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3º Encontro de Gestão de Pessoas: Especialista aborda ambidestria organizacional e gestão humanizada

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Por Alexandre Sammogini

Quanto mais se avança aceleradamente na transformação digital, mais se percebe a necessidade de mudança da cultura das pessoas de uma organização, sejam líderes ou colaboradores. Esta percepção tem aparecido com frequência nas palestras e debates do 3º Encontro Nacional de Gestão de Pessoas e não foi diferente na Talk 6. Com o tema “Tecnologia e Gestão Humanizada”, Andrea Dietrich, Especialista em transformação digital, Empreendedora e Co-fundadora e Sócia da Ambidestra, utilizou o conceito de ambidestria para enfrentar os desafios da transformação digital nas organizações.

O encontro é uma realização do Comitê de Gestão de Pessoas da Abrapp e teve início nesta quarta-feira, 13 de setembro, com 200 inscritos, e sua programação teve continuidade nesta quinta-feira de setembro, terminando amanhã no final da manhã. A moderadora da Talk 6, Fernanda Guedes, membro do Comitê de Gestão de Pessoas da Abrapp, abriu a palestra apontando que a tecnologia e os processos humanos não podem andar separados. Defendeu que é necessária uma abertura de mindset para alcançar um crescimento pessoal e profissional.

Disse que hoje como profissionais, estamos em uma nova era em que a tecnologia avança de maneira acelerada. E nós nos perguntamos, “será que vou me adaptar? Isso gera medo. Será que vou dar conta? E o medo pode paralisar o ser humano”, comentou Fernanda.

No início de sua apresentação, Andrea Dietrich, lançou a pergunta: a Inteligência Artificial assusta ou fortalece? E citou uma declaração de um dos fundadores do Chat GPT, Sam Altman, para quem a Inteligência Artificial (IA) é o projeto mais esperançoso e mais assustador da jornada humana.

Mas a especialista em transformação digital alertou que não é propriamente a IA que irá roubar os empregos das pessoas. Na verdade, são as pessoas que souberem manejar a IA é que vão roubar os empregos de quem não souber. E citou outra ferramenta da Microsoft, o Copilot, que promete mudanças ainda mais assustadoras que o Chat GPT. Trata-se de um assistente que será acoplado a outros programas para utilizar a IA para múltiplas funções. Ela disse que, por exemplo, o Copilot poderá preparar uma palestra como a que ela estava proferindo em alguns poucos minutos com alguns poucos comandos.

Duas eras – Andrea Dietrich disse que a sociedade e a economia estão passando por uma transição muito profunda de duas eras. E o divisor de águas foi a pandemia. No momento anterior, vínhamos da era industrial, com grandes máquinas e que as pessoas eram vistas como parte da engrenagem. Como estavam muito ocupadas em produzir, as pessoas não conseguiam olhar para o futuro. Chegou a pandemia e todos tiveram de se reinventar com uma nova forma de trabalhar, com novos canais de venda e de relacionamento com o cliente.

Nesse contexto entra o conceito de ambidestria como um caminho para exploração do novo ao mesmo tempo em que se tenta manter a eficiência operacional. E para explorar o novo é necessário lidar com o risco. “Aqui deve começar a transformação estrutural. É preciso estimular a experimentação”, explicou. E daí a importância de mudar a gestão de pessoas no sentido de formar times com profissionais e atitudes adequadas para navegar no cenário atual. “É preciso desafiar o negócio a todo momento, ganhar o futuro com novas estratégias”, comentou. O problema é que boa parte das organizações ainda mantém uma gestão baseada na cultura do século passado. “É preciso buscar a disruptura a todo momento”, indicou.

Nova gestão dos negócios – Nesta nova era, não será mais adequado guiar as pessoas por execução de tarefas. “Temos de guiar as pessoas por uma nova visão, por uma inspiração, um propósito maior. E devemos dar liberdade e autonomia para as pessoas”, indicou Andrea. É preciso atuar com flexibilidade e adaptabilidade e não engessar modelos de atuação.

A especialista disse que é necessário olhar menos para a hierarquia e mais para os sistemas. E não deve importar tanto o setor ou departamento que o colaborador pertença, mas sim suas qualidades e aptidões. É necessário formar comitês multidisciplinares, os chamados squads, para que a criatividade das pessoas possa performar nesse novo mundo. Desta forma, os colaboradores serão empoderados e poderão contribuir com criatividade e suas melhores virtudes.

Se antes os projetos tinham o drive da minimização dos riscos, agora os riscos devem ser considerados como inerentes aos negócios. Mas ela indicou que é importante investir em pequenos projetos, mais leves e com orçamentos menores. E o foco não deve estar na ferramenta tecnológica, mas sim na mudança cultural, na transformação da consciência. Ainda neste contexto, deve haver espaço para as meta skills, que possam se sobressair no ambiente corporativo.

“As habilidades humanas atemporais ganham importância. Devemos utilizar as habilidades humanas da colaboração, criatividade, empatia, pensamento analítico, entre outras”, disse. E apontou que as virtudes da liderança ambidestra tem a ver com a maior humildade, disposição para aprender, e mais sensibilidade. O líder que utiliza a ambidestria deve ser mais sensível e aberto para suas intuições.

O 3º Encontro Nacional de Gestão de Pessoas é uma realização da Abrapp com o apoio institucional da UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Ouro: LG Lugar de Gente – Sistemas Humanos e Walking The Talk. Patrocínio Bronze: Arual Turismo.

Fonte: Abrapp em Foco, em 15.09.2023.