Buscar:

44° CBPP: Palestra técnica aborda como a ampliação da diversidade, equidade e inclusão pode beneficiar a gestão dos investimentos

Imprimir PDF
Voltar

Com o objetivo de contribuir para as práticas e processos de gestão das EFPCs, a palestra técnica “Diversidade: o que este tema agrega às decisões de investimento” foi realizada nesta quarta-feira (18), no primeiro dia do 44º CBPP. A apresentação deu destaque para a incorporação dos fatores diversity lens – diversidade, equidade e inclusão – como alavanca para as estratégias das entidades, relacionado à estrutura interna de gestão e ao seu papel como influenciador de gestores de recursos terceirizados.

“Esse é um tema muito relevante, do qual muito se fala, mas vemos poucas ações realizadas na prática. Por isso estamos aqui hoje, junto com dois grandes especialistas”, destacou o moderador do painel e Consultor Sênior ICE, Beto Scretas.

A palestrante Jéssica Silva Rios, Co-founder da BlackWin, explicou que o investimento inteligente em diversidade é uma estratégia que visa a utilização do capital financeiro de forma intencional e mensurável para promover maior diversidade nas decisões de investimentos dos gestores. A iniciativa se mostra importante porque existe uma grande lacuna quando pensamos em equidade nas estruturas internas das gestoras, além do reflexo causado nos resultados dos portfólios.

“As mulheres ainda ocupam uma parcela minoritária nos cargos de C-level no mundo e nas estruturas de investimentos também replicamos esse modelo. Temos um dado de que apenas 19% dos negócios liderados por mulheres recebem capital de risco. Essas informações demonstram que a falta de diversidade na linha principal de tomada de decisões também reflete a falta de diversidade de quem está recebendo esses investimentos e para que se destina a alocação de capital”, apontou.

Benefícios em incorporar diversidade – A palestrante explicou ainda que a equidade, diversidade e inclusão podem gerar benefícios para quem está incorporando esses fatores na estratégia de investimentos. Essa prática pode trazer reflexos positivos para o próprio investidor, pois trabalhando em um portfólio que tem uma perspectiva diversa, é possível abordar e fortalecer a própria governança nas decisões de investimento, além de melhorar a competitividade e reduzir o risco das carteiras.

Outro benefício da diversidade tem impacto no nível macroeconômico. “Você ter investimentos indo para negócios que são fundados ou liderados por pessoas diversas aumenta o poder de compra dos consumidores, as receitas e o tamanho do mercado endereçável. Então, falar sobre diversidade traz vantagens na prática para os negócios”, comentou.

Por fim, Jessica deu dicas de como conseguir trazer essa pauta para a realidade. Segundo ela, é fundamental olhar para a diversidade e equidade dentro da própria gestora, refletir as estruturas internas e como ela pode incorporar a diversificação que quer ver nos resultados dos portfólios. Outros pontos importantes são ter instrumentos alternativos que se adequem às necessidades de pessoas diversas e revisar o processo de investimento incorporando estratégias em cada uma de suas etapas.

Flexibilizando a governança – Em seguida, o palestrante Marcelo Billi, Superintendente de Sustentabilidade da Anbima, comentou como os associados e o mercado entendem e tratam os assuntos diversidade e sustentabilidade. Ele mencionou uma pesquisa realizada pela associação, que apontou que são poucas as instituições maduras em relação aos dois temas.

“Observamos na pesquisa que mais ou menos 10% das instituições do mercado brasileiro têm hoje uma política estruturada de sustentabilidade e diversidade, no sentido de ter compromisso, políticas, indicadores, produtos e monitoramento. Parte do mercado ainda encara essa agenda como não prioritária”.

O especialista comentou ainda que, apesar desse resultado, poucas instituições consideram não desenvolver essa agenda, mesmo aquelas que não consideram tão importante. Isso porque de alguma maneira ela se torna obrigatória, pois estamos vivendo em um contexto que não se pode mais ignorar essas pautas. Ele abordou também que o grande desafio para as entidades é não saber como conduzir essa agenda, por isso, é importante oferecer informações e orientações.

“Na Anbima, decidimos flexibilizar muito nossa governança. Antes, somente os associados podiam participar das discussões, mas para os temas de diversidade, sustentabilidade e inovação, decidimos que não associados, instituições aderentes ou que não estão no mercado ainda, mas querem participar da discussão, podem fazer parte. A nossa resposta foi realmente flexibilizar para aumentar o nosso alcance”, completou Marcelo.

Continue acompanhando a cobertura completa do 44° Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), que iniciou nesta quarta-feira, 18 de outubro, em formato híbrido – presencial em São Paulo (Transamérica Expo Center) e online –, e segue com programação até sexta-feira.

O 44º CBPP é uma realização da Abrapp, UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Diamante: Asa Investments; BB Asset; BNP Paribas Aset Management; Itajubá Investimentos; Sinqia. Patrocínio Ouro: Aon; Bradesco; BV Asset; Galapagos Capital; Genial Investimentos; Itaú; MAG; Safra; Santander Asset Management; Spectra Investments; SulAmérica Investimentos; XP. Patrocínio Prata: Aditus; Alaska; Anbima; Principal Claritas; Constância Investimentos; Maps + Data A; GTIS Partners; Hashdex; JP.Morgan Asset Management; NAVI; Neo; PFM Consultoria e Sistemas; Trígono Capital; Velt Partners; Vinci Partners. Patrocínio Bronze: Apoena; BlackRock; Capitânia Investimentos; Carbyne Investimentos; Fator; Fram Capital; Franklin Templeton; Hectare Capital; HMC Capital; Inter; Investira; Mapfre Investimentos; Market Axess; Marsche; Mercer; Mestra Informática; Mirae Asset; Polo Capital Management; PRP Soluções Contábeis; RJI Investimentos; Schroders; Teva Indices; Trust Solutions; uFund.

Fonte: Abrapp em Foco, em 18.10.2023.