhos de agilidade, precisão e escalabilidade.

“Hoje a gente libera 36 mil contas por mês com a automação, sem nenhuma intervenção humana”
Rodrigo Matias

Na prática: integrar ferramentas que automatizem elegibilidade, autorizações, conferência e envio de XML.

IA para prevenção e gestão de glosas

A inteligência artificial vem sendo aplicada como ferramenta de análise preditiva, ajudando a detectar divergências e orientar ações para evitar glosas e atrasos.

“O agente autônomo olha divergência, olha regra de negócio, olha operadora, olha todos os cenários. E fala assim: ‘vai por aqui’”
Herbert Cepêra

Na prática: monitorar contas com risco de glosa usando painéis com IA embarcada e modelos preditivos.

Construção conjunta de soluções tecnológicas

Hospitais não precisam ser apenas usuários de tecnologia — podem se tornar cocriadores, participando ativamente da concepção de ferramentas que resolvam suas dores reais e gerem valor para o ecossistema como um todo.

“O Hcor virou referência e passou a prestar consultoria com seus próprios gestores. A experiência virou ativo.”
Rodrigo Matias

Na prática: manter relacionamento próximo com empresas de tecnologia para sugerir melhorias baseadas na operação real.

Glosa exige revisão contínua

Mesmo processos bem estruturados precisam ser constantemente revisitados, especialmente em um cenário de regras mutáveis, operadoras distintas e protocolos diversos.

“Você implanta o processo, e dali um mês já mudou alguma regra, e aí aquele processo que era bom já começa a falhar.”
Rodrigo Matias

Na prática: acompanhar os índices de glosa por operadora e revisar rotinas com apoio técnico e assistencial.

Automação além do faturamento

A tecnologia vem sendo utilizada em etapas que antecedem o faturamento, aumentando a eficiência desde os primeiros registros até a conferência final das contas.

“Hoje a gente está usando o robô no XML, está usando na auditoria, está usando na elegibilidade, antes mesmo de faturar.”
Rodrigo Matias

Na prática: mapear todo o ciclo de receitas e priorizar pontos de automação com maior impacto.

Integração entre áreas é fundamental

O sucesso do ciclo de receitas depende da colaboração entre diferentes áreas, que precisam enxergar seu papel no resultado financeiro do hospital — inclusive setores assistenciais e operacionais.

“A enfermagem ajuda, o comercial ajuda, o TI ajuda, todo mundo começou a entender como funciona e a gente conseguiu melhorar.”
Rodrigo Matias

Na prática: criar fóruns intersetoriais com enfermagem, equipe médica, comercial e TI.

Avaliar o custo-benefício das soluções tecnológicas

Construir soluções internamente pode parecer atrativo, mas é essencial considerar os custos, o esforço de manutenção e a capacidade de atualização frente às plataformas já consolidadas no mercado.

“Às vezes é sedutor construir dentro de casa, mas quando você coloca na ponta do lápis, talvez não valha a pena.”
Herbert Cepêra

Na prática: priorizar ferramentas com histórico de inovação, suporte técnico e integração com os sistemas existentes.

Conclusão

O Café da Manhã com a Bionexo mostrou que automatizar o ciclo de receitas vai além da eficiência operacional: é uma estratégia para tornar os hospitais mais sustentáveis, previsíveis e inteligentes. Ao aplicar inteligência artificial em etapas críticas, é possível reduzir glosas, aumentar a produtividade das equipes e dar mais previsibilidade ao fluxo de caixa.

Além disso, a automação contribui diretamente para a jornada da pessoa atendida, evitando atrasos, falhas de comunicação e desgaste na relação com equipes assistenciais. A transformação digital, quando bem implementada, melhora tanto os resultados financeiros quanto a experiência de quem cuida e de quem é cuidado.

A experiência compartilhada pelo Hcor e os exemplos da Bionexo mostraram que, com soluções integradas e parcerias bem estruturadas, é possível conectar tecnologia, processos e pessoas para gerar valor real em toda a cadeia da saúde.

Assista aqui ao evento na íntegra.

Fonte: Anahp, em 16.07.2025